Two and a Half Men chegou ao fim. Sem dois de seus três integrantes originais, a série passou por altos e baixos ao longo de 12 anos. Relembre aqui os problemas que transformaram a sitcom.
Chuck Lorre é o responsável por algumas das maiores séries de humor estadunidense dos últimos 20 anos. Dharma & Greg, Grace Under Fire, Mike & Molly e Mom, além de uma das produções mais assistidas dos últimos anos, The Big Bang Theory. Criada em 2003, Two and a Half Men trazia Charlie Sheen e Jon Cryer de volta aos holofotes e um Angus T. Jones de dez anos de idade, formando uma família nada convencional para a TV.
A série sofreu um baque com os problemas de Sheen com as drogas. Seu vício não era novidade, porém. O ator já havia sofrido no passado, tendo sido hospitalizado em maio de 1998 e, em agosto, internado em uma clínica de tratamento. Em 2009, Sheen foi preso por agredir sua então esposa Brooke Miller - mas acabou liberado depois de pagar fiança. Finalmente, em 2010, foi retirado de um hotel após causar sérios danos ao seu quarto e teve que ficar sob observação em um hospital. Em janeiro de 2011, novamente Charlie Sheen foi internado para desintoxicação, o que acabou paralisando a produção de Two and a Half Men.
Pouco menos de uma semana e 250 milhões de dólares em prejuízo depois, Sheen agradeceu seus fãs e anunciou que voltaria a trabalhar até o final de fevereiro. Dia 28 de 2011 marcaria o retorno das gravações de Two and a Half Men, não fosse a suspensão definitiva da oitava temporada e a recusa da emissora em pagar o salário do ator. Foi aí que começou a guerra... enquanto Sheen pedia um aumento de salário, Lorre se recusava a ceder. Em março, o ator foi formalmente dispensado pela CBS e Warner, abrindo um processo de 100 milhões de dólares contra seus ex-empregadores.
Nomes para substituir Sheen não faltaram. Entre eles estavam Rob Lowe, Hugh Grant e Ashton Kutcher, que acabou ficando com o papel principal da série. O episódio de estreia da nona temporada trouxe a morte de Charlie Harper e a introdução de Walden Schmidt (Kutcher), um bilionário da Internet que compra a casa do compositor de jingles e passa a morar com Alan e Jake. O pico de audiência da estreia de Kutcher não compensou a brusca queda nos números, que continuaram caindo ao longo dos três próximos anos.
Contrariado, Lorre se safou ainda com algumas piadas em cima do nome de Sheen no nono ano; uma delas incluiu a participação especial de Kathy Bates como o espírito do falecido. A atriz esteve em apenas um episódio, intitulado " Why We Gave Up Women", e apareceu para Alan, que estava internado no hospital depois de um ataque cardíaco.
Mas os problemas de Two and a Half Men não ficaram restritos somente ao protagonista. Em novembro de 2012, Angus T. Jones deu uma declaração a um site religioso pedindo que as pessoas parassem de assistir à série. O ator, então com 19 anos de idade, chamou o programa de "imundo". Alguns dias depois, Jones divulgou um comunicado oficial pedindo desculpas a seus colegas de elenco e equipe: "sou grato e tenho o maior respeito por todas as pessoas maravilhosas em Two and a Half Men com quem trabalhei pelos últimos dez anos e que se tornaram uma extensão da minha família."
Em abril de 2013 a CBS renovou Two and a Half Men para a sua 11ª temporada somente com Kutcher e Cryer - Jones retornou apenas para participações especiais. Em maio foi divulgado que uma filha perdida (lésbica) de Charlie preencheria o vazio deixado por Jones e em agosto descobrimos que ela seria vivida por Amber Tamblyn. Para a 12ª temporada, em uma última tentativa de aumentar os números de audiência da série, Walden e Alan adotaram uma criança.
Hoje, com a expectativa de uma participação de Charlie Sheen, 12 anos de Two and a Half Men chegam ao fim.
