Jeph Loeb, chefe do departamento de TV da Marvel, fez na Nova York Comic Con o que muitos fãs pediam há meses: uniu Os Defensores em carne e osso. Poucos minutos depois de subir no palco do evento, o executivo trouxe pelo braço Charlie Cox (Demolidor), Krysten Ritter (Jessica Jones) e Mike Colter (Luke Cage).
Eles dão um oi rápido para a galera e são dispensados. “Pronto, isso é o mais perto que vocês vão chegar dos Defensores por um bom tempo”, brincou Loeb. Faltava ali apenas o Punho de Ferro, que ainda não foi escolhido. Os momentos seguintes, porém, revelariam os planos e a intenção da Netflix com os personagens que conseguiu com a Marvel. O negócio central desta parceria parece ser explorar o lado mais obscuro e violento da Casa das Ideias, que quer deixar a diversão e as risadas para o cinema e as séries da ABC.
O primeiro teaser da nova temporada apresentou Elektra (Elodie Yung), que apareceu puxando uma máscara vermelha para cobrir a parte de baixo do seu rosto; e Frank Castle (John Bernthal), o Justiceiro, que vem andando pelo corredor do hospital. Não bastasse o tom sombrio da prévia, o papo que seguiu com os novos showrunners Doug Petrie e Marco Ramirez, e Joe Quesada, chefe criativo da Marvel, revelou as reais intenções da equipe da série.
"Nós só temos a agradecer a recepção dos fãs à primeira temporada e a todo o trabalho. Agora, no segundo ano, a intenção é ir mais a fundo na mitologia do personagem e buscar um material mais adulto e sombrio", falou Ramirez, sem entregar qual seria o material de origem usado. Os desdobramentos na vida de Karen e o seu vício iniciado na primeira temporada já deram a entender que poderemos ter muita coisa de A Queda de Murdock vindo por aí.
Karen Page e Matt terminam a temporada olhando um no olho do outro. "Se vamos ter mais do que isso na segunda temporada?", pergunta Loeb. "Eu não posso falar muito, mas posso dizer que Charlie é uma das melhores pessoas com quem já trabalhei”, responde Deborah Ann Woll (Karen Page), já dando a entender que deve rolar um clima entre os dois.
Justiceiro e Elektra
Elodie Yung e Jon Bernthal estavam em Nova York e pouco falaram de seus personagens, que por si já mostram o que a série deve mostrar. O Justiceiro é famoso por dividir histórias violentas e cheias de reviravoltas com o Demolidor, enquanto Elektra é uma constante na vida do Homem Sem Medo - seja pelo lado ou ruim ou pelo bom.
Yung é faixa preta de Karatê e Muay Thai e deve usar boa parte desta habilidade no seriado. Caso Ramirez, Quesada e Petrie decidam se inspirar em Elektra Assassina, HQ de Frank Miller (maior fonte da primeira temporada), pode-se esperar a mesma quantidade de violência e assuntos adultos no segundo ano. A obra é considerada até hoje uma das melhores, se não a melhor história da personagem - saiba mais.
Bernthal prometeu o maior empenho possível. "Eu sei quão importante este personagem é para vcs e quanto esta série significa para vocês. É por isso que eu prometo que vou dar tudo de mim”. O ex-Shane de The Walking Dead fala ainda que diariamente ele é parado na rua por pessoas que simplesmente falam para ele “vê se não vai f$%# com tudo lá, hein?”.
Se já era sabido que Demolidor tinha temas adultos, ainda não era certeza que isso continuaria em Jessica Jones. As dúvidas foram embora quando o elenco inteiro subiu no palco para falar sobre a série. Melissa Rosemberg, showrunner da série, Erin Moriarty (Hope), Eka Darville (Malcolm), Will Traval (Det Will Simpson), Carrie-Anne Moss (Jeryn Hogarth), Rachael Taylor (Trish Walker), Mike Colter (Luke Cage) e Krysten Ritter (Jessica Jones) estavam presentes.
Kristen Ritter fala sobre a densidade de seu papel e o quanto Jessica começa a série destruída pelo seu passado. A atriz de Breaking Bad aproveita também para elogiar seu antagonista, David Tenant (Doctor Who). “Ele é mágico. Aprendi muito trabalhando com ele. Ele pode ser engraçado, estranho, intrigante e muitos outros adjetivos”, derrete-se.
A sensação no painel é de que teremos a série mais adulta e impiedosa da parceria Netflix e Marvel até aqui. O primeiro episódio já mostrou muito disso e mostra a liberdade dada ao serviço de streaming. A inspiração principal veio de Alias, HQ de Brian Michael Bendis, que apresentou Jones de um jeito peculiar e que pode dar o tom necessário para ela se encaixar no mundo do Demolidor, sem perder a própria identidade. De comum entre estas duas histórias temos a violência, problemas com drogas, sexo e o questionamento da sanidade destes "super-heróis". O lugar das histórias adultas da Casa das Ideias é, de fato, na Netflix.
Leia mais sobre Demolidor
Leia mais sobre Jessica Jones
Leira mais sobre Luke Cage