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Yasiin Bey (Mos Def) canta, dança e se despede do Brasil em show com o seu estilo

Rapper já havia anunciado sua aposentadoria e pode ter feito seu último show no Brasil

13.02.2017, às 00H03.
Atualizada em 13.02.2017, ÀS 01H01

Yasiin Bey, mais conhecido por seu antigo nome artístico, Mos Def, enfim realizou sua apresentação em São Paulo, nesse domingo (13). Depois de um cancelamento - que atrasou o show em dois meses - e um adiamento, o norte-americano, agora cidadão do mundo, subiu ao palco às 20h45 para sua terceira passagem pelo Brasil.

Quando subiu ao palco,  trazia uma bolsa, a qual colocou em um canto, ao lado do DJ, esparramou pétalas de rosas no espaço, tirou seu microfone vermelho da peça que carregava e deu início ao show com quase uma hora e meia de duração. Descarregando alguns de seus hits, algumas músicas de seu último álbum, December 99th, lançado em dezembro do ano passado, e também duas inéditas, uma de sonoridade mais lenta, com arranjos instrumentais com influências de jazz, outra mais pesada, com todas as camadas que o Jay-Z ou Kanye West colocariam em um álbum deles.

Durante o tempo  de show, Bey dançou - muito -, tentou algo próximo de sambar, conversou um pouco com o público e mandou algumas palavras em português. O artista parecia feliz de estar no palco, apesar de ter dito, "Eu estou cansado disso, então essa é minha última turnê". Durante todo o tempo ele agradeceu muito ao público por estar ali e perguntou se todos entendiam inglês, de qualquer forma fez o possível para não falar nos intervalos entre uma música e outra, "Vou deixar a música falar por si só".

O público estava conectado ao rapper, apesar de em alguns momentos ser possível perceber que grande parte das pessoas pareciam estar hipnotizada, com os celulares pra cima, sem esboçar nenhum som, somente olhando fixo para o palco, clara admiração ao trabalho do rapper de 43 anos. No restante do tempo, o público respondia bem aos comandos de Bey, cantava junto e mostrava que, apesar do tempo de espera, a vinda do rapper foi bem recebida por todos.

Por fim, depois do período de Bey no palco, o que fica nítido é que ao menos nessa fase da sua carreira, o show é feito por ele para ele. É o ritmo que ele acha melhor, com alternâncias sonoras entre faixas velozes e faixas mais calmas - as quais ele parece gostar ainda mais, tanto pela forma como canta, quanto pela maneira que parece sentir a música -. O comando das pausas por algum tempo sem música, a dança em alguns intervalos, como quando curtiu um som punk ou ainda quando encerrou o show, fazendo air guitar, agradecendo e girando pelo palco.

Toda essa cara que o artista dá ao seu show, não é ruim, é simplesmente o que ele quer fazer. Possivelmente, ele tenha descoberto que os shows precisam ser pra ele, antes de mais nada e daí a opção pela aposentadoria dos palcos e da atuação - Bey (Mos Def) tem uma carreira interessante no cinema e em séries de TV -. No entanto, essa aposentadoria não deve ser estendida à música de uma forma completa, já que ainda estão planejados mais dois álbuns com faixas inéditas, ambos sem data de lançamento divulgadas.

Assim, após esse momento de comunhão com a plateia, por meio da música, da dança e da aparente alegria de estar ali, Bey pegou seu boné, sua bolsa, entregou algumas rosas para quem estava mais próximo e se despediu, talvez pra nunca mais voltar para cantar. :(

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