Séries e TV

Entrevista

Jessica Jones | "Trish sente inveja dos superpoderes de Jessica", diz Rachael Taylor

Atores falam de seus personagens e dos bastidores da série da Netflix

28.11.2015, às 11H13.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H40

Eka Darville (Malcolm), Erin Moriarty (Hope), Rachael Taylor (Trish) e Will Travel (policial Simpson) são atores coadjuvantes de Jessica Jones, mas seus personagens não são tão secundários assim na história. Cada um deles tem influência direta nas ações e reações da heroína interpretada por Krysten Ritter na série da Marvel com a Netflix. Com 13 episódios na primeira temporada, eles passam por profundas transformações e chegam ao fim do arco bastante diferentes de como começaram. 

None

Segredos e evolução 

No meio de tantos segredos e ainda com medo de soltar spoilers, eles falaram com o Omelete durante da New York Comic Con sobre o enorme cuidado da Marvel com as revelações. "Por mais incômodo que seja não poder falar sobre o Malcolm, eu posso garantir que estou muito feliz com as mudanças pela qual ele passa. Ele termina este arco num lugar completamente diferente de onde começa. E acho que dá para falar isso de quase todos os personagens da série”, disse o australiano Eka Danville. Sua colega Erin Moriarty complementou: "Todos os personagens, até os periféricos, passam por mudanças incríveis. São muitas histórias que acabam se encontrando em algum ponto.

Quem é quem

Um dos pontos de intersecção além da própria Jessica Jones é o vilão, Kilgrave, papel de David Tennant. É ele que traz o agente Simpson para a trama, a partir do terceiro episódio. “Simpson é um cara correto, que entra neste universo de Jessica Jones por meio de Kilgrave. Ele trilha esse caminho de justiça, de fazer as coisas certas e pegar os bandidos. Existem policiais assim nas HQs, mas ele é meio novo, não é alguém que você já conhecia”, diz o também australiano Will Travel sobre seu personagem. Rachael Taylor, que também sustenta um lindo sotaque da Austrália, falou sobre Trish, a melhor amiga de Jessica Jones: “Elas têm uma história complexa juntas, de amor e rompimentos. Nesta primeira temporada acompanhamos as duas passando por várias fases, tentando reatar a amizade que já tiveram um dia. Uma das coisas que é diferente nesta série é justamente a forma complexa com que esta amizade entre duas meninas é mostrada.” Mas como manter uma amizade com uma pessoa tão difícil como Jessica? "Para Trish, Jessica foi a única pessoa que a amou de verdade, pelo que ela é. Quando um amigo seu está numa fase ruim, você sabe que tem que ir lá e cuidar dele, porque você tem essa dívida”, respondeu Rachael.  

As diferenças entre a série de TV e a HQ

Brincadeiras 

As brincadeiras durante as conversas eram constantes, mostrando que os atores se deram muito bem durante as filmagens. Ao ser perguntando sobre o que mais gostava do personagem, Darville respondeu de imediato: "Bom, eu gosto de drogas, ele gosta de drogas (risos). Malcolm é um cara do bem, que só quer o bem das pessoas, mas que está passando por um momento difícil. Ver que ele mantém um coração puro apesar de tudo isso foi uma das coisas que me atraiu".

Não é a HQ! 

A liberdade para criar algo novo dentro de um universo que já está construído chamou atenção dos atores. “[Os produtores-executivos] Melissa Rosemberg e Jeph Loeb deixaram bem claro desde o começo que a série era uma reinterpretação do material, que não precisávamos nos preocupar tanto com cânone e levar isso à risca. Mas é impossível não trazer alguns fragmentos das HQs. Por exemplo, as histórias da Patsy Walker são sensacionais e Melissa teve a brilhante ideia de incluir a história da HQ no passado dela, mostrando como Patsy Walker era tipo um personagem secreto dela dos 8, 10 anos até uns 15, 16, que era meio uma estrela da Nickelodeon, com sua própria série e que isso foi meio que tóxico para Trish. E daí ela foi para a faculdade, fez terapia e criou uma nova pessoa para a vida adulta. Essa é a homenagem de Melissa para as HQs, como se a série da Patsy Walker fosse sua própria série. Mas olhando tudo isso, tentei bem de leve incluir algo disso na personagem e mostrar que Trish, em algum nível, sente um pouco de inveja pelos superpoderes de Jessica”, diz Rachael. 

Sonhos se realizando

Darville relembra: "Eu era do surfe. Eu gostava de dançar, de hip hop e de pegar onda. Mas lembro que quando comecei a correr atrás da carreira de ator, fiz um vídeo biográfico com uns amigos de Byron [na Austrália]. Nesta época, o primeiro filme dos Vingadores tinha acabado de sair e eu falo que estou atrás de filmes independentes, mas que também adoraria participar de filmes ou séries como os Vingadores. É meio irônico ver que agora estou aqui tão próximo disso tudo”. Já Erin tem outras memórias da adolescência: "Eu era a nerd do teatro, que ia para acampamento de interpretações. Mas ao mesmo tempo, como ator hoje em dia, quem é que não sonha em fazer parte deste universo cheio de ação?". 

Roteiros sem rastro 

Uma das curiosidades da série é a fórmula com que a Marvel trata estes projetos. "Nós íamos recebendo os roteiros um a um, às vezes dois direto, mas na sequência. Era como se estivéssemos assistindo à série. E era tudo feito de uma forma muito sigilosa, em um servidor que não te deixa imprimir. Basicamente não há traços do roteiro quando você termina de ler”, relembra Erin. "O que é muito complicado porque não dá para grifar as suas falas, sabe?”, brinca Erin em um tom sério.

Jessica Jones - O veredito no OmeleTV

Sem medo

O fanatismo ao redor dos projetos da Marvel despertaria uma apreensão em outras pessoas, mas os atores todos pareciam bastante confiantes no que haviam filmado. Não havia receio de uma má recepção por parte dos fãs. “Diferente de Demolidor, Jessica Jones é menos conhecida. E isso nos deu um pouco mais de liberdade para trabalhar. Tivemos uma pressão menor de fãs pedindo para que fôssemos fieis às HQs”, disse Erin. "E ter os fãs da Marvel por perto é ótimo. Eles são muito leais e sabem tudo sobre o que estamos fazendo”, completou Darville. 

Por que gostamos dos super-heróis? 

A fascinação das pessoas com o universo dos super-heróis é algo que também foi discutido e mostrou que os atores realmente gastaram um tempo pensando no assunto. "Eu fui ver o filme do Homem-Formiga e tem aquela cena de luta no quarto da criança e entendi ali que o fascínio do Universo Marvel é que muitos de nós crescemos entendendo estas pessoas, este mundo, estes poderes e estas fantasias. E agora há uma geração de pessoas que estão fazendo isso se tornar real. Eles têm o poder de transformar um sonho de criança em realidade”, falou Travel. "Eu sempre digo que é porque no fundo eles são todos humanos por trás de suas máscaras. Como atores, nós gostamos da metáfora que o superpoder significa. Assim como sou superfã de Walking Dead e vejo ali uma visão do que é a sociedade e que tudo isso é uma forma de falar sobre seres humanos. Jessica Jones é uma heroína que não queria ser nada daquilo. Ela tem vergonha de seus poderes. Eles representam algo muito dolorido que aconteceu com ela”, complementou Rachael.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.