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Fear the Walking Dead | Sem amarras, série derivada expande o universo do material original

Em entrevista exclusiva, elenco e equipe falam sobre a origem do apocalipse e o desespero inicial, foco da nova atração da AMC

Omelete
3 min de leitura
17.08.2015, às 20H29.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

Não é de agora que emissoras produzem séries derivadas. Desde a época na qual o entretenimento vinha do rádio, é comum que uma produção de sucesso queira continuar sua empreitada com algum personagem secundário que seja querido dos fãs. No caso de The Walking Dead, que continua a aumentar seus números de audiência e quebrar seus próprios recordes a cada temporada, o personagem a ganhar seu programa derivado não poderia ser ninguém além dos próprios walkers, os zumbis.

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E assim nasceu Fear the Walking Dead, que começa a ser exibida no próximo domingo.

O apocalipse zumbi explorado na série baseada nas HQs de Robert Kirkman não tinha um início determinado e, como o ponto de partida era o Rick (Andrew Lincoln) acordando de seu coma, não houve nenhuma cena gratificante que mostrasse de fato como aquilo começou nem o pânico da população ao ter de lidar com a nova ameaça, entre outras coisas.

Durante a San Diego Comic-Con 2015, Érico Borgo conversou com boa parte do elenco da nova série e eles explicaram algumas novidades que podemos esperar do programa, começando por este ponto de partida diferente. "Especialmente por seguirmos as regras de Walking Dead, nossos zumbis ainda não começaram a apodrecer", disse Mercedes Mason, atriz que interpreta Ofelia Salazar em Fear the Walking Dead. "Um dia você estava tomando café com o seu vizinho e agora ele está tentando comer sua cara. É diferente quando eles ainda aparentam ser humanos".

A principal diferença neste início é justamente introduzir a doença e mostrar como ela funciona. "As pessoas estão enfrentando o colapso de uma civilização", explicou Rubén Blades, o Daniel Salazar da nova série. "A outra série é uma reação do que já aconteceu. Aqui, ninguém sabe o que está acontecendo."

Mesmo que continuações e prelúdios estejam cada vez mais comuns atualmente, a ideia de mostrar o início de uma infestação que já sabemos para onde vai é interessante. Ao assistir The Walking Dead, ficava uma sensação de dúvida sobre o estopim daquilo tudo. "É tudo uma questão de sobrevivência. Em quem você confia quando já não tem mais policiais, não há infraestrutura? Quando a merda bate no ventilador, você conta com quem?", disse Mason.

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Pensando além, Fear the Walking Dead funciona melhor que qualquer outro prelúdio por contar uma história que estava faltando à mitologia, mas não tem um final definitivo. 

O produtor Dave Erickson, questionado sobre a inevitabilidade da nova produção devido ao estrondoso sucesso de The Walking Dead, explicou que o processo foi levado adiante com muito cuidado. "Queríamos evitar exatamente esse tipo de pergunta", explicou. Mas mesmo que Fear the Walking Dead seja um reflexo do sucesso de sua "série mãe", ela serve também para suprir uma lacuna que nem nas HQs é abordada: como chegamos aqui? Em que ponto a civilização realmente acabou, deixando para trás tudo de moderno? Como foi que isso saiu do controle? São perguntas que não necessariamente precisam de respostas, mas elas serão bem-vindas de qualquer forma.

"A melhor coisa é que não é exatamente um prelúdio e não é exatamente uma série derivada. Os personagens não estão seguindo para a Georgia. Rick Grimes não é parente de ninguém", contou a produtora Gale Anne Hurd. "The Walking Dead começa dentro de quatro a seis semanas após o apocalipse. Estamos nos estágios iniciais [em Fear the Walking Dead]. [...] Queríamos a oportunidade de contar uma história completamente diferente."

O primeiro ano de Fear the Walking Dead estreia neste domingo, 23 de agosto, e terá seis episódios com uma hora de duração cada. A série chega simultaneamente ao Brasil pelo canal AMC, às 22h. A expectativa de sucesso é tão grande que o canal já garantiu uma segunda temporada com mais do dobro de episódios do primeiro ano

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