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Crítica

O Retorno de Johnny English | Crítica

Um ex-espião muito atrapalhado e menos engraçado

17.10.2014, às 14H58.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43

Os viúvos e viúvas de Mr. Bean podem voltar a sorrir. Rowan Atkinson está novamente em cartaz em sua versão 007, o Johnny English. O primeiro filme do personagem foi feito em 2003 e mostrava um espião atrapalhado que, após a morte de todos os outros agentes da MI-7, se torna a última (única?) esperança da coroa inglesa. Apesar de um resultado fraco nos Estados Unidos, apenas 28 milhões de dólares arrecadados, o filme se pagou com a arrecadação ao redor do mundo, onde fez mais 132 milhões, valor suficiente para pagar o custo de 40 milhões de seu orçamento e pensar em uma sequência.

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Em O Retorno de Johnny English (Johnny English Reborn, 2011) logo ficamos sabendo que o agente está exilado, morando e treinando com monges após ter causado uma enorme confusão em Moçambique. Não ficam muito claros, porém, os motivos que levaram a agora privatizada agência secreta a chamá-lo de volta. O problema - para o público - é que com um domínio maior de seu corpo e mente, metade das piadas de humor físico a que Atkinson se expõe frequentemente deixam de existir. Foi uma tentativa dos roteiristas de fugir das regras estabelecidas no primeiro filme, mas que também deve custar os elogios de seus fãs mais fiéis.

A história da nova aventura de English gira em torno de uma tríade de assassinos profissionais e sua missão de assassinar o premiê chinês durante uma reunião com o primeiro-ministro britânico. Cabe ao agente não-tão-trapalhão impedir que isso aconteça.

E para ter certeza de que English não volte a envergonhar o serviço secreto inglês, está na sua cola a nova chefe, Pegasus, interpretada por Gillian Anderson, a eterna Dana Scully de Arquivo X em um irreconhecível sotaque inglês. Para garantir a missão, está lá ao seu lado o novato Daniel Kaluuya como o agente Tucker, o esforçado e CDF da dupla. Como a psicóloga que ajudará English a acabar com seu trauma moçambicano entra em cena a ex-bond girl Rosamund Pike - a única do elenco secundário que chama a atenção. E para os fãs da série The Wire, Dominic West faz o agente perfeito, a antítese a English.

É um elenco que merece respeito, e que merecia também um roteiro melhor. Nem mesmo os product placements se aproveitam da situação para lucrar e, principalmente, divertir. Se logo que chega a Londres, depois de mais de 5 anos fora, English se espanta ao ver que o seu empregador agora se chama Toshiba MI-7, a piada fica nisso. Não se explora um patrocínio para uma CIA ou KGB, ou ainda outros tipos de privatização em outras áreas, algo que se encaixaria neste contexto. Assim, quando um Rolls Royce aparece em cena, tudo o que se vê ali é um carro de luxo e uma piada que já era velha desde a época que Atkinson trabalhava na TV fazendo a série Black Adder.

Como foi dito lá em cima, os fãs de Atkinson podem voltar a sorrir. Gargalhar, no entanto, é uma tarefa um pouco mais difícil. O único realmente feliz com o resultado deve estar o próprio ator/produtor. Com custo "apenas" 5 milhões de dólares mais caro que o original, o filme já soma em bilheterias ao redor do mundo quase 110 milhões de dólares, o que já faz pensar: quanto tempo até uma sequência ser anunciada?

Nota do Crítico
Regular
O Retorno de Johnny English
Johnny English Reborn
O Retorno de Johnny English
Johnny English Reborn

Ano: 2011

Classificação: 10 anos

Duração: 108 min

Direção: Oliver Parker

Roteiro: William Davies

Elenco: Rowan Atkinson, Dominic West, Gillian Anderson, Rosamund Pike, Roger Barclay, Stephen Campbell Moore

Onde assistir:
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