Música

Crítica

Alanis Morissette - Havoc And Bright Lights | Crítica

Cantora canadense celebra a maternidade em novo álbum

21.08.2012, às 20H00.
Atualizada em 16.11.2016, ÀS 06H07

Após quatro anos sem lançar um disco inédito para se dedicar à família e a projetos paralelos, Alanis Morissette volta com Havoc and The Bright Lights. Durante esse período, a cantora se casou e teve o seu primeiro filho, fatos que influenciaram a composição deste novo álbum, 12 faixas produzidas por seu antigo parceiro de estúdio, Guy Sigsworth. Uma mistura de estilos e sons, Havoc segue a tendência do rock eletrônico do último trabalho de Alanis, Flavours of Entaglement, e mantém as tradicionais confissões da vida pessoal da cantora.

O primeiro single do disco, "Guardian", é o cartão de visita perfeito para um trabalho tomado pelo sentimento de maternidade. Inspirada pela chegada do primogênito, Ever, Alanis canta a honra de se tornar mãe e ser protetora, com um refrão pegajoso de pop-rock. Enquanto "Guardian" apresenta o tema, a segunda faixa ,"Woman Down", mostra a influência de Guy Sigsworth e seus sintetizadores no som da canadense. Conhecido por também ser parceiro de Björk e Seal, Sigsworth continua o trabalho feito com Alanis em Flavours of Entaglement, em 2008. Em "Woman Down", ele não economiza na batida eletrônica e nos samples, que terminam combinando com a letra da música.

Depois de um bom início, "'Til You" e "Celebrity" caem em clichês. Balada melosa e sem inspiração, "'Til You", a primeira faixa lenta do álbum, perde na comparação com outras baladas de Alanis, como "Into a King" - também feita em homenagem ao marido, MC Souleye - ou mesmo a clássica "That I Would Be Good", de Junkie. Com "Celebrity", a canadense reclama das consequências da fama sem trazer novidade à discussão. Emendando na quinta canção, "Spiral", um surto pop à la Katy Perry, esse trio de faixas é o trecho mais dispensável do álbum.

Após baladas mais dignas de seu talento, como "Lens" e "Empathy", Alanis leva os fãs à década de 90 com "Numb", e revisita o estilo consagrado em Jagged Little Pill e Junkie. Essa música combina idealmente o estilo de Sigsworth, de Alanis e de Joe Chiccarelli (que aparece como produtor colaborador), que já trabalhou com Jason Mraz e Counting Crows, e ficou responsável pelo toque mais pop das faixas de Havoc. Em "Receive", a receita se repete e mostra qual caminho Alanis deveria ter seguido.

Tão pessoal quanto Jagged Little Pill e experimental quanto Flavours of Entaglement, Havoc and The Bright Lights mistura o melhor e o pior de Alanis. Tem ótimos momentos em hits como "Numb" e "Guardian", mas se deixa levar por clichês e experimentações que não funcionam e fogem ao estilo da cantora canadense.

Nota do Crítico
Bom

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