O escritor Perry Moore lançou na semana passada, nos EUA, o livro Hero - um romance sobre um herói adolescente que, além de novos super-poderes, tem que lidar com descobertas quanto à sua orientação sexual. O livro é o primeiro de uma série destinada ao público adolescente.
Em entrevista ao jornal The New York Times, Moore diz que tem uma missão, com seu livro, de representar positivamente super-heróis gays para um público que também está "se descobrindo". E reclama da representação dos heróis gays nos quadrinhos, particularmente do caso de Estrela Polar.
Hero
O herói da Tropa Alfa, da Marvel Comics, que se revelou homossexual no início da década de 90 (em histórias não publicadas no Brasil), foi morto durante uma história de Wolverine dois anos atrás. Apesar de o herói ter ressuscitado depois, como é comum nos quadrinhos, Moore disse que o fato de um dos personagens mais populares da editora matar seu herói gay mais proeminente tinha uma mensagem negativa.
O escritor inclusive lançou uma campanha contra a edição, indo a comic shops e colando adesivos nas capas e páginas internas da revista com os dizeres "Não pode haver um super-herói gay?", "Homofobia?", "Questione-se: isso são direitos iguais?". Além disso, lançou o website "Quem se importa com super-heróis gays?", em que relata as experiências de mais de 60 personagens homossexuais dos quadrinhos.
A entrevista do autor provocou a ira de Mark Millar, roteirista das edições de Wolverine citadas. No fórum de seu site, ele não mediu as palavras para criticar Moore: "Ah, diga para ele se f****. Ele [Estrela Polar] não morreu por ser gay. Ele morreu porque foi manipulado pelo Tentáculo. Ugh!". Posteriormente, ainda brincou: "P*** que o pariu. Acabei de ouvir que alguns dos mortos no Titanic eram gays e lésbicas também. VÁ TOMAR NO **, SEU ICEBERG HOMOFÓBICO!".
