Alguns games tornam-se sinônimo de gêneros. Quando Doom popularizou o jogo de tiro em primeira pessoa, durante alguns anos todos os games que surgiram depois eram considerados cópias do jogo da iD Software. Hoje, claro, ninguém mais tece esse tipo de comparação. O First Person Shooter se estabeleceu como um gênero próprio.

O estilo de RPG exploratório de Legend of Zelda já faz tempo também foi incorporado pela indústria, que o usa como benchmarketing sem dó. God of War e World of Warcraft são, igualmente, objetivos frequentes a serem alcançados pelas produtoras.

Não é surpresa, portanto, que a Vigil Games - desenvolvedora publicada pela THQ - tenha usados esses populares títulos como base e inspiração para seu próprio jogo. Em Darksiders, mais recente lançamento da empresa para Xbox 360 e Playstation 3, porém, eles foram um pouco longe demais.

O pastiche consegue reunir a estética de World of Warcraft com o estilo de Legend of Zelda e os combates sangrentos e evolução de personagem de God of War. O problema é que no processo acaba provando que nem tudo que é perfeito em um estilo funciona perfeitamente bem se reunido a outro. Especialmente quando o assunto é a jogabilidade.

Em uma batalha contra o chefe de fase Tiamat, os controles chegam a embaralhar os dedos. Trave a visão no inimigo com "L2". Apanhe bombas com o botão "O" e as arremesse com o "R2". Na sequência, pressione "R3" para mirar seu bumerangue de lâminas em uma pira ardente e depois na bomba lançada - para depois o arremessar com o "R2". Tudo isso enquanto se esquiva com o direcional e "R1" das bolas de fogo que o mostro solta. E esse é apenas o começo da luta, que enlouqueceu muita gente na Internet.

Não é impossível, claro, mas há uma certa dureza no personagem controlado, o Cavaleiro do Apocalipse Guerra, que incomoda. Nem de longe ele tem a fluidez de movimentos de Kratos ou Link, ou responde como eles. Talvez porque tenha que ter simultaneamente a funcionalidade de ambos. Mas a impressão é que a Vigil, com a necessidade de recuperar logo seu investimento, acabou lançando o game antes que ele estivesse 100% perfeito. Problemas visuais e de performance (frame rate) também podem ser notados.

De qualquer maneira, o abrangente esforço da empresa é até agradável. Os labirintos e quebra-cabeças emulam bem os de Zelda e as finalizações e batalhas parecem um God of War light. O visual, criado pelo quadrinista e designer Joe Madureira (sócio da Vigil), também é interessante. A inspiração em World of Warcraft é presente, mas Madureira ficou conhecido em 1998 com a história em quadrinhos Battle Chasers, que já tinha bastante desse visual, então ele está em seu direito.

A trama é superficial, mas ao menos não interrompe a ação a cada conquista com longas cutscenes para contá-la. Nela, Guerra é considerado culpado por ter liberado o apocalipse sobre a Terra antes da hora. Privado de seus poderes, ele precisa vagar pelo mundo devastado, entre anjos e demônios, em busca de respostas e sua redenção. Assim, ele vai de missão a missão, conquistando novas armas e habilidades que são necessárias nas fases adiante. Ou seja, também nada de inovador aí.

Inovação, aliás, é uma palavra que não cabe em aspecto algum do jogo. Darksiders é mesmo uma grande reciclagem, que só se sai bem porque copia direitinho os originais.

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Nota do crítico