Escondido entre as várias opções da tela principal do Super Smash Bros. de Wii U, há um menu em que você pode experimentar, por períodos que vão de dois a quatro minutos, jogos clássicos que envolvem os personagens do elenco: Super Mario Bros., Super Mario World, os dois primeiros Legend of Zelda, o primeiro Metroid, Mega Man 2 e vários outros títulos estão à disposição, seja para relembrar, seja para conhecer.

Esse tipo de agrado resume bem uma filosofia que a Nintendo parece adotar cada vez mais: a de investir tanto na nostalgia quanto no carisma de suas valiosas criações. Em um ano em que a fabricante inventou de colocar Zelda e F-Zero em Mario Kart 8 e transformar o coadjuvante Toad em protagonista, fica clara a sua intenção de explorar melhor a imagem de seus personagens. E, nesse sentido, este Super Smash Bros. sabe fazer isso como nenhum outro título da Big N.

Ah, e eu já falei que também é um excelente jogo?

Smash para oito

Quem jogou a versão de 3DS vai notar, logo de cara, o quanto as versões são semelhantes (o que serve mais para ressaltar a qualidade da edição do portátil). Além do elenco, que contém os mesmos lutadores, o design dos menus e a trilha sonora são praticamente as mesmas. As principais diferenças estão na óbvia superioridade de memória e processamento do Wii U em relação ao portátil: mais músicas, mais cenários, melhor resolução.

É na maior capacidade que está uma das melhores novidades do Smash Bros. de Wii U: cenários que comportam até oito jogadores. Em mapas gigantes, no qual mal se consegue ver o próprio lutador na tela da televisão, o modo amplifica uma das melhores qualidades do game, como a imprevisibilidade e a pegada festiva de luta que sempre rendem boas risadas e diversão quando se está jogando com os amigos.

Falando em multiplayer, este Smash não poupa em variedade de maneiras de controlar os lutadores. Se a versão de 3DS nos restringia a um impreciso disco analógico, a de Wii U é abundante em opções de controles: além do GamePad, você usar o Wii Remote, o controle clássico do Wii U, o controle de GameCube (por meio de um adaptador especial) e até mesmo o próprio 3DS (apenas no modo Smash), para quem tem a edição do portátil.

Diversão x competição

Mas a festividade não é o único elemento presente nas lutas. Ouvindo também a comunidade competitiva, o jogo balanceia o estilo casual de Brawl, do Wii, com os controles mais precisos de Melee, de GameCube, que até hoje ainda é o título oficial da franquia para competições como o EVO. Isso resulta no melhor tipo de jogo: aquele que é fácil de aprender, mas difícil de dominar.

Fora das batalhas, o jogo exibe uma quantidade monstruosa de conteúdo: personagens secretos desbloqueáveis, itens, troféus, desafios… tudo para te manter grudado na tela. O modo exclusivo do Wii U é o Smash Tour, um game de tabuleiro no qual os jogadores coletam lutadores e aumentam seus stats para, ao fim, lutar em uma arena. É um modo interesante, mas não é tão divertido quanto o Smash Run do 3DS.

Infelizmente, o Smash de Wii U, pelo menos no Brasil, ainda está incompleto, por conta das dificuldades da Nintendo de trazer os acessórios que o acompanham. Na data de publicação desta crítica, ainda não há previsão de quando estarão disponíveis o adaptador para o controle de GameCube - o preferido entre os jogadores mais competitivos - e os bonecos interativos Amiibos, que, no game, viram lutadores controlados pela máquina, com níveis de experiência e movesets próprios.

Misturando competitividade e diversão descompromissada, o Smash Bros. de Wii U pega o conceito básico da série e leva ao extremo, com um elenco gigante e muita coisa para desbloquear. É uma celebração máxima da nostalgia da Nintendo - e, com Mega Man, Pac Man e Sonic no elenco, também da era de ouro dos games.

Super Smash Bros. é exclusivo de Wii U.

Nota do crítico