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Crítica

Homem-Aranha: A Morte de Jean DeWolff | Crítica

HQ para fãs oitentistas do Aranha

21.06.2013, às 17H01.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H39

Essa resenha vai ser típica nostalgia de trintão. Portanto, se você tem menos que 25 anos, talvez queira aguardar a próxima crítica ou conferir a seção de games.

Homem-Aranha: a Morte de Jean DeWollf é nostálgica porque, para quem lia os gibis de heróis nos anos 80 e início dos 90, era difícil não ter o Aranha como personagem predileto. Por um longo período, ele foi o único a ter DUAS séries mensais no Brasil. A Teia do Aranha publicava o material clássico incontestável de Stan Lee, John Romita, Gerry Conway e companhia, enquanto O Homem-Aranha publicava a fase oitentista que, pelo menos na memória, teve vários pontos altos.

Um destes pontos altos foi "A Morte de Jean DeWolff". Na época, as HQs eram publicadas aqui com bastante atraso em relação aos EUA. Uma das edições brasileiras que trouxe a trama já destacava na capa o renome que a história tinha ganho nos cinco anos desde que fora publicada lá fora: "A melhor história do Aranha dos últimos tempos."

O oba-oba (na época a gente falava "oba-oba" ao invés de "hype") era merecido. Peter David ainda era um autor relativamente desconhecido - só viria a fazer sucesso depois de alguns anos no Hulk - e construiu uma trama que tem mais a ver com um bom episódio de série de TV policial/investigativa do que com a trama tradicional supervilão-do-mês das revistas de supers.

Há um assassino à solta na cidade, chamado Devorador de Pecados, que escolhe suas vítimas segundo uma cruzada moral insana. A primeira vítima é Jean DeWolff, capitã da polícia que frequentava as histórias do Aranha há quase uma década. A grande sacada do roteiro foi mostrar que a moral louca do vilão não foge muito das várias discussões sobre justiça na qual os outros personagens se envolvem.

A coletânea que sai agora pela Panini reúne também a continuação da trama, publicada dois anos depois. Enquanto a primeira história quase não parece uma HQ de super-heróis - Aranha e Demolidor (de convidado especial) têm superpoderes só por acaso - a segunda é mais própria do gênero: a volta do Devorador de Pecados serve de contraponto a um conflito prolongado entre Aranha e Electro.

A ótima discussão sobre justiça na HQ também se combina a outro ponto forte de Peter David que ia se destacar com os anos: o senso de humor. A tendência para a tragédia clássica e para a comédia são marcas do escritor até hoje.

Por outro lado, a edição também comprova alguns problemas dos quadrinhos dos anos 80. Nas rodas de conversa dos leitores veteranos, sempre se brinca que o formatinho - os gibis de heróis não saíam no formato original, mas eram reduzidos às mesmas dimensões dos gibis da Mônica - beneficiava desenhistas ruins, pois a arte reduzida escondia deficiências. Ver os desenhos de Rich Buckler no seu formato original (assim como a colorização) comprova a "benesse" do formatino, e também que o padrão de qualidade artística dos gibis da Marvel deu vários saltos dos anos 80 para cá.

Por fim, ficou faltando à edição o texto para contextualizar o leitor atual quanto à época da edição original: quem era Jean DeWolff, por que o Homem-Aranha está de uniforme negro, por que numa história ele está solteiro e na outra casado, entre outras questões. A falta não é somente da Panini, mas da Marvel americana - que recentemente reeditou a história também sem explicar seu momento histórico.

Nota do Crítico
Bom
Homem-Aranha
Spider-Man
Homem-Aranha
Spider-Man

Ano: 2002

País: EUA

Classificação: 18 anos

Duração: 121 min

Direção: Sam Raimi

Roteiro: Stan Lee, Steve Ditko

Elenco: Kirsten Dunst, James Franco, Cliff Robertson, J.K. Simmons, Joe Manganiello, Gerry Becker, Rosemary Harris, Bill Nunn, Bruce Campbell, Stanley Anderson, Ron Perkins, Michael Papajohn, K. K. Dodds, Jack Betts, Elizabeth Banks, Shan Omar Huey, Lucy Lawless, Robert Kerman, Ted Raimi, John Paxton, Octavia Spencer, Randy Savage, Jayce Bartok, Sara Ramirez, Una Damon, Stan Lee, Tobey Maguire, Willem Dafoe

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