Há quem diga que o Tim Festival está caído, perdendo prestígio em frente aos mais novos concorrentes. É difícil concordar, ao sair de uma maratona que reuniu de Björk a Spank Rock em um espaço sensacional como a Marina da Glória, no Rio de Janeiro.
Mas é fato que paisagem não paga as contas, nem ajuda a disfarçar deslizes. A programação, que perdeu um dia em relação ao ano passado, parecia realmente entulhada. E gastar vários medalhões na primeira noite acaba gerando aquela velha frustração de fã de terceiro mundo: assistir à estréia dos Arctic Monkeys no Brasil ou conferir a nova persona "pra cima" de Cat Power? Se há público disposto a pagar pelos dois shows, qual a esperteza em colocá-los simultaneamente na programação?
tim festival 2007
O país também ficou desfalcado na escalação de bandas indie, presença sempre marcante todos os anos. O palquinho montado ao ar livre, prêmio de consolação para os músicos locais, acabou devastado pela chuva que atacou a capital fluminense na semana passada.
Shows cancelados e seu dinheiro de volta, já que no dia seguinte a vibe era de rave, com dúzias de DJs tomando conta do espaço, no encerramento mais chato de toda a história do evento. Tá certo que o Skol Beats não é mais aquele, mas toda esse cachê podia ter sido usado no tradicional figurão old school (como Patti Smith e Brian Wilson em outros anos), que faltou nesta edição.
O Tim Festival 2007, com seu novo formato, foi claramente um evento de transição. Só resta esperar e ver para onde vai. Se é que vai.
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- Tá quente, tá frio - Sobre os shows de Hot Chip e Arctic Monkeys
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