J.J. Abrams falou aos nossos parceiros do Collider sobre Alcatraz, nova série produzida por ele para o midseason desta temporada, e sobre o destino de Fringe, que corre risco de ser cancelada.
J.J. Abrams
O produtor falou sobre as mudanças que levaram à saída de Elizabeth Sarnoff, a showrunner (algo como produtor principal) da nova série, que foi substituída por Jennifer Johnson e Daniel Pyne após diferenças criativas entre ela e o time de roteiristas. "Bom, uma das vantagens de ser uma série do midseason é que você pode fazer as mudanças necessárias. Parte disso foi que sentimos que queríamos investir em algo mais específico com Rebecca [personagem de Sarah Jones], para que o público pudesse se reconhecer nela e se conectar melhor a Alcatraz. Havia uma noção intelectual legal, mas não era algo visceralmente demonstrado e dramatizado no episódio piloto. E havia um monte de pequenas coisas que percebemos, como o interesse romântico dela. Percebemos que não batia com o resto do programa. Então, ao invés de engolir e aceitar, nós tivemos a chance de fazer as mudanças necessárias para melhorar a série".
Abrams também fez questão de garantir que não há qualquer relação entre Alcatraz e Lost, apesar da presença de elementos em comum como ilhas misteriosas e o ator Jorge Garcia: "O negócio é que, em teoria, todo pedaço de terra é uma ilha, então você pode argumentar que todos os programas já feitos são sobre uma ilha. The Mary Tyler Moore Show é tão parecido com Lost quanto Alcatraz, honestamente. Jorge foi a primeira pessoa a ser contratada em Lost e foi a primeira em Alcatraz. Quando o conheci, a coisa estranha é que a namorada dele era obcecada por Alcatraz e estava falando muito sobre isso porque estava escrevendo um livro. Eu ia falar com ele sobre a série e ela continuou a falar sobre Alcatraz, então eu disse, 'Legal, pois estamos na verdade trabalhando em um programa sobre isso. Jorge você quer um papel em uma série sobre Alcatraz?'".
O mistério envolvendo a nova série e as frustrações do público frente a questões não respondidas, a exemplo de Lost, também foram motivo de explicação do produtor: "Você não pode esperar que o público se questione por anos. É injusto e é errado, de um lado. Contudo, eu também acho que as pessoas podem perder a verdadeira motivação. Algumas vezes essas situações existem para criar grandes histórias. O importante é não ter as pessoas ludibriadas por questões fundamentais que nunca iremos responder. Seria cruel e incomum. Então, há lições a serem aprendidas de experiências passadas. Nós vamos garantir que as pessoas não vão estar batendo com a cabeça na parede. Mas se respondermos tudo no final da primeira temporada, isso não é bom para nenhuma série. Eu estaria mentindo se eu dissesse, 'Sim, ao final da primeira temporada, você saberá tudo'. Claro que não! Mas é uma história de múltiplas camadas, então não há apenas uma resposta".
Sobre Fringe, Abrams falou que mantém a esperança de que a série continue, mesmo que em outro canal: "Eu não sei. Por algum motivo, estou esperançoso. Há algumas coisas chegando que são ótimas. Eles estão fazendo um trabalho tão bom. Talvez é só esse otimismo bobo que espera que, quando o trabalho é bem feito, ele seja reconhecido. Algumas das coisas em que Jeff [Pinkner] e Joel [Wyman] - [showrunners da série] - estão trabalhando agora são tão boas que estou cruzando meus dedos para que a série continue. E, se não da Fox, talvez em outro lugar. Eu não quero entregar nada, mas Joel dirigiu um episódio que incrivelmente romântico, poderoso e emocional, e tem a minha combinação favorita de estranho, doce, sci-fi e romance".
Atualmente, J.J. Abrams trabalha na direção da sequência de Star Trek. Alcatraz estreou nos EUA na segunda-feira passada. No Brasil, a série será exibida pelo Warner Chanel e teve sua pré-estreia no último domingo.