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Alan Moore reage à polêmica entre Frank Miller e o movimento Occupy

Britânico se opõe ao quadrinista e apoia os ocupantes de Wall Street

03.12.2011, às 17H31.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H31

As declarações de Frank Miller contra o movimento Occupy - "palhaços que fazem mal à América" enquanto o islamismo é o verdadeiro inimigo, segundo o quadrinista - continuam repercutindo.

Alan Moore

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Alan Moore

Questionado pelo Honest Publishing se tem uma posição política oposta à de Miller, o também autor de quadrinhos Alan Moore disse que sim. A oposição do autor de Watchmen e A Piada Mortal está em sintonia com a do jornal inglês The Guardian, que enxerga fascismo não só nas palavras de Miller como em todo a mitologia dos super-heróis americanos.

"Bem, Frank Miller é alguém cujo trabalho mal acompanhei nos últimos 20 anos. Acho que as coisas de Sin City são misoginia ultrapassada, 300 parecia ser incrivelmente anistórico, homofóbico e completamente equivocado", começou Moore. "Ouvi falarem do discurso dele contra o movimento Occupy. É o tipo de coisa que eu esperaria dele. Sempre me pareceu que o mundo dos quadrinhos, em sua maioria, se você tivesse que localizá-lo politicamente, seria de centro-direita. Essa posição seria a mais liberal que eles se permitiriam ir (...) Tenho falado isso desde o começo da minha carreira."

"Sim, seria justo dizer que eu e Frank Miller temos posições diametralmente opostas sobre todo tipo de coisa, e certamente sobre o movimento Occupy", emenda. Moore então diz o que pensa da juventude organizada que toma cidades para protestar contra o capital especulativo e as grandes corporações e a favor de um engajamento social do governo dos EUA:

"Do meu ponto de vista, o movimento Occupy são pessoas comuns exigindo direitos que eles sempre deveriam ter. Não consigo pensar em nenhuma razão para nós, como população, ficarmos assistindo à redução drástica dos nossos padrões de convívio e dos nossos filhos, possivelmente por gerações, enquanto as pessoas responsáveis por isso têm sido recompensadas. Eles certamente não têm recebido punição em nenhum sentido, porque são 'grandes demais para errar'. [O movimento] é um grito justificado de ultraje moral e parece que está sendo conduzido de um jeito pacífico e inteligente, o que provavelmente é outra razão para Frank Miller ficar tão desagradado. Tenho certeza de que se fossem uns jovens vigilantes sociopatas com maquiagem de Batman na cara ele seria bem favorável."

Leia a entrevista em duas partes que fizemos com Alan Moore em 2007: Parte 1 | Parte 2

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