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Muse em São Paulo | Crítica

Com o ritmo pesado do novo álbum, grupo britânico se redime do Lolla de 2014 e faz um espetáculo de precisão

25.10.2015, às 13H29.

A última apresentação do Muse no Brasil, em 2014, deixou um gosto agridoce na boca dos fãs. Apesar das diversas homenagens, o show no Lollapalooza deixou a desejar por motivos que fugiam ao controle da banda, já que o vocalista Matt Bellamy estava com laringite e não conseguia catar direito. Pouco mais de um ano depois, o grupo voltou a São Paulo com Bellamy em plena saúde e, em uma noite nublada no Allianz Parque, fez uma apresentação à altura de seu potencial.

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A noite começou com uma breve show do grupo baiano Maglore, que fez uma apresentação intensa de seu mais recente álbum, III, lançado este ano. Antes de terminar, o vocalista e guitarrista Teago Oliveira fez questão de agradecer o Muse por ter feito o convite para abrir o show no Allianz, antes de encerrar com o single “Mantra”.

Com cerca de 20min de atraso, Bellamy e cia. subiram ao palco sob as ordens de sargento que introduzem a crua e potente "Psycho", um dos carros-chefe do álbum mais recente, Drones. A faixa em si já tinha todas as características que o grupo inglês mostraria em pouco mais de uma hora de show: um aula-mestre de precisão, carregada do peso que marca seu mais novo disco, lançado este ano.

Ainda que o palco fosse simples, sem as estruturas megalomaníacas já usadas pelo grupo (e planejadas para a etapa 2016 da turnê de Drones), não faltaram integrações audiovisuais com todas as faixas: em “Reapers”, um efeito de tela colocava Bellamy e cia. sob a “mira” de um drone; já “The Handler”, mostrava uma macabra ciranda composta pelas versões da Disney de Alice e Pinóquio.

O setlist, com uma música a menos do que a apresentação no Rio de Janeiro, foi igualmente bem definido: na primeira metade foi quase toda dedicada a Drones, com algumas músicas de discos anteriores que conversaram bem com as novas, como “Plug in Baby’ e “The 2nd Law: Unsustainable”.

A parte do meio do show foi dedicada ao início da discografia do grupo, com “Muscle Museum” e “Citizen Erased”, de Showbiz (1999) e Origin of Symmetry (2001), respectivamente. A viagem ao passado, entretanto, deixou boa parte do público boiando - não à toa, a plateia só voltou a se empolgar quando começaram as batidas de “Madness”.

A faixa abriu a reta final do show, dedicada aos sucessos obrigatórios: “Supermassive Black Hole”, “Starlight”, “Uprising” - com direito a coro dos mais devotos, com as mãos para cima. O bis veio com os já tradicionais balões gigantes jogados ao público e as poderosas “Mercy” e “Knights of Cydonia”, que encerraram a apresentação no Allianz com a competência e uma presença de palco dominada por poucos no rock atualmente.

Setlist:

"Psycho"
"Reapers"
"Plug In Baby"
"The Handler"
"The 2nd Law: Unsustainable"
"Dead Inside"
"Resistance"
"Muscle Museum"
"Citizen Erased"
"Munich Jam"
"Madness"
"Supermassive Black Hole"
"Time is Running Out"
"Starlight"
"Uprising"

Bis
"Mercy"
"Knights of Cydonia"

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