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Entrevista

Além da Escuridão - Star Trek | Omelete entrevista Bryan Burk

Produtor diz que filme terá 3D nunca visto, diz ser obcecado por Wagner Moura e compara Jornada nas Estrelas e Star Wars - que também produzirá

Omelete
5 min de leitura
12.03.2013, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H45

Bryan Burk, produtor de Além da Escuridão - Star Trek, veio ao Brasil encontrar-se com distribuidores e imprensa e mostrar 30 minutos do novo filme de Jornada nas Estrelas. O Omelete conversou com o representante da Bad Robot sobre as diferenças entre esta aventura e a anterior e também com o próximo grande projeto do estúdio, Star Wars VII.

"Eu nunca fui um fã de Star Trek", iniciou Burk. "Eu Simplesmente não entendia a série, que era muito verborrágica. Não entendia aqueles aliens, nem nada. De certa maneira, isso me tornou o produtor perfeito para os filmes. Afinal, nosso objetivo é abrangência, mostrar Star Trek para todo mundo".

Bryan Burk

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Bryan Burk

Além da Escuridão - Star Trek

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Com o trabalho nos filmes, porém, não tardou para que o produtor virasse também um verdadeiro trekker. "Eu não era fã, mas agora sou. Com o tempo, entendi a genialidade de Gene Roddenberry e como Star Trek simplesmente nunca desfrutou do apoio dos estúdios. Nem a série, nem os filmes tinham o suporte financeiro necessário. Hoje sou um fã e nossa intenção aqui é levar Star Trek para o grande público. Dar a esse universo os mesmos recursos que grandes blockbusters têm - e mostrar tudo isso em tela".

O produtor evidenciou também o universo utópico de Jornada nas Estrelas com um dos principais atrativos e fontes inspiracionais da franquia. "Nesse mundo estamos todos juntos, em paz, unidos como uma só raça para enfrentar o que quer que venha na nossa direção, do espaço". Para ele, essa é uma das mensagens que os filmes devem passar para a nova geração, assim como a série original propagou a ideia de povos trabalhando juntos e o fim de qualquer tipo de segregação e o papel da mulher na sociedade.

"Imagino também uma criança assistindo ao nosso filme e almejando o espaço. Se alcançamos alguns dos ideais de Gene Roddenberry hoje, imagino que alcancemos o espaço em um futuro próximo também. Afinal, a Virgin Galactic já está prestes a operar voos espaciais para bilionários. Há um século, a aviação comercial era assim também, para militares ou pessoas muito abastadas. Hoje, é para qualquer um. Quem sabe como será nossa vida em um século?"

Além da Escuridão - Star Trek terá 3D nunca visto antes

Futurismo à parte, tecnicamente, Além da Escuridão - Star Trek também almeja inovações, "audaciosamente ir onde filme nenhum jamais esteve". Para Burk, que afirma que o diretor J.J.Abrams também pensa assim, desde Avatar só existiram alguns poucos filmes que souberam usar o 3D estereoscópico direito. "O que estamos fazendo é tentar dar um passo adiante com essa tecnologia. Os técnicos nos dizem que não dá para fazer um determinado tipo de coisa, como trazer algo muito próximo do rosto do espectador ou colocar algo muito além da tela. Nós estamos tentando fazer com que isso seja viável. Estamos buscando o 3D além do possível hoje".

Diferente da maioria dos cineastas, porém, J.J. Abrams e sua equipe não estão preocupados apenas com a ideia de "imersão" que o 3D traz, sem exagerar nos efeitos - algo que vários cineastas pregam. "Muita gente aprecia esses exageros - e vamos dar isso a eles também", promete.

Outro desafio foi a filmagem com as câmeras IMAX. "Elas são enormes, barulhentas e difíceis de operar, mas captam imagens como nada no planeta. Nós sabíamos desde o princípio que queríamos usá-las, entrando em território também quase inexplorado. Só Cavaleiro das Trevas e Cavaleiro das Trevas Ressurge usaram essas câmeras, além de Missão Impossível: Protocolo Fantasma, que também é nosso. Esperamos que o resultado seja algo memorável".

Burk comentou que a Bad Robot baliza suas estratégias e decisões criativas não apenas no que o mercado dos EUA acredita, sempre buscando uma visão global, já que Star Trek é algo querido mundialmente. "Eu rodo o mundo uma vez por ano em reuniões. Aqui do Brasil vou para Paris, Londres, Berlim, Milão, Madri e depois para Austrália, Japão e diversos outros destinos. Em 15 dias estarei de volta a Los Angeles - e possivelmente morto. Hollywood costuma pensar em termos de 'mercado dos EUA' e 'mercado internacional'. Pois eu asseguro a você: os brasileiros não têm nada a ver com os russos! Essas viagens são importantes para colher reações de todos os tipos de público".

Dentro dessa intenção, de criar algo que represente o planeta nas telas, a Bad Robot estudou a contratação de atores de diversas nacionalidades para o filme. Entre eles, Selton Mello, que recusou o trabalho. Mas Burk revelou ao Omelete que outro brasileiro está na mira deles para projetos futuros da empresa: "Somos obcecados por Wagner Moura", disse. "Queremos trabalhar com ele em um próximo projeto. Almoçamos juntos recentemente e espero que ele também queira trabalhar conosco".

Com os nossos minutos de conversa acabando, não poderíamos deixar passar a oportunidade de perguntar sobre como o estúdio pretende diferenciar as duas maiores franquias da ficção científica no cinema nesta nova fase, já que ambas agora estão sob o mesmo teto, a Bad Robot, e serão dirigidas pelo mesmo cineasta. "São coisas completamente distintas. Star Wars se passa há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante. Star Trek é na Terra, é sobre nós, sobre temas mais próximos à nossa realidade", comentou. Para Burk, não haverá dificuldade na Bad Robot em criar dois produtos bem definidos, ainda que voltados a públicos semelhantes. "Acreditamos que é possível separar bem as duas coisas, mesmo dentro da mesma produtora, e J.J. é capaz de estilos bem diversos. Super 8 não se parece em nada com Star Trek, por exemplo. Acho que as pessoas vão conseguir diferenciar bem uma série da outra, mas obviamente estamos buscando uma estética própria para Star Wars. Ninguém vai achar que Spock é de Star Wars!", completou.

Além da Escuridão - Star Trek estreia em 17 de maio de 2013 nos EUA e em 14 de junho no Brasil.

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