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Crítica

Crítica: Shrek 2

Shrek 2

17.06.2004, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H16

Só tem uma coisa mais perigosa que percorrer desertos escaldantes, escalar as montanhas mais altas e enfrentar dragões que soltam fogo pelas narinas: conhecer os sogros! Foi a partir desta premissa que o roteirista e diretor Andrew Adamson começou a pensar em Shrek 2. O projeto recebeu sinal verde logo depois que o primeiro filme iniciou seu domínio nos cinemas americanos. No total, Shrek (de Adamson e Vicky Jenson - 2001) fez 455 milhões de dólares nos cinemas do mundo todo (para um custo de 60 milhões) e faturou o primeiro Oscar para um longa-metragem de animação, surpreendentemente desbancando a Disney. Tirou também o posto de desenho mais visto, que até então pertencia a O Rei Leão (The Lion King - 1994).

A resposta da Casa do Mickey veio em dose dupla. Naquele mesmo ano de 2001 Monstros S.A. (Monsters Inc.) recuperou para a Disney a primeira posição entre as animações mais populares e em 2003 veio do fundo do mar um sucesso ainda maior: Procurando Nemo (Finding Nemo).

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Agora, três anos após o ogro verde ter conquistado o coração da Princesa Fiona, ele volta aos cinemas e bagunça toda a ordem de novo. Em apenas três semanas em cartaz nos Estados Unidos, o filme não só recuperou para a Dreamworks a posição de animação mais assistida, como bateu recordes de filmes normais, como por exemplo, quando quebrou a barreira dos 300 milhões de dólares mais rápido que o Homem-Aranha (Spider-man - 2002).

Mas para que tantos números?, você pode estar pensando. Por um único motivo: Shrek 2 merece cada centavo e recorde conquistado. A segunda aventura do ogro, agora casado com Fiona, e o fiel escudeiro Burro consegue elevar o patamar alcançado no primeiro filme.

Tudo começa logo após o casamento. Nos primeiros cinco minutos, já disponibilizados na internet (veja aqui), vemos um pedaço da lua-de-mel, desde o momento em que o noivo carrega a esposa no colo para dentro do quarto, até um romântico passeio pelos campos floridos - em câmera lenta, claro. Quando retornam para o conforto do pântano, agora livre de todas aquelas criaturas dos contos de fadas, recebem a notícia que vai mudar tudo: os pais de Fiona vão dar um baile para comemorar o casamento e abençoar o matrimônio. Só tem um problema: eles pensam que ela está apaixonada pelo Príncipe Encantado, não por uma criatura verde. Chegando ao reino de Tão Tão Distante (uma cópia de Los Angeles, com direito a Rodeo Drive, limusines e lojas para todos os lados) começa o novo desafio de Shrek: agradar sua amada esposa conquistando a simpatia dos sogros. A mãe de Fiona não é a bruxa malvada que muita gente tem como sogra, mas o pai é aquele sujeito que não engole o genro por nada e este vai ser apenas o menor dos problemas que Shrek vai ter de enfrentar.

O toque de mágica

Na área tecnológica, não há inovações que saltem tanto aos olhos quanto as texturas dos tecidos e pele, ou as feições conseguidas anteriormente. Agora, a diferença está nos detalhes. Houve apenas um aperfeiçoamento do que já era bom. Desta vez, os preguiçosos desenhistas tiraram os confortáveis calçados dos personagens e deixaram seus pés à vista em algumas cenas. Fumaças, diferentes pontos de luz, cabelos com mais volume e movimento... são estas as novidades, que de tão iguais à realidade, acabam passando desapercebidas.

O grande destaque, mais uma vez, é o roteiro, que consegue unir ação, comédia, drama e até um pouco de romance. As piadas estão em todos os lugares, inclusive nos mínimos detalhes. Pode ser o nome de um lugar, um posicionamento de câmera, um quadro na parede, uma foto pendurada em cima da cama... As referências a filmes também aumentaram. Entre muitos outros, foram parodiados os grandes sucessos Homem-Aranha, O Senhor dos Anéis, Alien - o oitavo passageiro, E.T., Caça Fantasmas, Indiana Jones e Missão: Impossível, mas também não faltaram brincadeiras com programas de televisão, como o famoso tapete vermelho do E!, Meu pequeno pônei e até a série COPS, em que a câmera acompanha policiais em caçadas a marginais.

Os novos personagens (Rei e Rainha, Gato de Botas, Fada Madrinha, Príncipe Valente e Irmã feia) são mais interessantes que o antigo Lord Farquad e justificam não só o que aconteceu no primeiro filme, como a forma como esta seqüência vai terminar. Finalmente saberemos quando começou a maldição que transformava Fiona em uma ogra à noite e como ela foi terminar na torre mais alta do castelo guardado pelo dragão.

Shrek 2 é um filme que merece ser visto mais de uma vez. Na primeira, você vai dar muitas risadas. Na segunda, vai descobrir coisas que não tinha percebido na vez anterior e vai dar mais risadas ainda. A boa notícia é que a versão brasileira está muito boa. Bussunda melhorou muito sua atuação e desta vez não atrapalha. O burro é mais uma vez dublado por Mario Jorge de Andrade, profissional que sempre faz a voz do Eddie Murphy nos filmes da Sessão da tarde e, por isso, sabe manter toda a verborragia do personagem. E, de bônus, temos um Gato de Botas que fala um portuñol divertidíssimo (voz de Alexandre Moreno). Dá até para dizer que, para nós brasileiros, é melhor que o Antônio Banderas, que emprestou a voz na versão americana. Por outro lado, no som original temos Cameron Diaz fazendo Fiona, John Cleese no papel do Rei e até Larry King, que faz a voz da Irmã Feia (no Brasil, dublado pelo também jornalista Pedro BBB Bial). Dublado, ou legendado, faça sua escolha, mas não se esqueça de uma coisa: para viver feliz para sempre você terá que ficar no cinema até o fim da sessão. Quem sair logo que os créditos começam vai ser amaldiçoado e perderá a última piada.

Nota do Crítico
Excelente!
Shrek
Shrek
Shrek
Shrek

Ano: 2001

País: EUA

Classificação: LIVRE

Duração: 89 min

Direção: Andrew Adamson, Vicky Jenson

Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio, Joe Stillman, Roger S.H. Schulman

Elenco: Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, John Lithgow, Vincent Cassel, Peter Dennis, Clive Pearse, Jim Cummings, Bobby Block, Chris Miller, Cody Cameron, Kathleen Freeman, Conrad Vernon

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