Com um início de show um pouco leve para seus padrões sonoros, Zedd – DJ/produtor russo-germânico – mostrou, logo de cara, o porquê de conseguir transitar tão bem entre a e-music mainstream e os fãs mais exigentes. Com um amplo conhecimento de música clássica, graças ao seus estudos como pianista, o músico mistura boa gama de influências em suas produções, detalhe que ficou em evidencia em apresentação que encheu - em poucos minutos - o espaço reservado para a música eletrônica, o palco Trident at Perry's do Lollapalooza Brasil 2016, espalhando sorrisos por todos os rostos no local.
Foto: Carol Mendonça/Lollapalooza Brasil
Contando com telões gigantes e efeitos de luz e laser, o DJ fez da sua performance, de pouco mais de uma hora, algo impactante, apesar da pouca interação com o público, que nesse momento não fez tanta diferença.
Entre as músicas escolhidas para compor o setlist estiveram as suas criações mais famosas, “Clarity” e “Stay the Night”, com o vocal de Hayley Williams, vocalista do Paramore, um remix de “Magalenha” de Sérgio Mendes, pancada da velha guarda da música eletrônica, entre diversos sons marcantes. Um detalhe interessante sobre a apresentação de Zedd é que ele estava encerrando o dia do palco eletrônico e, mesmo assim, contou com grande número de pessoas dançando e pulando. Nesse momento, entre tanta gente, a surpresa da noite ficou por conta de um pai mais seus dois filhos - com idade entre oito e doze anos - que curtiam em família.
Ainda, antes do final do show, uma surpresa: Jack Ü surgiu para tocar as faixas "Clarity" e "Jungle Bae", dando uma pegada mais pesada para a noite, graças aos elementos do dubstep que dominam muito bem.
Por fim, não dá pra negar que o palco e o público eletrônico foram responsáveis por grandes momentos do Lolla. Sempre empolgado com os sets e mostrando que a troca da tenda eletrônica - como era nas últimas edições - para o palco, foi algo acertado para comportar o grande número de pessoas interessadas em dançar ao som de seu DJ favorito.
E isso deixa em evidência a preocupação da organização do festival com suas atrações desse segmento consolidando o Lollapalooza como um dos principais embaixadores da música eletrônica para o público mais amplo, seja trazendo nomes de sucesso em nichos específicos, seja bancando as primeiras vezes no Brasil de projetos como Jack Ü, Skrillex e Deadmau5. Em consonância com esse fator, o público também merece reconhecimento, já que tem recompensado esse investimento em grandes nomes com a presença massiva no espaço dedicado a música eletrônica e também lotando os palcos principais quando alguém da e-music se apresenta.
Logo, Zedd, mesmo fazendo parte de um segmento da e-music sem tanta evidência nas rádios brasileiras, empolgou e lotou o local reservado para ele, colocando todo mundo pra dançar até o último minuto de sua apresentação. Agora, que venha o próximo.