Radiografia dos bastidores da Hollywood dos anos 1930, estrelada por Jesse Eisenberg e Kristen Stewart, Café Society, a nova comédia romântica de Woody Allen, abrirá a 69ª edição do Festival de Cannes, no dia 11 de maio, numa projeção hors-concours no Grand Théâtre Lumière, o centro nervoso do evento francês, que, no dia 14 de abril, anunciará os concorrentes à Palma de Ouro. É a terceira vez que Allen se responsabiliza pelo abre-alas da Croisette. Antes, ele inaugurou o festival com Dirigindo no Escuro, em 2002, e com Meia-Noite em Paris, de 2011, que tornou-se seu maior sucesso de público. Seu novo filme estreia em Paris no mesmo dia da sessão em Cannes, levando às telas francesas a história de um jovem (Eisenberg) às voltas com a agitação cultural de Los Angeles na Era de Ouro dos grandes estúdios, curtindo a efervescência da boemia local.
“Quero voltar a uma estrutura que já testei em A Era do Rádio e falar de um período de formação da indústria do entretenimento, em analogia ao processo de formação de um rapaz”, adiantara o cineasta em entrevista ao Omelete no festival do ano passado, enquanto lançava O Homem Irracional (2015).
Originalmente, Café Society traria Bruce Willis em um papel de destaque ao lado de Eisenberg, que já trabalhou com Allen em Para Roma, Com Amor (2012). Mas o eterno John McClane de Duro de Matar deixou a produção e seu personagem ficou com Steve Carell, que foi dirigido pelo cineasta em Melinda e Melinda (2005).
O lançamento de Café Society em Cannes vai coincidir com a finalização da série de Allen para o canal Amazon TV, estrelada por Miley Cyrus.
Ainda não se sabe que títulos vão concorrer na Croisette este ano, sob os auspícios do júri presidido pelo cineasta australiano Geoge Miller (de Mad Max: Estrada da Fúria), mas algumas projeção já são dadas como apostas certas: o thriller Jogo do Dinheiro (Money Monster), da americana Jodie Foster, o melodrama Julieta, do espanhol Pedro Almodóvar; o épico Zama, da argentina Lucrecia Martel; o suspense Elle, do holandês Paul Verhoeven; e o drama Juste la Fin du Monde, do canadense Xavier Dolan. Os longas brasileiros mais cotados são Animal Cordial, de Gabriela Amaral Almeida; Vazante, de Daniela Thomas; Era El Cielo, de Marco Dutra; O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues; Redemoinho, de José Luiz Villamarim; e O Filme da Minha Vida, de Selton Mello.