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Minority Report - A Nova Lei | Crítica

Steven Spielberg adapta Philip K. Dick

02.08.2002, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H46

Quando éramos criancas, o mais impressionante no desenho dos Jetsons eram as maquininhas que faziam tudo sozinhas. Bastava pressionar um botão e o almoço surgia prontinho na sua frente. Em Minority Report, Steven Spielperg não deu muita atenção para as máquinas que faziam as criancas delirarem. Ele foi mais longe. Em 2054, o que chama atenção é o sistema policial. E John Anderton (Tom Cruise) é o que podemos chamar de tira padrão.

Como um dos chefes da Pré-Crime, sua função é chegar no lugar do assassinato antes que ele aconteça. As peças chaves de sua equipe são um grupo de três videntes (os precogs) que têm suas premonições transformadas em arquivos de computador. Com os nomes da vítima e do assassino em mãos, Anderton só tem que descobrir o local do assassinato e chegar a tempo de evitá-lo.

Minority Report

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Aí que a polêmica começa. É certo prender uma pessoa que tinha a intenção mas não chegou a cometer crime algum? Anderton defende com unhas e dentes (e equipamentos sofisticados) que sim. Se você vir uma bolinha se aproximando da borda de uma mesa, por que você a pega antes dela cair no chão? A teoria é a mesma, afirma Cruise com auto-confianca semelhante à de seu personagem em Magnolia.

Depois de seis anos da criação do departamento de Pré-Crime em Washington DC, o número de assassinatos despencou para zero. Tudo é perfeito e o sistema está pronto para ser implementado em todos os Estados Unidos. Até que uma das visões que aparece na tela de John Anderton mostra ele mesmo. Sem entender como está prestes a matar uma pessoa que nem conhece em poucas horas, suas únicas certezas são que ele está em perigo e deve correr. Correr muito, pois neste futuro qualquer um pode ser facilmente achado onde quer que esteja.

Um futuro possível

Tendo como matéria-prima um conto de Philip K. Dick (cujos textos futurísticos também inspiraram Blade Runner e O Vingador do Futuro), Spielberg criou uma ficção científica que não fica restrita apenas aos fanáticos pelo gênero. A principal razão para isso é que foi assessorado por cientistas, arquitetos, escritores e inventores, e conseguiu criar um futuro plausível. Por isso, não existem carros voadores (pelo menos não como os vistos em Star Wars) e outras gadgets a la Jetsons. Seu futuro tem identificadores de íris e carros mega-velozes, ou seja, é um futuro com pé no chão. Esta foi a desculpa ideal para que os produtores pudessem vender o máximo possível de espaço publicitário e desta forma aumentar o orçamento do filme (fixado em US$ 102 milhões, sendo que US$ 25 milhões vieram de merchandising de megacorporações como GAP, USA Today, Nokia e Lexus).

Quer dizer, é logico que algumas seqüências são forçadas demais, daquelas de deixar Luke Skywalker de boca aberta. Mas nada disso ofusca a direção mais uma vez brilhante de Spielberg. Ele conseguiu tirar de Cruise uma das melhores atuações de sua carreira, deu chance ao novo talento Colin Farrel (o inimigo de Anderton) e abusou dos efeitos especiais (foram quase 500, ultrapassando o número que ele usou em Contatos Imediatos do Terceiro Grau).

Se é certo prender alguém que ainda não cometeu um crime, nós não sabemos, mas pra gente Spielberg será sempre inocente. Pelo menos até que provem o contrário.

Nota do Crítico
Ótimo
Minority Report: A Nova Lei
Minority Report
Minority Report: A Nova Lei
Minority Report

Ano: 2002

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 144 minutos min

Direção: Steven Spielberg

Roteiro: Philip K. Dick

Elenco: Tom Cruise, Max von Sydow, Steve Harris, Neal McDonough, Jessica Capshaw, Colin Farrell, Samantha Morton, Lois Smith, Kathryn Morris, Peter Stormare, Paul Wesley, Patrick Kilpatrick, Keith Campbell

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