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Crítica

O Franco-Atirador | Crítica

Sean Penn emula o novo Liam Neeson em filme do diretor de Busca Implacável

07.05.2015, às 13H23.

Em O Franco-Atirador, o cineasta Pierre Morel, de Busca Implacável, troca Liam Neeson por Sean Penn e o drama familiar pelo drama político-amoroso. Assim como em seu trabalho de maior sucesso, o dilema pessoal dentro das missões pouco convencionais continua a ser o fio condutor do protagonista, que agora é menos classudo que Bryan Mills (Neeson). Terrier (Penn) leva isso a um novo nível, pois se envolve em problemas entre nações, mas não é algo que o longa explore com firmeza. O traço marcante do personagem é ser bruto, violento e preciso, assim como as cenas de ação do filme, que se mantém na média de seus concorrentes no gênero.

Baseado no livro homônimo de Jean-Patrick Machette, o longa tem início com uma série de reportagens sobre a situação política do Congo, país destruído por uma guerra civil de décadas. A ilustração documental que Moral dá ao primeiro ato leva a crer em um filme sobre os desdobramentos políticos causados pela missão principal do personagem de Sean Penn, que é matar um importante membro do governo local. Ao invés disso, o roteiro prefere dar ênfase ao triângulo amaroso entre Terrier, Annie (Jasmine Trinca), uma médica a serviço de uma ONG, e Felix, negociador vivido por Javier Bardem.

Nos momentos em que dividem a tela, a trinca de atores consegue entregar o desmpenho esperado. Os diálogos são simples, mas cheios de veneno e amargura, transmitidos com vêemencia principalmente pelos rostos carrancudos e surrados de Bardem e Penn. Os dois trocam farpas sutis no começo e depois enveredam para um relacionamento mais explosivo, menos explorado do que o ideal, mas funcional da mesma forma. Diferente, porém, do romance entre Annie e Terrier, que se torna a justificativa final para o decorrer do filme, mas não consegue envolver o espectador de maneira efetiva.

O Franco-Atirador tem diversas facetas, mas explora somente uma com esmero: a ação. Especialidade de Morel, esse estilo é mostrado com tanta tranquildade em diversas cenas que parece ser fácil gravar uma sequência de luta entre dois brutamentos dentro de um banheiro em chamas. Não são todos os diretores que conseguem demonstrar tão bem uma noção de espaço e visual em ambientes reduzidos. Por outro lado, falta profundidade a alguns personagens que poderiam desenvolver a trama melhor, assim como toda a questão política que é apenas pincelada.

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