Filmes

Notícia

Se Eu Fosse Você 2

Continuação traz alguma novidade, mas insiste nos erros do original

31.12.2008, às 12H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H43

Em 2006, o cinema nacional deu uma de Hollywood e repetiu com Se Eu Fosse Você uma batida fórmula de sucesso oitentista, a do filme de troca de corpos. Agora, com o espetacular resultado de público da comédia - o filme nacional mais assistido naquele ano - os produtores daqui repetem a dose e fazem uma continuação. Igualzinha às que se fazem por lá. E por que não?

Em Se Eu Fosse Você 2, novamente dirigido por Daniel Filho, alguns anos após sua primeira experiência de troca de corpos, Cláudio (Tony Ramos) e Helena (Gloria Pires) resolvem se separar. As diferenças são inconciliáveis. Mas o destino novamente resolve interferir, colocando a mente de um no corpo do outro. Só que desta vez os problemas vão além do uso do equipamento do sexo oposto e incluem a necessidade de solucionar os pequenos e grandes dilemas domésticos, como a descoberta que a filha Bia (Isabelle Drummond), agora com 18 anos, está grávida. E sobra para o pai planejar casamento e escolher enfeite, enquanto a mãe, de férias, faz suas coisas "de macho", como jogar futebol.

se eu fosse você 2

None

Mas se a previsibilidade da fórmula segue intacta aqui, com todo o público sabendo direitinho que é a conciliação a chave para a normalidade, alguém esqueceu de avisar o casal... Helena e Cláudio (interpretados novamente com competência e bom-humor pelos dois atores) acham que é tudo uma questão dos mesmos quatro dias que eles demoraram para voltar ao normal da última vez. Não muito espertos, vale dizer.

E se o desfecho já é conhecido desde o primeiro quadro, como se o longa fosse um esquete de Zorra Total, ao menos dá pra recostar-se na cadeira e aturar a duração da fita com uma ou outra piada melhorzinha. Só que a burrice dos protagonistas é transmissível, aparentemente - e mesmo os melhores momentos, as piadas mais engraçadas, precisam ser explicados por mais óbvios que sejam. Observe, caso você decida encarar o filme na telona, por exemplo, a cena do baile (claro, tem que ter um baile!), em que Cláudio, no corpo de Helena, tira o pai do noivo da filha (Chico Anysio) para dançar. O humor de dois homens tentando conduzir a dança é físico, visual, não carece de qualquer explicação. Mas ao final da música, o veterano humorista solta a pérola "mas a senhora está me conduzindo". Jura? Achei que estava vendo um filme, não ouvindo uma novela de rádio...

Nada contra repetir fórmulas ou fazer sequências, mas se o cinema nacional, nessa assumida (e justa) busca de bilheterias mais gordas, precisa mesmo buscar inspiração lá fora, que ao menos o faça copiando apenas os acertos alheios.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.