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Lincoln | Omelete Entrevista Joseph Gordon-Levitt, Sally Field e James Spader

Atores contam como foi trabalhar no filme

22.01.2013, às 18H29.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 17H18

Steve Weintraub, nosso correspondente de Hollywood, conversou com Joseph Gordon-Levitt, Sally Field e James Spader sobre Lincoln, último filme do diretor Steven Spielberg. Ele falaram como foi trabalhar com o diretor, com o ator Daniel Day-Lewis e como entraram para o projeto.


Quando falaram com você sobre o filme, você falou: "Com certeza, eu vou fazer isso." Ou...

Joseph Gordon-Levitt: Sim. Foi uma decisão muito simples.

Fale um pouco sobre trabalhar com Steven Spielberg. Você já trabalhou com alguns diretores incríveis e agora mais um diretor incrível. Como foi o processo de colaboração com ele na pré-produção, produção... Fale um pouco... Você me entende.

JGL: Steven é um cineasta muito colaborativo e eu acho que é uma de suas maiores qualidades. E ele tem isso em comum com Christopher Nolan e com Rian Johnson. O que eu acho que é surpreendente sobre Steven é simplesmente o ânimo com que ele chega todos os dias no trabalho. Você pensaria: "Tudo bem, Steven Spielberg. Ele é um dos mais renomados e bem sucedidos cineastas de todos os tempos." Você pensaria: "Talvez ele seja um pouco casual ou blasé. Simplesmente mais um dia no trabalho." Ele é completamente o oposto. Ele realmente parece uma criança. Ele estava se divertindo tanto e simplesmente estava tão empolgado todos os dias. Eu acho que este projeto é muito especial para ele. Ele está tentando fazer isso acontecer há dez anos. E você conseguia dizer que era. Que significa muito para ele. E isto fez divertido ir trabalhar todos os dias.

Eu estava curioso... como foi quando falaram com sobre o filme? Você ficou: "Meu Deus, eu quero muito fazer isso"? Ou você ficou um pouco apreensiva, porque é um personagem muito icônico. Você me entende.

Sally Field: Eu entendo, mas eu lutei por isso. Eu lutei muito por este papel. Porque ela é uma das mulheres mais complicadas, pouco estudadas, pouco entendidas e muito importantes para a história americana. Se não houvesse uma Mary Todd, não haveria um Abraham Lincoln. Eles eram dois lados da mesma moeda, que se tornou Abraham Lincoln. Ela foi muito importante para quem ele era. Ela o conheceu quando era novo, como advogado. Ele era um caipira. Ele não falava... Ele se expressava bem, mas não sabia falar muito bem ou alto, e sua gramática não era boa. Ela odiava a forma que ele se vestia, se portava, andava. Ela o encontrou e disse: "Esse é o homem com quem eu vou casar e ele vai ser o presidente." E ela era a sua confidente e conselheira mais próxima. Sua maior incentivadora sempre e ele sempre se apoiava nela e ela sempre foi dura com ele.

Estou curioso sobre a pesquisa. Quando você estava pesquisando este período e as pessoas envolvidas, alguma coisa o surpreendeu em aprender, talvez que você não esperava? Talvez sobre o seu personagem, ou sobre o período.

JGL: O que você não espera é... Você pensa em Abraham Lincoln, você pensa: "Bom, ele é um anjo, ele fez tudo certo. Uma das melhores pessoas da história. Ele deve ter tido uma ótima relação com o seu filho." Ele não tinha uma ótima relação com o seu filho. Eu interpretei Robert Lincoln, seu filho mais velho, e a relação deles era muito tensa.  Abraham Lincoln era um pai muito ausente, especialmente quando Robert era pequeno. Lincoln estava viajando, estava sempre fora. E esta não é só uma biografia patriótica. Isto é um retrato de um ser humano. É um estudo de personagem. E mostra ele em momentos hipócritas, em momentos de fraqueza e erros e também o líder virtuoso que ele era. E é isso que faz o filme para mim.

Todos envolvidos neste filme eram ótimos. Você tem Spielberg, ótimas pessoas atrás das câmeras. Como foi o processo de colaboração com todos neste filme?

James Spader: Eu sempre achei a maioria das experiências... Filmes são colaboratativos de qualquer forma. Há um equilíbrio incrível que o diretor deve manter, para se fazer um filme, porque se dá muitas responsabilidades aos outros. Mas eles têm que controlar isso e eles devem também... É uma ditadura muito benevolente. Porque devem se apoiar na execução de trabalho de outros, mas devem incorporar em uma intenção própria. E Steven faz isso sem esforço algum, aparentemente. Ele fez de uma forma tão bonita neste filme. Todos estavam trazendo a sua parte. Do especialista em objetos, ao figurinista, aos atores, ao diretor de fotografia, ao compositor. Todos estão trazendo as suas especialidades, mas o filme é dele e parece isso.

Você já trabalhou com ótimos atores. Obviamente, Daniel Day-Lewis é um ótimo ator. Fale um pouco sobre... Para você, foi como uma criança em uma loja de doces, ao ter cenas com ele? E como foi isso? Porque eu sei que ele é igual na frente e fora das câmeras. Como foi aquela experiência?

JGL: Ele é muito focado e simplesmente faz o trabalho... Eu não quero dizer fácil, mas quando ele está no personagem, ele me leva junto para o meu personagem. Eu aparecia e tudo o que tinha que fazer era ficar do lado dele, prestar atenção nele e eu era sugado para o personagem e para o mundo.

SF: Na verdade, Daniel e eu trabalhamos exatamente da mesma forma. Nós todos... Eu sempre trabalhei assim. Eu venho do Actor's Studio. Eu trabalhei com Lee Strasberg, então eu sou o método. Eles o chamam de método. E, porque as pessoas não entendem o que é o método, mas eu sempre fui assim. O trabalho que tive a oportunidade de ter na minha vida, que tem um peso, eu simplesmente nunca senti tanta iniciativa na minha vida para me impor papéis assim. Eu ficaria: "Eu não tenho o poder para fazer isso." Então, eu me escondia e tentava ficar na minha vida. Mas... Então, quando eu estava lá com Daniel, e Steven, que criou uma bolha segura para todos os atores existirem e viverem dentro. Foi como se eu tivesse morrido e ido para o céu. É a forma como eu trabalho e... Então, foi como foi como me sentir em casa, para mim, como uma atriz. Foi uma experiência incrível. Eu nunca vou ter uma experiência como esta de novo. Eu não acho. Eu acho que todos os atores se sentiram assim.

Eu tenho que ir. Muito obrigado pelo seu tempo.

 


 

 

Lincoln estreia 25 de janeiro nos cinemas.

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