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Artigo

Fantasia made in Brazil

Fantasia made in Brazil

11.06.2001, às 00H00.
Atualizada em 07.01.2017, ÀS 06H00
Holy Avenger, como já mencionei em resenha anterior, é uma das raras (se não a única) HQs nacionais não-infantis realmente publicada todo mês. Apenas isso já é um feito digno de nota!

Não fosse o bastante, a revista parece também ter algum sucesso comercial, mantendo-se firme nas bancas mesmo após uma ano e meio. O jornaleiro de quem eu compro vendeu quase uma dúzia de exemplares nas primeiras 24 horas após o lançamento! Se isso não é “sucesso comercial”, alguém faça me o favor de explicar o que.

A edição específica em questão é bastante representativa da série como um todo. O foco principal está na luta entre dois protagonistas, o herói Sandro e o troglodita Tork. Vale mencionar que “troglodita”, no contexto, é uma espécie de lagarto humanóide, não um homem pré-histórico. Não se trata de uma luta arrastada e dramática como nas HQs de super-heróis (e na maioria dos mangás), mas sim um combate rocambolesco em que ambos trocam golpes baixos no melhor estilo dos desenhos animados, reforçado pela presença de uma apresentadora “emprestada” de um conhecido anime da TV. Nada do outro mundo e descompromissado, mas divertido.

Já a parte dramática da edição concentra-se nos subplots, conduzidos com habilidade pelo roteirista Marcelo Cassaro. Ele consegue um balanço satisfatório entre as várias meadas e a história principal. Ainda há tramas paralelas em desenvolvimento (afinal, onde o Paladino está indo com aquele dragão, que foi o foco da edição anterior&qt;&) que ficaram de fora da edição, mas a narrativa, como um todo, continua em movimento. Segundo, os autores, a conclusão será lá pelo número 60!

A arte de Erica Awano mantém a mesma qualidade das edições anteriores, embora metade da revista padeça falta de cenários (prazos apertados&qt;&). As primeiras páginas (coloridas) continuam sendo as mais caprichadas, e não apenas pelas competentes cores de Ricardo Riamonde!

Problemas&qt;& Bem, a capa não é particularmente atraente (ainda mais se comparada à belíssima ilustração da anterior) e teria funcionado melhor se tivesse sido igual à versão que aparece (sem logo) na primeira página. Como está, não diz muita coisa, sendo que Sandro está com um olhar muito esquisito (será paixão por Tork&qt;&).

A matéria no final da revista é de interesse inclusive para aqueles que não jogam RPG, pois fala de uma nova HQ da Trama que será publicada exclusivamente online! A série, denominada Dado Selvagem, está no endereço http://www.holyavenger.com.br.

Até o momento, só há a primeira parte no ar, muito pouco para se fazer um julgamento. A primeira impressão é de que é uma HQ destinada ao público infantil, com roteiro e arte profissionais, e que poderia muito bem ser lançada em bancas. Quem sabe no futuro &qt;&

Holy Avenger 18, como todas as demais edições, tem um rápido resumo dos eventos anteriores e fichas de todos as personagens. Isso torna Holy Avenger uma das séries mais “amigáveis” para novos leitores. Parabéns à Trama por essa louvável iniciativa, que deveria ser seguida por mais editoras.

Vale notar que, por alguma inexplicável determinação da Vara de Infância e Adolescência, a revista está circulando já faz meses selada em plástico e com a advertência “Imprópria para menores de 12 anos” na capa... como se isso impedisse algum jornaleiro de vendê-la para crianças mais novas...

Nota Omelete
3 ovos e meio

Questiono a utilidade deste tipo de censura em uma HQ que não tem conteúdo impróprio, mas prevejo que as vendas entre menores de 12 anos vão disparar...

Holy Avenger 18
Publicada pela Editora Trama
Roteiro: Marcelo Cassaro / Arte: Erica Awano
Preço: R$ 2,80 / 32 páginas em P&B e cores / formato americano


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