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Gato de Botas | Omelete Entrevista Antonio Banderas e Salma Hayek

Atores falam sobre dublagem, trabalhar por trás das câmeras e Sin City 2

08.12.2011, às 20H30.
Atualizada em 28.06.2018, ÀS 22H47

Finalmente o filme Gato de Botas (Puss in Boots) chegou aos cinemas! Marcelo Forlani foi até o Rio de Janeiro para entrevistar o diretor e os protagonistas do filme, Antonio Banderas e Salma Hayek. Veja o que os dois falaram sobre fazer animações, trabalhar como produtores e sobre Sin City 2!

Primeiro, muito obrigado por me receberem. Eu vou perguntar em inglês, mas sintam-se à vontade para responder em inglês ou em espanhol, como desejarem.

Antonio Banderas: Certo.

Gostaria de falar sobre Guillermo Del Toro. Ele está assinando como produtor-executivo. O que ele trouxe para este filme?

AB: Nosso contato com ele não foi tão direto como o que ele teve com a equipe criativa. O filme tem um caráter hispânico muito forte, acredito que ele foi como uma instituição dentro do estúdio sendo um conselheiro em assuntos hispânicos. Tratar de manter um filme que fala sobre povos espanhóis, sobre personagens espanhóis nos seus lugares. Isto era importante para não serem cometidos erros. Acredito que ninguém era melhor que ele para isso, sem contar os outros conselhos que o Chris contou que ele dava em termos de narrativa, de como contar a história em si.

Salma Hayek: Nós trabalhamos mais na criação dos personagens e o Guillermo, mais na criação do mundo.

Quem ganharia em uma competição de dança? Em uma competição de dança de verdade com vocês dois participando.

SH: Com o Antônio... Depende. Se for salsa, eu ganho. Se for flamenco ou essas coisas espanholas... O Antônio ganha. Ele ganharia. Mas dançamos bem, hein? Não tão bem como os gatos... E espero que alguém me ensine um pouco de samba antes de eu ir embora.

AB: Em qualquer situação ela ganharia. Ela sempre ganharia.

SH: Ele quer alguma coisa.

AB: Não, não.

Vocês também trabalharam como produtores. Como é estar por trás das câmeras? Quanto acrescenta para vocês, como atores, estar por trás das câmeras?

SH: Acho que ser produtora me tornou mais consciente como atriz em muitos aspectos. Por exemplo: você aprende que se não chegar no horário, custa muito dinheiro da produção. Como atriz você fica mais atenta, mais responsável. Outra diferença entre a produção e a atuação é que como produtora você pode estar produzindo em qualquer parte do mundo e quando está atuando tem que estar em um lugar concreto. O que eu gosto muito em poder ser produtora é que você não se limita a esperar que alguém te mande algo. Se não, você toma a iniciativa de fazer as coisas. Você não se limita a fazer somente o que a sua personalidade permite. Por exemplo, se sou uma mulher posso fazer filmes apenas sobre uma mulher. Mas como produtora posso fazer filmes sobre qualquer coisa que eu quiser. O papel de produção te dá muito mais liberdade. De criar qualquer coisa que saia de você.

AB: Há sete anos que mantenho uma relação direta, que participo, de uma empresa de animação no sul da Espanha chamada Kandor Graphics. Recebemos uma indicação ao Oscar há dois anos por um curta chamado La Dama y La Muerte. E agora estamos efetivamente em produção deste filme chamado Justin and the Knights of Valour. Bom, com todas as complicações que implica não ter a infra-estrutura de um estúdio americano estamos nos desenvolvendo muito bem. O filme está praticamente pré-vendido. Vamos terminar aproximadamente em meados de 2012 para exibir no começo de 2013. E nós desenvolvemos nosso próprio programa de 3D, desenvolvemos nossos
próprios programas de render... Fizemos tudo em parceria com a Universidade de Granada, no sul da Espanha. Por fim estamos trabalhando nisso. Para mim isso traz produtividade ao meu país nestes momentos tão difíceis que estamos vivendo na Europa. É uma vitória.

SH: Curiosamente eu vou produzir um filme de animação e é um grande sonho meu porque é "O Profeta", de Khalil Gibran. Eu também sou libanesa, então para mim é um sonho muito importante, muito especial... Agora estamos no começo do desenvolvimento desta produção. E já temos os direitos.

Vocês trabalharam nessa animação e vão fazer outras depois dessa. Você vai fazer o Piratas Pirados! e você fez os outros filmes do Shrek. E você tem o Justin and the Knights of Valour. Como ator, o que muda em fazer uma animação?

AB: Bom, na verdade dá muito mais liberdade na hora de trabalhar. Você fica muito mais livre. Você não está tão atado a questões financeiras, ao dinheiro. Em um filme tradicional existem vários elementos que cuidam para que trabalhemos em um determinado ritmo. Temos que trabalhar em um período específico por causa da luz, dos extras, porque estamos pagando uma locação, por causa da logística... Por causa de mil elementos. Quando se trabalha em um estúdio de gravação normalmente você pode fazer o que quiser. Pode pedir duas horas a mais, pode fazer o trabalho de casa, pode improvisar. Pode fazer uma série de coisas, e nesse sentido se tem mais liberdade. Você pode se comunicar mais. O trabalho, na verdade, não começa apenas pela voz. Começa quando te mandam o roteiro e você começa a dar ideias. Começam as reuniões e você começa a dizer: "acho que aqui o personagem não devia fazer isso". "Acho que essa cena está sobrando, acho que dá para colocar isso". Então você realmente se sente muito ligado a toda a criação do personagem. É diferente de um filme tradicional.

Tenho que encerrar, mas antes tenho uma pergunta rápida sobre Sin City 2. Vocês conhecem Robert Rodriguez muito bem. Vocês ouviram falar alguma coisa sobre o filme?

AB: Não, a última vez que o vi foi no ano passado. Foi em uma das festas do Oscar, nós demos um abraço forte e ele disse que precisávamos conversar. Mas não entendi sobre o que era. Mas quem sabe ele aparece ai um dia e...

SH: Eu sei para o que é. Ele sempre... Eu estou em contato com ele e atualmente ele está fazendo um projeto, trabalhando bem por trás das câmeras como executivo. É muito grande, mas não vou falar o que sei. Tenho que deixar que ele fale. Mas ele está muito ativo.

Está bem, muito obrigado.

SH: Obrigada.

AB: Obrigado.

Puss in Boots, o filme do Gato de Botas derivado de Shrek, marca a volta de Antonio Banderas ao felino espadachim que ele dublou a partir do segundo filme do ogro verde.

A trama, que antecede o primeiro Shrek, mostrará o Gato de Botas em um plano de assalto ao lado de Humpty Dumpty (Zach Galifianakis) e Kitty (Salma Hayek) para roubar a famosa gansa das fábulas que bota ovos de ouro. Dumpty é o personagem oval do folclore das histórias infantis anglo-saxãs, presente em inúmeras obras de ficção, incluindo Alice no País das Maravilhas.

Chris Miller, diretor de Shrek Terceiro, assina Gato de Botas. O filme já está em cartaz no Brasil.

Saiba como foi a Entrevista Coletiva com Antonio Banderas e Salma Hayek

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