Séries e TV

Artigo

Supergirl | Da Frigideira

Impaciência e algumas boas premissas marcam o piloto da nova série de TV da prima do Superman

09.07.2015, às 03H26.
Atualizada em 09.10.2019, ÀS 13H55

Na noite desta quarta-feira em San Diego a Warner TV apresentou na Comic-Con 2015 alguns pilotos de suas novas séries de TV, para a temporada 2015-2016. Entre eles o mais esperado, apesar de já ter vazado na rede, era o primeiro episódio de Supergirl, que adapta as histórias da prima do Superman.

None

A impaciência marca o piloto; são 45 minutos de premissas e viradas que encheriam um longa-metragem de mais de duas horas, desde o momento em que testemunhamos a destruição do planeta Krypton até o obrigatório gancho que revela a identidade do grande vilão da temporada (ou da série). Dá tempo de Kara Danvers (Melissa Benoist), ou Kara Zor-El, a Supergirl, decidir (e desistir de) ser super-heroína três vezes, ser demitida e readmitida em seu subemprego, e entregar sua identidade secreta para um par de coadjuvantes.

Essa incapacidade de deixar as coisas assentarem, em nome de uma exposição apressada que tenta ganhar o espectador não pelo mistério mas pela familiaridade (o conceito da prisão que deixa a Zona Fantasma e chega à Terra com Kara, por exemplo, evidentemente ecoa os freaks do meteoro de Smallville e os afetados pela explosão na tempestade em The Flash), não permite que a gente aproveite com Kara seus momentos de girl power. Há uma intimidade possível aí nesse discurso afirmativo - é uma série que tem tudo para falar a mesma língua das pré-adolescentes que são seu público-alvo - mas os ruídos no piloto falam mais alto.

A direção ruim de atores, que não consegue modular os trejeitos de Melissa Benoist, contribui para que Kara pareça mais esquizofrênica do que vacilante. Mesmo sua irmã terráquea mais velha, a coprotagonista Chyler Leigh, muda de ideia em minutos, entre pedir que Kara não seja heroína e depois dizer que a kryptoniana nasceu para voar. Como são unidimensionais, pelo menos os coadjuvantes da série parecem mais estáveis; entre eles, o fotógrafo Jimmy Olsen (Mehcad Brooks) visivelmente foi concebido para manter a ligação com Superman sem que Supergirl precise recorrer daqui para frente a tantas imagens no contraluz do Homem de Aço.

Na comparação com Smallville, Supergirl visivelmente se beneficia do barateamento dos efeitos visuais hoje em dia. Só no piloto foram três cenas de ação com efeitos, e mesmo aquelas rodadas de forma mais primária (com a câmera passando por trás de objetos que tapam nossa visão quando a dublê é substituída por Melissa) não economizam nas demonstrações de poderes. Fica claro que a série tem bastante potencial, especialmente na sua disposição de embaralhar estereótipos (demarcada no melhor amigo que tem tudo para ser gay mas queria chamar Kara para sair no começo, e depois na sugestão de um romance interracial com Olsen). Só falta entender que o sucesso desta Supergirl também depende de criar um vínculo com seu público jovem que não funcione só na base do déficit de atenção.

Supergirl estreia no canal CBS dos EUA em 26 de outubro. Ainda não há previsão de chegada da série ao Brasil. Saiba o que foi cancelado e renovado na TV dos EUA para 2015-2016.

Omelete estará presente em todos os dias da feira que é referência obrigatória em quadrinhos, cinema, séries de TV e games - confira toda a cobertura da Comic-Con 2015.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.