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CCXP | Scott Snyder promete mudanças radicais para Batman e Coringa no painel DC Comics: Gerações

José Luis García-López, Klaus Janson, Sean Murphy e Ivan Reis também participaram do debate

05.12.2014, às 16H29.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

Na tarde de quinta-feira na Comic Con Experience, o painel DC Comics: Gerações reuniu autores de diversas épocas (e nacionalidades) ligados ao Universo DC. Colaboradores da editora desde os anos 1970, José Luis García-López e Klaus Janson estavam ao lado do brasileiro Ivan Reis - que passou a última década desenhando Lanterna Verde, Aquaman, Liga da Justiça e outros - com autores que chegaram à DC Comics nesta década: Scott Snyder e Sean Gordon Murphy.

Respondendo à primeira pergunta do mediador Levi Trindade, da Panini Comics, todos os estrangeiros confirmaram que estavam em suas primeiras visitas ao Brasil e que ficaram impressionados com o evento. "Eu não tinha ideia do que esperar. Parece San Diego, Nova York. Enorme", comentou Scott Snyder.

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Em seguida, os autores já começaram a comentar trabalhos atuais e futuros. O veterano García-López, que faz apenas projetos especiais com a DC, disse que está envolvido em uma história da Mulher-Maravilha no qual um de seus colaboradores será o brasileiro Joe Prado. O outro veterano, Klaus Janson, trabalha em um projeto autoral com outro quadrinista, que deve sair no ano que vem - "mas está muito lento" - e vai fechar 12 edições de Superman como arte-finalista de John Romita Jr. Ele comentou que o final da sua super-história terá grandes mudanças para o personagem.

Scott Snyder voltou a comentar que tem dois projetos misteriosos com Sean Murphy e Rafael Albuquerque pela frente, além de sua série autoral Wytches (com Jock) na Image Comics. Sean Murphy, por sua vez, mencionou a próxima colaboração com Snyder e dois outros projetos já anunciados: Tokyo Ghost, com Rick Remender, e Chrononauts, com Mark Millar, ambos na Image em 2015.

Mas quem mais ganhou no mistério foi o brasileiro Ivan Reis. Após um problema de saúde que o fez deixar a série da Liga da Justiça, o desenhista está trabalhando no último capítulo da saga Multiversity com Grant Morrison, volta à Liga para algumas edições e diz que lhe ofereceram "várias possibilidades" para seu último ano de exclusividade com a DC. Ele e o mediador deixaram dicas de que um deles há um personagem DC que ele nunca desenhou.

A pergunta seguinte foi sobre a rotina de trabalho de cada um. Reis disse que, apesar de desenhar uma página por dia, tem uma rotina caótica e imprevisível, sem horários definidos. No que foi mais ou menos acompanhado por García-López - o veterano ressaltou que, com 40 anos de carreira, ele acostumou-se a trabalhar dez horas em um dia, uma hora em outro, nenhuma em outro. Já Sean Murphy e Klaus Janson defenderam disciplina total: "Acredito em trabalho duro, em instrução e em disciplina; não acredito em bloqueio de artista, bloqueio de escritor; resolvo meus problemas na frente da prancheta", disse Janson. Snyder foi mais prosaico: "Eu tenho filhos, então só posso trabalhar quando eles estão no colégio; eu tenho que trabalhar das 9 às 15h, então eu trabalho".

O tempo para perguntas dos fãs foi rápido, e acabou ficando quase que apenas em respostas de Snyder. Questionado sobre "Endgame", sua saga atual na série Batman, ele prometeu bastante: "Na cabeça do Coringa, enquanto 'Morte da Família' foi uma comédia, 'Endgame' é uma tragédia. É meio que tudo que eu sempre quis fazer numa história do Coringa. Vai ter mudanças radicais para ele e para o Batman, para a relação dos dois. O negócio é que, depois de cinco anos na série, se a gente não for correr riscos, é melhor deixar para os outros. Tem muita coisa maluca vindo por aí".

Outro fã perguntou ao roteirista como era ser convidado para redefinir o Homem-Morcego, um dos personagens mais icônicos dos quadrinhos. "Foi aterrorizante. Quando me disseram que eu ia escrever uma Batman #1 [no reboot Novos 52], eu falei pra minha esposa que ia ligar pro trabalho dizendo que estava doente o resto do ano. Acho que a solução é fingir que você criou aquilo, que é seu. Eu fico nervoso, às vezes eu congelo. Quando a gente refez a origem do Batman em 'Zero Year', por exemplo, quem me ajudou muito foi Greg Capullo [desenhista de Batman]. Não sei se vocês já ouviram o Greg; ele fala que nem lutador de luta livre: 'você consegue, vai lá'", brincou Snyder, imitando a voz do colega. E concluiu: "Mas sempre dá medo."

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