Totalmente Nova Marvel - Wolverine | Crítica

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Totalmente Nova Marvel - Wolverine | Crítica

Fase se vende como reboot mas entrega uma boa história de revanche

09.02.2015, às 11H54.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

A iniciativa All-New Marvel Now, que relançou com numeração zerada alguns títulos da Marvel Comics em 2014, está chegando ao Brasil. A Panini já começou a publicá-la, com o selo "Totalmente Nova Marvel", a partir da série solo de Wolverine.

Talvez não seja o título mais indicado para servir de carro-chefe da iniciativa, apesar da popularidade do mutante: todo o arco de Wolverine na tal "Totalmente Nova Marvel" é dependente do que veio antes e serve de ínterim para a minissérie que narra a morte de Logan. Ou seja: o leitor que comprar essa ideia de reboot logo perceberá que pegou o bonde andando, a apenas algumas paradas do ponto final.

Desde que perdeu seu fator de cura em 2013, Wolverine manifesta traços dos clássicos estágios do luto. Seu confronto com Dentes-de-Sabre no clímax da fase anterior à "Totalmente Nova" evidencia os primeiros estágios, a negação e a raiva: incapaz de dimensionar sua mortalidade e de controlar os impulsos autodestrutivos que sempre o definiram, Logan toma uma surra inesquecível, que dá o tom da fase seguinte.

A HQ que está saindo agora pela Panini, que acompanha toda a preparação para a revanche de Logan contra Dentes-de-Sabre, entra num estágio de luto mais interessante, o da negociação. Ver Logan usando uma pistola na capa de Wolverine #1 é um pouco ridículo - por que o super-herói que é uma arma ambulante precisaria de outra? - mas a cada edição, com idas e voltas no tempo que contextualizam a mudança, a história vai ficando mais envolvente.

O mais interessante dessa fase é como o roteirista Paul Cornell encontra maneiras de homenagear versões clássicas do personagem, como o Caolho, e de mencionar personagens das histórias de origem, como Rose O'Hara, sem se desviar da trama principal, que se torna grandiosa a ponto de envolver a SHIELD e os X-Men no embate contra Dentes-de-Sabre. Ao contrário da minissérie da morte, que em quatro edições resgata Wolverines famosos (o selvagem, o Caolho, o da saga japonesa...) de forma um tanto esquemática, esse memorialismo acontece na fase "Totalmente Nova" de um jeito mais orgânico.

As edições desenhadas no traço mais vibrante de Gerardo Sandoval são as que melhor traduzem a urgência da história, e a quantidade de viradas que Cornell faz caber nos 12 números desta fase a torna viciante, ainda que o começo demore um pouco a engrenar (especialmente quando Wolverine atravessa a fase depressiva do luto...). Dá tempo até de o mutante sair e voltar aos X-Men, movimento que o personagem já fez dezenas de vezes mas que, assim como Logan, nunca parece envelhecer.

Nota do Crítico
Bom

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