Uma das maiores críticas a Star Wars: Battlefront é que o game não terá modo de campanha. Normalmente, eu engrossaria facilmente o coro de insatisfeitos... para mim, a história vem em primeiro lugar. Aqui, no entanto, eu não poderia estar mais de acordo com a decisão da DICE.

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Nunca fui grande fã, afinal, de games que pretendem criar histórias paralelas a filmes ou que tentam replicar a jornada dos protagonistas. Com raríssimas exceções, sempre terminam inferiores ao material de base. Star Wars não é diferente. Em quase 40 anos de saga foram dois ou três os grandes jogos em termos de história da franquia.

Star Wars Battlefront desvencilha-se assim de qualquer armadilha possível e aplica suas liberdades poéticas no gameplay. Dá pra fazer vista grossa, em prol da diversão,  a troopers e rebeldes voando pelos ares com foguetes pessoais estilo Bobba Fet. Ou ao Luke Skywalker já vestindo os trajes de O Retorno de Jedi, andando pela batalha de Hoth (que aconteceu em O Império Contra-Ataca). E onde estão os snow speeders nesse mapa, aliás? São elementos que o game usa fora de contexto, mas que efetivamente funcionam no que realmente importa... o quebra-pau maciço entre Aliança e Império que é o cerne de Battlefront.

No breve período em que a demo do título ficou aberta, pude experimentar os mapas de Hoth e Sullust, além do modo Sobrevivência (estilo horda de Gears of War, divertido, mas bem convencional). No primeiro, compacto e com encontros frequentes à queima-roupa, o objetivo é dominar cápsulas de escape que caem do céu, defendendo-as a seguir por alguns minutos. O lado que dominar mais cápsulas vence.

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O mapa, de cara, já desperta interesse pois o planeta Sullust - onde vive a raça do copiloto de Lando Carlrissian em O Retorno de Jedi - nunca foi visto no universo Star Wars. Rochoso e com fossas ácidas, o palco foi criado em cooperação com a Lucasfilm, que também abriu seus depósitos para a DICE, que pode digitalizar todos os objetos neles. O resultado é algo perfeitamente alinhado visualmente com a franquia.

Esse esmero visual e sonoro (o banco de dados de sons também foi empregado) garante que a trama seja implícita. Não é necessário um segmento de história pois a história está em tudo que vemos.

Mas se o mapa sullustano é frenético e sanguinário, o mapa de Hoth permite mais possibilidades.  Nele, imperiais precisam avançar pelo mapa gelado com seus andadores AT-AT, enquanto a aliança rebelde ativa transmissores para bombardear esses veículos. O mapa está repleto de ícones escondidos que ativam estações de tiro, veículos diversos, bombas especiais e até heróis. Controlar Darth Vader ou Luke Skywalker no campo de batalha dá uma sensação de poder absurda, ainda que um tanto desengonçada, já que você vai aprendendo o funcionamento de seus poderes e habilidades conforme luta. O mesmo pode ser dito dos veículos (bati todos os meus tie-fighters, por exemplo). Nada que o modo de treinamento, que estará no game final, não resolva. 

Fica a impressão, no entanto, que o mapa de Hoth precisa de ajustes para equilibrar os lados. É muito mais fácil vencer com o Império nele. No restante da demo, pude experimentar um game de tiro bastante sólido, divertido de jogar e visualmente muito bonito. Depois do fraco Battlefield Hardline e sua história descartável e genérica, é ótimo ver a DICE tratando Star Wars com o respeito merecido.

O game chega às lojas em 17 de novembro para PlayStation 4, Xbox One e PC.