O Cultura Inglesa Festival conseguiu se estabelecer no calendário de São Pauo graças a duas características marcantes: Shows gratuitos em locais urbanos de fácil acesso e nomes fortes do cenário musical inglês.
Nesse ano, com um line up diferente do habitual, misturando uma banda brasileira e uma inglesa, o evento não perdeu o foco na cultura britânica e ainda garantiu um pouco do tempero musical nacional.
O primeiro nome conhecido a subir ao palco, a Nação Zumbi, apresentou uma seleção de músicas um pouco diferente do que toca habitualmente. Apostando em alguns covers de bandas inglesas que influenciam o grupo, como dito pelo vocalista Jorge dü Peixe, a banda apresentou versões de "China Girl" de David Bowie e "Time of the Season" do Zombies, entre outras. O destaque ficou por conta da forma como o som foi trabalhado, possibilitando saber claramente qual era a música original, mas com uma boa dose da sonoridade dos pernambucanos. Mas não dá para negar que o grande momento do Nação no palco foi a apresentação das suas faixas mais representativas "Maracatu Atômico" e "Quando a Maré Encher", que apesar do som baixo, fez o público dançar e cantar antes do final do show que se foi junto ao pôr do sol de outono, com cores entre o rosa e o roxo.
No intervalo entre a performance dos brasileiros e a do Kaiser Chiefs, era possível notar a pluralidade de pessoas, idades e estilos no Memorial da América Latina. Não muito distante do palco estavam pais com crianças pequenas, assistindo seu primeiro show, adolescentes, jovens e adultos dos mais variados estilos. Ainda, outro detalhe que mereceu destaque, foram os preços dos produtos, bem acessíveis, com espetinhos a partir de R$ 6, água por R$ 4 e refrigerante por R$ 6. Bebida alcoólica não era vendida no local.
Quando o Kaiser Chiefs, a única banda representante da terra da rainha surgiu, o som baixo ficou ainda mais perceptível, já que isso atrapalhava bastante a sensação imersiva da apresentação para quem não estava muito próximo do palco. Ainda bem, que Ricky Wilson, vocalista da trupe, entrou quente, apostando em suas estripulias e macaquices para manter o público atento à performance do KC.
O show não apresentou grandes surpresas, com o público mais empolgado com músicas como "Everyday I Love You Less and Less", "I Predict a Riot", "Modern Way", "Ruby" e "The Angry Mob". Essa reação deu ainda mais evidência ao set list um pouco desencontrado, talvez pela opção de tocar as músicas "Parachute” e “Hole in My Soul" (que farão parte do novo disco) que apresentam um ritmo mais lento e deixam em evidência uma aposta nos teclados que, infelizmente, se perdeu pela falta de potência do som.
Mas apesar disso, Wilson, durante toda a apresentação, se manteve vibrante, descendo do palco e mantendo contato com o público de todas as formas possíveis. Em um momento pediu para um rapaz da plateia fazer seguir o coro do "ôôô" sozinho, em outro falou sobre o dia dos namorados, e chegou a subir na cabine de luz e som para finalizar uma das canções do grupo. Ainda, entre uma conversa e outra, o Kaiser Chiefs também apresentou um cover de "Pinball Wizard", do The Who, também um dos pontos altos da noite.
Por fim, a aposta no encerramento do show com uma mistura de "Oh My God" e "Na Na Na Na Naa", empolgou a audiência e mostrou que a fase na qual a banda fala sobre política parece soar mais empolgante do que a nova opção por falar de amor, como afirmou o vocalista em entrevista concedida antes do show - veja mais.
Agora, resta aguardar o lançamento do novo álbum, pra saber se essa aposta vai soar mais vibrante no disco do que ao vivo.
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