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Fear The Walking Dead | Da Frigideira

Contida, série derivada explora drama familiar e suspense no início do apocalipse zumbi

18.08.2015, às 16H35.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

Fear The Walking Dead começa de um jeito promissor. Tal qual seu material de origem, em seu piloto, a série foca apenas em um arco dramático e, pelos olhos de uma família, busca entender os acontecimentos que desencadeiam o apocalipse zumbi. O início da derrocada da sociedade é transmitido aqui por um drama sem pieguices ou melodramas. Nesta abordagem contida, tanto nos diálogos quanto nas imagens, o projeto prova seu valor individual, longe da adaptação da obra de Robert Kirkman.

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Leia a nossa entrevista com o elenco e os produtores da série

Apesar de começar dentro de uma igreja destruída, Fear passa seus outros 60 minutos fora da realidade de desolação de The Walking Dead. Os ambientes mais claros, populosos e cheios de vida distanciam a comparação e dão uma identidade ao derivado. O uso do ambiente religioso, aliás, é uma forma de transmitir o mistério e desespero inicial, implantando no espectador uma sensação de suspense que se estende até a última cena. E não importa que o final seja conhecido da audiência, o que importa é o caminho que será trilhado para chegar no destino final.

A trama é centrada na família de Madison Clark (Kim Dickens), mãe de Alicia (Alycia Debnam-Carey) e Nick (Frank Dillane), jovem viciado em heroína. Ao lado de seu namorado, Travis (Cliff Curtis), a conselheira escolar passa por problema com o filho, que foi atropelado após ver uma de suas colegas transformada em zumbi. Todos acham a alegação o rapaz infundada, visto que ele vive sob o efeito de drogas. A partir deste enredo, toda a história se desenvolve sob o olhar destas quatro pessoas, sempre ligadas pelas dificuldades de Nick. Por vários momentos, a ameaça do vírus é esquecida, e o foco está na relação entre eles. O desastre, que será global, aparece apenas como mais um elemento dentro dos problemas da família. 

Por não revelar as causas, nem mesmo o exato início do contágio, Fear The Walking Dead joga para quem assiste a apreensão do que vem em seguida. Boa parte da audiência espera um zumbi a cada esquina e a série brinca com isso em alguns momentos, mostrando mendigos moribundos ou pessoas em posições suspeitas. Mesmo quando mostra os mortos-vivos, o faz de maneira subjetiva, sem revelar de primeira a ameaça. Dentro do suspense, sugerir é a ferramenta mais eficaz e a série faz isso de forma econômica e eficiente.

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As tomadas aéreas de Los Angeles e o tom pastel da fotografia lembram o universo de The Walking Dead, e ao mesmo tempo afastam as memórias dos conflitos de Rick e cia. Ao menos no primeiro episódio, este seriado acha o equilíbrio para se tornar uma série independente. A aposta na família e nas sugestões de horror funcionam tão bem quanto os melhores momentos da fonte original e deixam a esperança de um futuro otimista para mais uma trama apocalíptica.

O primeiro ano de Fear the Walking Dead estreia neste domingo, 23 de agosto, e terá seis episódios com uma hora de duração cada. A série chega simultaneamente ao Brasil pelo canal AMC, às 22h. O canal já garantiu uma segunda temporada com mais do dobro de episódios do primeiro ano

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