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Premios Platino | Brasileiros ganham prêmio de Melhor Documentário e Melhor Animação

Grande ganhador da noite foi o argentino Relatos Selvagens, que levou oito troféus

19.07.2015, às 16H55.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43


O filme argentino Relatos Selvagens foi o grande vencedor dos Prêmios Platino 2015, com oito troféus. Mas o cinema brasileiro também foi muito bem representado com as premiações de O Menino e o Mundo e O Sal da Terra, respectivamente por Melhor Animação e Melhor Documentário. 

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Em uma coletiva de imprensa, Antonio Banderas havia elogiado a criação do prêmio, que festeja a produção ibero-americana e tem como objetivo unir a produção cinematográfica destes países em busca de um mercado enorme que ainda não é explorado como deveria. "Não temos que lutar contra Hollywood, mas unir forças para termos mercados domésticos fortes como França, Alemanha e Itália", disse Banderas, que foi homenageado com o prêmio pela sua obra.

O Lobo Atrás da Porta rendeu a indicação de Melhor Atriz à brasileira Leandra Leal e o convite para o seu diretor, Fernando Coimbra, apresentar o primeiro prêmio da noite, Melhor Roteiro, vencido por Relatos Selvagens. Em seu discurso, todo feito em português, Coimbra lembrou a todos ali que somos milhões de pessoas falando a língua de Camões e que somos parte desta comunidade ibero-latina.

Em um bate-papo antes do prêmio, o cineasta falou sobre as dificuldades que seu filme enfrentou para entrar nos países da América Latina e também nas TVs latinas, mostrando que ainda há muito o que trabalhar. "Depois dos festivais de Toronto e San Sebastian, logo conseguimos vender o filme na Europa, Estados Unidos, Canadá, Coreia. Mas demorou muito para conseguirmos espaço nos países vizinhos ao nosso. Muito é porque eles têm problemas parecidos com os nossos, com salas dominadas por cinemas americanos e países como Argentina e México, com uma grande produção local e acabamos entrando no pacote dos estrangeiros, competindo com França, Espanha, leste Europeu, Ásia, etc.. E é claro que um filme falado em espanhol vai ter mais facilidade de entrar nestes outros países", complementou.

Leandra Leal se disse muito feliz de ser a única atriz indicada que não atuou em espanhol. "É um trabalho de formiguinha aparecer neste mercado, ir mostrando o que estamos fazendo no nosso país", comentou a atriz, que tirou o resto do ano para finalizar seu primeiro longa-metragem atrás das câmeras, o documentário Divinas Divas, sobre um grupo de artistas travestis.

Quase Hollywood

A cerimônia de entrega dos prêmios aconteceu no lindo anfiteatro Starlite, localizada no alto da montanha da cidade de Marbella, na Espanha. Lá foi construída uma concha acústica no meio de uma pedreira de onde se pode ver a cidade e sua praia.

Para escolher os indicados nas 14 categorias, foram vistos 760 filmes de mais de 20 países. Além de O Lobo Atrás da Porta, O Menino e o Mundo e O Sal da Terra, o Brasil também estava representado pela animação Até que a Sbórnia nos Separe, do produtor gaúcho Otto Guerra.

Mas a noite era mesma do diretor e roteirista Damian Szifron e seu Relatos Selvagens. O filme argentino ganhou nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Szifron), Melhor Roteiro (Szifron), Melhor Atriz (Érica Rivas), Melhor Música Original (Gustavo Santaolalla) e os prêmios técnicos de Direção de Arte, Montagem e Direção de Som.

O que sobrou para os outros foram os prêmios de Melhor Ator, que ficou com o espanhol Oscar Jaenada, por sua interpretação no mexicano Cantinflas; O espanhol La Isla Minima, que também concorria a vários prêmios ficou apenas com o troféu de Melhor Direção de Fotografia; E o prêmio de Melhor Filme de Estreia foi para La Distancia Más Larga, co-produção Venezuela e Espanha.

Com o troféu na mão

Os representantes do Brasil que subiram ao palco para receber o prêmio falaram ao Omelete.

O produtor e roteirista francês David Rosier disse que o prêmio para O Sal da Terra é um reconhecimento pelo trabalho do Brasil no projeto. “Na França, as pessoas não acreditavam neste filme com dois diretores diferentes falando sobre um fotógrafo. Quando apresentamos o projeto no Brasil achamos o apoio que precisávamos para realizá-lo”, disse Rosier, que trabalhou ao lado dos diretores Juliano Salgado e Wim Wenders no documentário sobre o fotógrafo Sebastião Salgado.

A produtora Tita Tessle ressaltou a importância das co-produções, que estavam presentes em vários dos filmes inscritos. “A gente tem um mercado enorme e, como disseram os apresentadores, uma das coisas que nos une é que somos todos pobres (risos). Precisamos das co-produções, precisamos trabalhar juntos e este prêmio é bom justamente por causa disso, mostrar ao mundo o tanto de coisa boa que está saindo daqui”, disse Tita enquanto segurava seu pesado Prêmio Platino.

Veja a lista completa dos ganhadores:

 

  • Melhor Filme: Relatos Selvagens – Argentina, Espanha
  • Melhor Direção: Damian Szifron (Relatos Selvagens)
  • Melhor Roteiro: Damián Szifron (Relatos Selvagens)
  • Melhor Música Original: Gustavo Santaolalla (Relatos Selvagens)
  • Melhor Ator: Oscar Jaenada (Cantinflas) – México-
  • Melhor Atriz: Érica Rivas (Relatos Selvagens)
  • Melhor Longa-metragem de Animação: O Menino e o Mundo - Brasil
  • Melhor Longa-metragem Documentário: O Sal da Terra - Brasil
  • Melhor Filme de Estreia: La Distancia Más Larga - España, Venezuela
  • Melhor Montagem: Damián Szifron, Pablo Barbieri (Relatos Selvagens)
  • Melhor Direção de Arte: Clara Notari (Relatos Selvagens)
  • Melhor Direção de Fotografia: Alex Catalán (La Isla Mínima) - Espanha
  • Melhor Direção de Som: José Luis Díaz (Relatos Selvagens)
  • Premio pela obra: Antonio Banderas

 

*Marcelo Forlani viajou a Marbella a convite da organização dos Prêmios Platino

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