O primeiro álbum, de agosto de 1968 |
O CD mais recente, lançado em setembro de 2002 |
Ricky Parfitt e Francis Rossi em um dos shows da turnê do novo álbum |
Pela primeira vez no Brasil, o Status Quo subiu no palco. Na zona sul paulistana, o Credicard Hall acolheu a banda.
Na entrada, via-se um grande número de homens e mulheres que, certamente, já eram crescidinhos quando Pictures of matchstick man tocou nas rádios brasileiras. No entanto, é triste dizer, o afluxo de público não era dos maiores. Sorte de quem se deslocou para a casa de espetáculos.
O rock demorou para rolar. A banda atrasou uns quarenta minutos para entrar no palco. Um playback anunciou a entrada e os acordes da mais conhecida canção da banda em terra brasilis (vocês entenderão a razão da insistência): Pictures of matchstick man. Os cinco integrantes de maneira delicada e humilde atravessaram a barreira dos amplificadores, bateria e teclados. E tascaram um magnífico rockn roll sem nenhuma frescura. Um grande show para aqueles que sabem apreciar a arte que a simplicidade transporta.
A comunicação com a platéia foi imediata. Os dois guitarristas e membros fundadores da banda, Ricky Parfitt e Francis Rossi, deixaram claro a razão de despontarem há 35 anos entre os músicos populares. A guitarra-base de Parfitt é bastante ágil e confere o som que caracteriza a banda: um rock rápido, melodioso, agradável, dançável (a platéia deixou claro este traço, levantando-se de suas poltronas e cadeiras durante toda a apresentação); Rossi era quem arriscava os solos, sempre parcimoniosos e inteiramente despreocupados em demonstrar virtuosismo. De pleno acordo com o rockn roll limpo que a banda apresentou.
Se não criticar é, inevitavelmente, mentira. Faço algumas. A primeira delas é a acústica da sala de espetáculos. E, é verdade, a sala produz um eco que se não atrapalha em nada o rock, entende-se a contrariedade de João Gilberto. A segunda crítica é a deficiente equalização do som da bateria. Os pratos soavam chochos e o bumbo da bateria não se ouvia claramente mesmo com Matt, o baterista, trocando de maneira muito precisa.
Contudo, nada disso interferiu no ânimo da platéia e no bem estar de quem lá estava presente.
O maior protesto fica para a banda que não tocou Pictures of matchstick man e, de resto, deu pouca atenção à sua fase psicodélica. Tocaram apenas Gerdundula, um ponto alto do show. O bis foi espetacular. Um meddley, um pout-pourri, de rocks clássicos. De Lets dance a Great balls of fire, passando por Johnny B. Goode. Mas, não ouvi Pictures of matchstick man. E faltou Antique Angeline.
Mesmo assim, foi muito bom estar presente e testemunhar a sobrevivência do Paleozóico.