Sonic the Hedgehog completou 25 anos na última quinta-feira (23) com uma comemoração tímida. As celebrações de um quarto de século do ouriço azul que ajudou a Sega a destronar a Nintendo da liderança do mercado de games nos anos 1990 se limitaram a um vídeo comemorativo (que você confere abaixo), alguns tuítes comemorativos - sua conta oficial engraçadinha no Twitter é o que mais têm se destacado atualmente - e, claro... o anúncio de um novo jogo da franquia.

None

Guardo o anúncio deste novo game para o final porque, salvo os fãs mais fervorosos do Sonic, pouca gente deve ter se empolgado com a notícia. Hoje, o mascote da Sega vive um paradoxo: aos 25 anos, ele continua como um dos maiores ícones dos games, mas é completamente irrevelante quando discutimos o impacto causado por seus novos títulos.

O personagem não chegou nesta situação por acaso. A reputação de Sonic como sinônimo de bons jogos foi destruída ao longo da última década e meia com uma sucessão de games que foram, no máximo, do insosso ao desastroso. Seus games ainda tinham certo respaldo na época do finado Dreamcast, mas, a partir daí, ele só correu ladeira abaixo, em praticamente todas as tentativas. 

A Sega tentou manter os conceitos da era Dreamcast em Sonic Heroes, primeiro game multiplataforma da série. Não deu certo. Tentou realizar um reboot completo da franquia com Sonic the Hedgehog em 2006. Não deu certo (e o jogo foi um desastre). Tentaram incorporar elementos novos, como lutas de espada em Sonic and the Black Knight do Wii e combates no estilo God of War em Sonic Unleashed. Não deu certo. Tentaram até mesmo voltar às origens do personagem em Sonic 4, com seu lançamento episódico. Não deu certo.

None

Foram jogos com estilos e estéticas diferentes, mas todos são unidos por um elemento em comum: a mediocridade de sua execução. Os únicos games que fazem exceção à regra, Sonic Colors Sonic Generations, deram certo por se manter fiéis à essência da franquia com um mínimo de qualidade - Generations, feito para comemorar os 20 anos da franquia, é praticamente um remix das eras clássica e moderna do personagem, com suas duas versões - a baixinha barriguda e a comprida e com voz.

Enquanto o próximo game do personagem deve empolgar poucos - nem a maioria dos fãs parece interessada em repetir o célebre "ciclo Sonic" de hype e decepção -, o personagem pode ver mais sucesso em seu futuro no que diz respeito a outras mídias.

O principal exemplo está em Sonic Boom, a mais recente reinvenção do ouriço com um jogo que fracassou com a crítica e o público (que surpresa) e uma animação de TV que, surpreendentemente, deu muito certo.

A animação estreou no fim de 2014 nos Estados Unidos na liderança entre diversas categorias demográficas e, quase um ano depois, ainda tinha quase 1 milhão de telespectadores entre os adultos - o dobro do total de vendas das edições de Wii UNintendo 3DS dos games Sonic Boom.

O sucesso da série de TV pode indicar uma boa oportunidade para o possível vindouro filme do Sonic, que misturará animação com atores. O personagem ainda é icônico e tem excelentes qualidades, como a atitude rebelde e, ao menos nas séries mais recentes, o tino para a comédia, que podem ser utilizadas pelas telonas.

É, talvez, uma chance de curtirmos o personagem sem ter de aguardar as iminentes decepções que os jogadores já esperam de um novo jogo, dado o histórico pavoroso dos últimos anos. Aos 25 anos, talvez seja a hora de um dos mascotes mais queridos dos games tentar a sorte em outras mídias.

Leia mais sobre Sonic the Hedgehog