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Game of Thrones | Daenerys deixa ovelha para trás e mostra dragão dentro dela em quarto episódio

Jovem segue o conselho de Ollena e corre atrás do prejuízo

07.08.2017, às 00H26.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H38

Os três primeiros episódios da sétima temporada de Game of Thrones foram conduzidos por perícia e organização. O quarto capítulo, “The Spoils of War”, veio para mostrar que, a guerra às vezes exige medidas mais rígidas. Se o erro de Tyrion Lannister (Peter Dinklage) foi subestimar as habilidade estratégicas dos irmãos, o erro de Jaime (Nikolaj Coster Waldau) foi exatamente o oposto, de não acreditar que Daenerys Targaryen ( Game of Thrones) e seu time fossem capazes de ser mais, digamos, enérgicos em suas ações.

Ainda que os dois últimos episódios da nova temporada tenham sido pontuados por batalhas interessantes - logo no segundo, o espectador foi brindado com o confronto entre os Greyjoy; no terceiro, Verme Cinzento (Jacob Anderson) e o exército de Imaculados invadiram Casterly Rock. Nenhuma delas, contudo, chegaram perto do que foi o ataque de Daenerys aos Lannisters de Jaime. Já desesperada com suas sucessivas derrotas, ela finalmente ouviu o conselho de Ollena Tyrell (Diana Rigg): “seja um dragão”. Acompanhada de milhares de Dothrakis e montada em Drogon, a jovem dizimou os adversários em uma sequência perturbadora e admirável. Se o quarto episódio brindou os espectadores com esse tipo de batalha, a expectativa só aumenta para o que vem a seguir na temporada.

Ainda que o ataque dela não tenha sido algo planejado previamente, é importante ressaltar que Jaime e Cersei (Lena Headey) já esperavam por essa possibilidade - caso contrário, a arma criada por Qyburn (Anton Lesser) não estaria com eles. Isso faz dos gêmeos inimigos precavidos, mas não o suficiente, já que a arma letal para dragões não foi o bastante para salvar a pele da tropa Lannister. Caso a informação de que Drogon foi de fato ferido chegue até Cersei, ela certamente irá se preparar melhor para, da próxima vez, aliar sua besta gigante a uma estratégia eficaz contra Drogon, Viserion e Rhaegal.

Outra coisa importante de ser pontuada é algo que talvez o ritmo acelerado dos acontecimentos no episódio pode ter deixado nebuloso: Daenerys, mesmo desesperada, não se tornou intempestiva e imprevisível como seu pai. Mesmo em um momento de desespero e de desejo de arriscar tudo transformando a Fortaleza Vermelha em uma pilha de cinzas, ela consultou Jon Snow (Kit Harington) sobre o que ele faria. O episódio deixa nas entrelinhas que a decisão de atacar Jaime, ainda que ousada, foi algo,na medida do possível, discutido.

Foi interessante ver a reação de Tyrion frente aos seus sucessivos fracassos como Mão da Rainha e, principalmente, sua expressão ao ver seu antigo povo sucumbindo sob as chamas de Daenerys. Ainda que ele carregue na memória um passado de humilhações e de desprezo dentro de sua casa ancestral, foi possível sentir seu incômodo em assentir que, de fato, seu lado agora é outro. Assim como Dickon Tarly (Tom Hopper) falou sobre a dificuldade de enfrentar pessoas que faziam parte do seu convívio ao atacar o Jardim de Cima, Tyrion passou por isso, principalmente ao ver o irmão quase sendo morto por uma bola gigante de fogo. A cena final do episódio, com Jaime afundando em um riacho (que pareceu um pouco mais fundo do que deveria) deixou os fãs do personagem com o coração na mão - ainda que pareça improvável que esse seja seu fim, já que a mesma pessoa que o empurrou na água poderá resgatá-lo.

Em outro extremo de Westeros, Arya Stark (Maisie Williams) manteve o monopólio dos diálogos mais divertidos da trama. Sua chegada a Winterfell e a conversa sobre entrar ou não na fortaleza foi um respiro na caminhada uma personagem que os espectadores se acostumaram a ver apenas em situações de tensão e sofrimento. Mais interessante ainda foi seu reencontro com Sansa (Sophie Turner). É curioso ver que, mesmo que os Stark sobreviventes sejam pessoas completamente diferentes, eles voltam a ser um pouco do que eram lá no começo. O diálogo entre as duas mostrou que, ainda que suas diferenças do passado sigam tendo algum peso, o vínculo que as une é mais forte que nunca.

Quem está completamente perdido - até segunda ordem - em Winterfell é Mindinho (Aidan Gillen). É difícil acreditar que o maior articulador de Game of Thrones não tenha mais nenhuma carta na manga. No último episódio, ele disse para Sansa desconfiar de todos - se ele mantém essa filosofia, Sansa e os demais Stark deveriam começar a se preocupar. Contudo, a cada episódio o personagem leva um novo banho de água fria. No último episódio, a chegada de Bran (Isaac Hempstead-Wright) ameaçou seus planos de um golpe contra Jon Snow através de Sansa, já que a descoberta de que outro homem Stark - e ainda por cima legítimo - está vivo é mais um obstáculo na linha de sucessão da casa nortenha. Resta saber de que forma ele está planejando usar o jovem - como Sansa disse, ele não deu a adaga de aço valiriano para Bran de graça. Se ele tiver observado ao redor com atenção, é de se presumir que já saiba que a arma está em posse da recém chegada Arya. Mindinho está dando corda para alguma coisa e ou ele vai acabar se enforcando, ou alguém terminará enforcado.

Um encontro menos empolgante do que era esperado foi o de Jon e Theon Greyjoy (Alfie Owen-Allen). O roteiro fez um bom trabalho ao condensar a raiva do Snow pelo responsável da invasão de Winterfell, sua gratidão pelo que fez por Sansa e ainda introduzir o arco de Daenerys fora de Pedra do Dragão - mas, ainda assim, faltou um respiro nesse reencontro. Outro momento de falta de emoção foi a despedida de Bran e Meera Reed (Ellie Kendrick), no Norte - porém, nesse caso, foi um recurso necessário para que o espectador enterre de vez o Bran que foi empurrado de um muro no primeiro episódio e entenda que o rapaz se tornou outro tipo de criatura. Como Meera disse, o antigo Bran morreu na caverna do Corvo de Três Olhos.

Falando em cavernas - e deixando de lado tanto a empolgação dos reencontros quanto a euforia por ver o exército Lannister cozinhando dentro de armaduras - o diálogo mais importante do episódio aconteceu dentro de uma delas, com Daenerys e Jon Snow (o rapaz, aliás, tem um hábito curioso de levar mulheres fortes para cavidades rochosas). Ao achar toneladas de vidro de dragão, o Rei do Norte mostrou à herdeira Targaryen pinturas rupestres feitas pelas Crianças na Floresta no local, provando tudo o que ele já havia dito sobre os White Walkers e o Rei da Noite. O diálogo entre os dois definitivamente avançou de um episódio para o outro e, pelo andar da carruagem, não vai demorar muito para que eles, de fato, assumam uma poderosa aliança estratégica - ou algo mais profundo que isso, se Davos (Liam Cunningham) for um bom conhecedor do comportamento humano.

Game of Thrones é exibida no Brasil pela HBO. O próximo episódio da sétima temporada vai ao ar em 13 de agosto, às 22h.

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