Você já sabe que Edgar Wright,
diretor da genial comédia britânica Todo Mundo Quase Morto, foi anunciado
há algumas semanas como diretor de Homem-Formiga, uma aventura nas telonas
do minipersonagem da Marvel. Conversando com o site CHUD.com, Wright
falou de um outro projeto, ao qual está ligado desde 2005,
também originário dos quadrinhos: Scott Pilgrim.
Até agora desconhecida das editoras nacionais, Scott Pilgrim é uma série de graphic novels publicadas pela Oni Press e criadas pelo canadense Bryan Lee OMalley. O personagem-título é um roqueiro adolescente de Toronto que se apaixona pela norte-americana Ramona Flowers - mas, para ficar com ela, ele terá que enfrentar seus Sete Maléficos Ex-Namorados.
Bastante comentada nos círculos indie pelo humor e pela linguagem que mistura elementos de mangá e quadrinhos estadunidenses, a série chegou ao seu terceiro volume este ano, virou sensação em toda a indústria de HQs e despertou interesse da grande imprensa pop dos EUA. No estilo Harry Potter, OMalley já anunciou que a saga de seu personagem se encerra na sexta graphic novel, que deve sair por 2009.
Voltando a Wright: o britânico está terminando um novo projeto, Hot Fuzz, com o ator de Todo Mundo Quase Morto, Simon Pegg. Como a Marvel não quer Homem-Formiga para já - pois foca na promoção de Homem de Ferro e Hulk II -, ele ainda não sabe qual será seu próximo projeto, mas diz que já esboçou um roteiro de Scott Pilgrim (baseado nos seis volumes da série) com OMalley.
Quero encontrar um jeito de fazer algo que misture filmagens em locação com elementos do que Robert Rodriguez fez em Sin City, em termos de levar a arte de Bryan para a tela com requadros e seu uso particular de efeitos sonoros. Sabe aqueles quadros em que há uma pausa constrangedora e ele põe tipo quatro pontos na tela? Acho que aquilo devia ficar. As tabelas e estatísticas que aparecem também deviam ficar. Acho que daria pra fazer um filme que você assiste e imediatamente queira ver em DVD para poder absorver tudo. Fazer com que ele tenha informações demais para ser absorvido de uma vez só - ter gráficos na tela rápidos demais para ler, essas coisas, disse Wright, que já parece bem avançado (e apaixonado) em conceitos para o filme.
Scott Pilgrim ainda não tem previsão para chegar às telonas. Até lá, com sorte, alguma editora brasileira vai se interessar por seus quadrinhos.
