Agents of SHIELD começou a funcionar quando apostou na nerdice de seu roteiro. Nada de ser um “caso da semana” com ares de super-herói. A receita deu certo quando as criações da Marvel foram abraçadas de forma completa e sem vergonha. E o início da terceira temporada mostra que essa pegada não só continua como vai crescer.
Além de falar sobre os últimos filmes do Universo Marvel, a série dá pistas sobre o novo caminho que o Universo Cinemático da Casa das Ideias vai tomar - e aí é possível incluir os Inumanos e a expansão espacial que o cinema e TV devem explorar nos próximos anos em filmes como Capitã Marvel, Guardiões da Galáxia 2 e Vingadores: Guerra Infinita.
Os ‘novos’ mutantes da Marvel
O primeiro capítulo da terceira temporada começa com o recrutamento dos Inumanos pela SHIELD, com Daisy (Chloe Bennett) e Coulson (Clark Gregg) sendo líderes do grupo que ainda não é chamado oficialmente de Guerreiros Secretos - não deve demorar para isso acontecer, porém. O primeiro “super-humano” é Joey (Juan Pablo Raba, o Gustavo de Narcos), um sujeito comum que derrete metal quando se descontrola.
O papo de Daisy e Mack (Henry Simmons) com o rapaz mostra que o seriado tratará os Inumanos como mutantes. “Você precisa controlar seus poderes”, “Eu nunca pedi essa anomalia”, “Estaremos do seu lado para te ensinar a controlar isso”, “Eu só quero ter a minha vida normal de novo”. A conversa se baseia nestas falas, tão recorrentes nas histórias de Wolverine, Ciclope, Magneto e Cia.
No fim das contas, eles devem ser os X-Men da Marvel Studios na TV e no cinema, já que a empresa não detém os direitos destes personagens nestas mídias - está tudo na mão da Fox. De toda forma, a nomenclatura agora varia entre inumano e alienígena, pois estas criaturas têm dentro de si um gene extraterrestre espalhado pelo Terragênese, algo que aconteceu no fim da segunda temporada.
Os primeiros indícios da Guerra Civil
O mote deste novo ano em SHIELD será a caça dos Inumanos, dividida em duas frente, uma liderada por Daisy e outra pelo governo americano, sob a alcunha do ACTU, a Advanced Threat Containment Unit (Unidade Avançada de Contenção de Ameaças). Enquanto a primeira quer cooperar, a segunda quer impedir que eles criem problemas como a Invasão de Nova York (Vingadores) ou a Destruição da Sokovia (Vingadores: Era de Ultron) - dois evento citados mais de uma vez no capítulo inicial.
Essa divisão mostra também os primeiros indícios de uma regulamentação governamental em relação aos super-heróis. São os primeiros passos para que os acordos que darão início ao embate de heróis no cinemas em Capitão América: Guerra Civil. Por enquanto, em um âmbito de menor impacto, SHIELD foca neste Inumanos com pouco poder, pois ainda não conhecem o estrago que podem fazer. E com as recentes declarações de Kevin Feige, é bem possível que o próximo filme da Marvel cite os Inumanos, deixando a ligação entre TV e cinema ainda mais intensa.
Nos últimos segundos, o episódio revela uma situação que amplia a ambição de Agents of SHIELD - então pare aqui se não quiser saber de um leve spoiler. Simmons, agente desaparecida após o contato com o monolito, é vista em um planeta estranho, possivelmente o habitat dos criadores daquele artefato. Isso deve ser desenvolvido nos próximos episódios, mas é muito provável que a série sirva novamente como uma introdução a conceitos novos (como foi com os Inumanos) e apresente outra parte da mitologia espacial da Marvel, iniciada pelos Guardiões da Galáxia.
Nisso se encaixam os personagens a serem apresentados em Guardiões 2, Capitã Marvel e Vingadores: Guerra Infinita, trio que encerra a fase três do MCU e devem ter boa parte de seu roteiro baseado em tramas no espaço. Desta vez, Agents of SHIELD começou bem e já prepara o terreno dos planos grandiosos da Marvel no cinema e na televisão.
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