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Oz - Mágico e Poderoso | Omelete Entrevista Sam Raimi

"O segredo para se contar uma história é saber o que não colocar no filme"

08.03.2013, às 22H01.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 17H18

Steve Weintraub, nosso correspondente de Hollywood, conversou com Sam Raimi, diretor de Oz - Mágico e Poderoso (Oz - The Great and Powerful). No bate-papo, ele contou quão nervoso estava para a estreia do film, o uso do 3D e cenas deletadas.

O meu presente para você é dizer quanto eu amei o filme. É fantástico.

Sam Raimi: Isto é ótimo. Obrigado.

Acho que é melhor do que qualquer presentinho.

SR: Sim, isto é o que eu queria ouvir.

Exatamente.

SR: Meu Deus. Obrigado.

Eu realmente estou falando sério. Eu entrei sem saber e eu não quero me intrometer nesta entrevista, mas você realmente acertou. Realmente.

SR: Obrigado. Muito obrigado, bom... Estou morrendo para saber o que o público acha e fico muito aliviado por saber que você gostou. O que eu posso te contar é que você trabalha sem parar e depois de um ano e meio, você não sabe mais o que está fazendo. E depois de dois anos você fica com a vista embaçada. Em dois anos e meio você acha que é a pior coisa que já criaram. E depois você quer se matar lá pelo ano três, mas você tem que terminar a grande jornada, lançar e há tanto... Tudo o que você vê são os erros e... eu não sabia pela exibição prévia, em que tivemos uma boa reação, mas eu não sabia se era porque eram amigos e o pessoal do estúdio, então é um grande alívio.

Honestamente, você estava brincando quase que com um objeto tóxico ao mexer com "O Mágico de Oz". Você me entende? Você está brincando com algo que significa muito para muitas pessoas, mas você acertou em relação ao prelúdio de "O Mágico de Oz", mas é um filme próprio.

SR: Obrigado.

E... Mas uma das coisas que eu realmente quero conversar com você, especificamente, é que você usou o 3D muito bem, porque muitas pessoas, cineastas, estão fazendo esses filmes 3D, mas não há razão alguma para vê-los em 3D. Mas você fez parecido com o que Scorsese fez em "A Invenção de Hugo Cabret" ou a forma que Ang Lee fez "As Aventuras de Pi", em que é uma parte real do filme. Você poderia falar sobre o uso de 3D e por que é importante assistir ao filme em 3D?

SR: Sim. Bom, L. Frank Baum e seus vários romances sobre Oz descrevem paisagens completamente fantásticas. Dos desertos impossíveis a montanhas malucas, a cachoeiras. Da Cidade de Esmeraldas, o país dos Quadlings. Realmente era uma descrição muito rica do ambiente e eu realmente queria trazer o mundo de Oz para a vida real, para o público. Com esta tecnologia, por que não faríamos? Eu tenho o ótimo designer de produção, Robert Stromberg, e muitos artistas para me ajudar, então eu senti que uma das ferramentas que poderíamos usar seria o 3D. Para realmente fazer o público acreditar que foram para Oz e caíram nas cachoeiras, escalaram as montanhas e voaram com os babuínos com asas. Havia muitas oportunidades de realmente experimentar o drama que ele escreveu, que eu achei, que era a ferramenta certa para este filme.

Eu sempre estou curioso sobre cenas deletadas, o que não foi para o corte final. Você tinha muita coisa que teve que tirar ou, pela intensidade toda do trabalho não há muitas cenas deletadas?

SR: Não, neste há muitas cenas deletadas. Porque eu estava enlouquecendo sobre uma história pregressa para preparar tudo, para realmente entender Glinda e o entendimento dela de que o seu pai não estava mais lá e ela tinha esperado pelo mágico. Ela acreditou na pessoa errada e ela tentou fazê-lo acreditar nele mesmo, mas ela mesma tinha dúvidas. Porque ela tinha ascendido e se tornado secretamente a heroína do seu povo e ela tinha receio de não conseguir repetir o que seu pai havia feito. Então, havia muitos pedaços que eu queria ter deixado, mas o segredo para se contar uma história é: simplesmente tenha certeza que você sabe tudo isso e, às vezes, você não precisa colocar tudo isso no filme. Eu ainda estou aprendendo isso. Qual é o melhor pedaço para se colocar. Onde que o público precisa de uma informação. Onde que é melhor a imaginação deles contar uma parte da história. Porque há tantos personagens, há tanta interação, mesmo antes de chegarmos lá. E nós entramos no meio de muitas mentiras. Evanora está mentindo para sua irmã e mentido para o povo. A irmã não sabe de nada e nós acreditamos no que eles acreditam, a mentira que ela está falando, do "mau do bem". Então, é uma história muito complexa, com histórias pregressas, com o pai assassinado que... eu queria ter certeza de que tinha toda a história lá e depois eu tirei o que era desnecessário.

Eu tenho que terminar com você, mas quero perguntar bem rapidamente.

SR: Claro.

Você vê muitas dessas cenas acabando no eventual Blu-ray ou realmente precisa terminá-las antes para poder mostrar?

SR: Precisam ser terminadas e, infelizmente, na sala de edição, quando percebemos que tínhamos que seguir mais essa história e menos da outra, nós nunca levamos para o departamento de efeitos especiais. Seria muito caro fazer tudo.

Eu entendo. Eu tenho que terminar com você.

SR: Obrigado.

 


 

Oz - Mágico e Poderoso estreia 8 de março nos cinemas. Leia a crítica.

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