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A Editora Abril anunciou em recente press release que estará lançando nas bancas de todo país ainda este mês o gibi Donald Super, versão brasileira da revista italiana PK, que conta as novas aventuras futuristas do alter ego super-heróico do Pato Donald, o Superpato.
Antes de entrarmos nos detalhes do novo lançamento, vamos a uma breve história do personagem:
Criado na Itália em 1969 pela equipe Elisa Penna, Guido Martina e Giovan Battista Carpi, o Superpato (Paperinik, em italiano) era de início uma homenagem ao personagem italiano Diabolik, astro das HQs italianas já publicado no Brasil pelas editoras Vecchi e Record, uma espécie de criminoso sofisticado. Diferente de sua inspiração, o personagem da Disney era um combatente do crime e vivia histórias consideravelmente mais bem humoradas, mas com um componente de ação e aventura inexistente nas HQs Disney normais (muitas das clássicas aventuras do Superpato foram publicadas no Brasil pela Editora Abril, inclusive em uma revista própria nos anos 80 - o Almanaque do Superpato - e até merecem uma republicação).
Com o tempo, porém, o personagem foi sendo esquecido no meio dos outros zilhões de personagens da Disney, mas nos anos 90 os italianos prepararam uma total reformulação da série. A história agora se passava no futuro e o Superpato era um herói mais tecnológico, trabalhando em parceria com uma inteligência artificial, e com histórias voltadas para o público adolescente, ao contrário do habitual público infantil das HQs da Disney. Essa série conseguiu grande repercussão na Itália e chegou mesmo a ser publicada no Brasil (como As Novas Aventuras do Superpato), infelizmente com pouco sucesso.
PK tornou-se, tal e qual WITCH (que já é publicada com sucesso no Brasil pela Abril), um dos carros-chefes da Disney italiana e um dos símbolos da renovação das HQs Disney no país.
Mas após alguns anos a série italiana começou a ter problemas, as histórias não tinham o mesmo apelo de antes com o público e a Disney italiana decidiu reformular a série. Depois de uma tentativa mal sucedida (a série PK2), chegou-se finalmente à série atual, lançada na Itália em agosto do ano passado. Novamente chamada PK, a série recomeça a história do herói a partir do zero com uma nova origem e não requer conhecimento prévio da série (para sorte dos leitores brasileiros!). Segundo a Abril a série faz uma uma releitura do personagem com uma moderna mistura de ação, mistério e ficção cientifica. Embora não tenha sido lá muito bem recebida pelos fãs da série antiga (OK, agora está parecendo uma série de super-heróis ), a nova versão obteve grande sucesso na Itália e é base do videogame do personagem, que foi lançado no ano passado para Playsation 2 e GameCube.
Na nova versão, claramente inspirada no Lanterna Verde da Era de Prata, o Pato Donald é recrutado pela Tropa de Guardiões da nossa galáxia para combater os alienígenas evronianos.
Mas e a edição nacional?
A Abril promete uma versão surpreendentemente fiel ao original italiano. A revista terá 82 páginas em formato americano, com papel e impressão de qualidade. A revista conterá, além das HQs propriamente ditas, matérias de interesse do público jovem, como novidades do mundo do cinema, TV, DVD, testes, curiosidades, bastidores e muito mais. O preço será de R$ 6,90.
Em termos de HQs, se a edição brasileira for fiel ao original italiano, ela terá duas histórias (os títulos são os dos originais italianos, a versão da Abril pode diferir): Um super-herói por acaso (48 páginas) e Troca de guarda (12 páginas). Uma vez que a Abril é uma das poucas editoras Disney do mundo a manter a retrógrada política de não creditar os autores das histórias, o Omelete presta um serviço de utilidade pública fornecendo os nomes dos autores: Na primeira história Gianfranco Cordara (roteiro) e Lorezo Pastrovicchio (arte), na segunda Stefano Ambrosio (roteiro) e Claudio Sciarrone (arte).
A equipe do Omelete espera que títulos como Donald Super e WITCH dêem um novo fôlego à combalida linha Disney da Editora Abril. A linha vem sendo negligenciada há muitos anos, com uma escassez de histórias novas (especialmente nacionais), uma seleção de material incompreensível e valores de produção cada vez mais baixos (como o fenômeno da pixelização em vários dos títulos Disney da Abril em tempos recentes demonstra). Considerando o quanto a Abril deve aos personagens da Disney (a primeira revista da Abril foi o Pato Donald 1 de 1950!), a situação atual é completamente inaceitável. Vamos esperar que este novo Donald número 1 também marque o início de uma nova linha Disney Abril.
