A temporada da NBA está de volta e o melhor basquete do mundo está bem representado nos consoles da nova geração. Há muito tempo soberano, a série da 2K volta com tremenda exuberância gráfica em NBA 2K15.

O reinado na concorrência com a série da EA parece assegurado, mas os problemas com os servidores seguem como no ano passado e a experiência online é mais uma vez prejudicada. No modo offline, no entanto, a diversão é garantida.

Em cada detalhe

A versão anterior impressionava no Playstation 4 e no Xbox One, trazendo um dos melhores gráficos da primeira leva da geração. Tudo isso está de volta e ainda com pequenas melhorias. Os jogadores da Liga estão retratados em seus mínimos detalhes como corte de cabelo, estilo de barba, tatuagens, porte físico e altura. Os treinadores também estão lá e é fácil ver animações de Gregg Popovich, do San Antonio Spurs, reclamando ao lado do banco de reservas e em nenhuma delas sorrindo.

Você ainda pode criar sua personagem no jogo, usando a Face Scan, que promete uma modelagem em 3D do rosto do jogador utilizando a câmera de seu console, colocando você no jogo. É claro que alguns bugs criaram verdadeiros monstros, mas o sistema funciona de maneira eficiente.

Uma das melhorias também presentes é a fluidez do movimento do uniforme dos jogadores, cada vez mais realista, numa das “perfumarias” que ajudam muito na sensação de assistir a um jogo real.

Temos um jogo

NBA 2K15 mais uma vez peca em menus pouco convidativos para novatos. Porém, os modos de jogo consagrados estão lá. O MyCARRER é o que você cria um atleta e segue com ele pela NBA, lutando para ganhar seu espaço no time, entre patrocinadores e até mesmo seguidores em redes sociais. Este jogador criado também pode ser utilizado no modo online MyPARK, em que o jogo é em quadras “de rua” no 2 contra 2, 3 contra 3 ou 5 contra 5.

Em MyGM, a experiência envolve a burocracia de comandar uma equipe. Os diálogos com os técnicos e jogadores foram melhorados para muito mais do que perguntas de “sim” ou “não”. Entre um jogo e outro, você controle sobre contratos, preço de produtos vendidos no ginásio e até mesmo do valor dos ingressos, permitindo ver uma arquibancada vazia caso você cobre muito por um time que não faz lá grande campanha.

O modo MyLEAGUE é um dos mais interessantes. O controle sobre o salary cap e elenco são opcionais e ainda pode é possível escolher o tamanho da temporada, se completa, com 82 jogos, ou reduzida a apenas 14 partidas. Diferente do que acontecia antes, este modo não se resume a uma temporada, então é praticamente uma versão da MyGM mais simplificada.

Nos modos online, existe ainda o MyTEAM, a versão da 2k para o Utimate Team. O padrão é o mesmo: alguns pacotes de figurinhas de jogadores para você montar seu time, uma quadra, uniformes de casa e de visitante aleatórios e desafios para melhorar a equipe.

Como no último ano, alguns times europeus estão presentes, mas você só consegue jogar com eles em jogos rápidos ou em ligas criadas. Aliás, como os times históricos da NBA estão presentes mais uma vez, é possível criar um torneio dos sonhos, com poderosos esquadrões que vêm desde os Celtics dos anos 60, passando, é claro, pelos Bulls de Michael Jordan.

Quando a bola laranja voa

A jogabilidade continua sendo um ponto forte da franquia. Apesar de dribles ainda serem um pouco complicado para novatos, a resposta aos controles é bem rápida e utilizar o analógico direito é bastante intuitivo na hora de fazer uma assistência ou tentar arremesso, que também ficou menos complicado com uma nova barra de execução.

Os lances livres continuam com o mesmo mecanismo em que cada atleta tem sua particularidade, seu tempo de lançamento, e isso privilegia aqueles que jogam sempre com as mesmas equipes. Afinal, não é fácil saber o timing de uma dezena de jogadores na hora de ir para a linha de arremesso.

As enterradas, com toda certeza, são o ponto alto dos jogos. Belas e com muitas possibilidades de executá-las, nada anima mais no jogo do que ver os replays por diversos ângulos, a medição do impulso do jogador e também o reflexo dela com a empolgação da torcida que levanta das cadeiras e até esconde a linha lateral da quadra, como na vida real.

Tudo é um grande show

NBA 2K15 conseguiu deixar até o demorado loading antes das partidas interessante. Enquanto o jogo carrega, você fica com um “Abre o Jogo” com as versões digitais de Ernie Johnson e Shaquille O’Neal que surpreendem pelo clima descontraído do bate-papo e as piadas nem tão engraçadas do gigante ex-jogador.

Na quadra temos as famosas estradas dos times da casa, hino nacional cantado com emoção pelos jogadores e os intervalos trazem cheerleaders. A repórter Doris Burke está de volta e com as entrevistas no fim do segundo quarto e no fim do jogo, apesar de muitas vezes colocar o microfone no peito do jogador, dada a imensa diferença de altura.

Estranho apenas é ouvir os comentários de Steve Kerr. Não pela competência do ex-comentarista da TNT, mas sim por que você também vai encontrá-lo no banco de reservas, já que é o atual treinador do Golden State Warriors.

Nada que estrague a experiência do fã da NBA que segue tendo na franquia da 2K uma réplica quase perfeita do que assiste na TV ou nas grandes arenas dos EUA.

Nota do crítico