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Procurando Nemo 3D | Omelete Entrevista Diretor e responsáveis pelo 3D

E ainda um trecho do novo curta da Pixar e um bate-papo com seu criador

15.10.2012, às 23H55.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 17H17

Para promover o lançamento de Procurando Nemo em 3D, a Disney e a Pixar convidaram o Omelete para participar de uma série de entrevistas sobre a nova versão da animação. Nosso correspondente em Hollywood, Steve Weintraub, foi lá então conversar com o codiretor do filme, Lee Unkrich, o supervisor estereostópico da Pixar, Bob Whitehill, o diretor da produção 3D, Josh Hollander, e Mark Walsh, que dirigiu Partysaurus Rex, curta-metragem inédito exibido antes de Procurando Nemo 3D.

Como você está hoje?

Lee Unkrich: Estou ótimo, obrigado.

Então, a primeira coisa que pensei quando reassisti a "Procurando Nemo 3D" foi na equipe de estrelas que vocês tinham no filme. Tinha você, Andrew Stanton... Parecia um grupo de estrelas para fazer " Procurando Nemo". Você poderia falar um pouco sobre como foi fazer "Procurando Nemo", o que você lembra, a colaboração para fazer o filme?

LU: Sabe, a Pixar passou por várias fases durante os anos. No começo, quando fizemos "Toy Story", foi literalmente todos nós. Toda pessoa criativa do estúdio estava junto fazendo um filme. E, em algum ponto, começamos a nos separar um pouco, cada um fazendo os seus projetos. E Andrew Stanton foi um dos primeiros a se separar e fazer "Procurando Nemo". Depois de Pete Docter ter feito "Monstros S.A." Mas eu fiquei perto dele. Eu fiquei com Andrew e nós nos divertimos muito fazendo esse filme. E agora estamos em um momento em que nós realmente... Nós estamos desenvolvendo tantos filmes que não trabalhamos mais tanto juntos. O que deixa um gosto agridoce.

Falem um pouco sobre a colaboração com diretores. Estou curioso... Obviamente, quando se ajusta o filme para o 3D... tem muita... Vocês têm que decidir o que querem fazer. Em que momento os diretores estão falando: "Isto é o que eu quero"? Ou...? Vocês me entendem?

Bob Whitehill: Sim. Nós geralmente temos uma reunião com o diretor e mostramos cenas selecionadas. É melhor de ver e julgar o 3D se está em uma cena, do que em um só take. Então, quando temos alguns minutos de uma cena, nos encontramos com o diretor, assistimos com ele, e vemos o que ele acha sobre o que ele quer que façamos com o 3D e continuarmos com isso. E devo dizer, antes temos um primeiro encontro em que descrevemos o processo de 3D, mostramos alguns exemplos de filmes que já fizemos. Então, temos o esta reunião inicial e depois a revisão de cena, e depois fazemos revisão de sequências, em que mostramos cada vez mais material. E, até o final, estamos pensando igual aos nossos diretores, nos termos do que eles querem e das decisões a serem tomadas.

Qual foi a sua reação? Eu achei que o filme está incrível. E eu sei que a resolução está 144% melhor com esta rederização.

LU: Certo.

Qual foi a sua reação ao ver o filme em 3D?

LU: Eu fiquei completamente impressionado. É sempre divertido assistir a um dos nosso filmes que tenha sido "re-imaginado" em 3D. É emocionante. Mas "Procurando Nemo", mais do que qualquer outro, realmente me impressionou. Quando estamos fazendo os filmes... especialmente estes filmes do início, nós não estamos pensando nada em 3D. Então, como um produtor de filmes, eu sempre estou tentando fazer decisões do cenário, para tentar criar a ilusão de profundidade, como qualquer produtor de filme, mesmo trabalhando em um espaço em 2D. E é muito legal para mim ver as decisões que foram feitas para um filme 2D funcionarem em um filme 3D. Ao ponto que, quando assisto a "Procurando Nemo 3D", parece que fizemos um filme em 3D, e é isso que fizemos do princípio, mesmo não sendo assim.

Eu realmente quero falar sobre tecnologia, e o seu impacto em 3D. O que aconteceu nos últimos anos com softwares, ou com a tecnologia? O processo fica mais fácil, mais intuitivo, ou...? Vocês me entendem?

BW: Nós conseguimos usar um processo que chamamos de "arqueologia digital", para trazer essas coisas antigas, personagens, sets, de volta para o presente. Então, é como se estivéssemos recriando o filme do nada. Como se hoje, estivéssemos fazendo o filme pela primeira vez. Então, nós conseguimos captar o filme, com câmeras para 3D, de uma forma perfeita. Não é uma conversão de uma imagem já existente. É uma recriação do filme em 3D.

Fale um pouco das dificuldades técnicas que você tinha naquela época... O que estou curioso é sobre a tecnologia e o impacto dela na Pixar. Como vocês estavam naquela época e agora, uma década depois, o que vocês podem fazer?

LU: Bom, o início da Pixar, claro que todo filme novo que fazíamos, tínhamos que criar tecnologias novas para tentar contar esse história que íamos contar. E, antigamente, muitas coisas eram bem difíceis, como cabelo, humanos e água. E, em "Procurando Nemo", foi isso que tivemos que superar. Nós tínhamos que descobrir como fazer água, convincentemente, porque quase todas as cenas seriam embaixo da água, de alguma forma. Ou teriam água nela. Então, trabalhamos muito para desenvolver essa tecnologia nova. E, incrivelmente, muitas das coisas que desenvolvemos fizeram com que a versão 3D parecesse mais convincente.

Falem um pouco sobre as dificuldades tecnológias de fazer "Procurando Nemo" e outros filmes antigos da Pixar, e... Esse tipo de coisa.

Josh Hollander: O principal desafio em recriar um filme como "Procurando Nemo" é essa"arqueologia digital" que Bob falou. Softwares estão sempre avançando, sendo revisados e melhorados. Então, a versão do software que utilizamos na criação de "Procurando Nemo" não existe mais naquele estado. Então, a primeira coisa que temos que fazer é criar uma forma de utilizar coisas do passado e do presente, para recriar o filme. Depois temos o desafio de fazer as cenas parecerem certas. Muitos problemas podem ocorrer por mudanças do software, mudanças na infraestrutura do sistema, localização de armazenamento, etc. Então, temos que fazer as cenas parecerem certas. Daí, renderíamos cada frame, e, como Bob disse, podemos recriar cada frame individualmente. fazendo essas decisões criativas. Um dos desafios únicos de "Procurando Nemo" foi a quantidade de partículas. Porque colocamos um volume de partículas... Existe uma sujeira na água. Nós colocamos um volume originalmente em 2D para criar aquela experiência embaixo da água. E em 3d, este volume parece um pouco pesado. Então, nossa equipe desenvolveu ferramentas que podem equilibrar o volume de partículas em qualquer cena, para ter certeza que não é uma distração, mas mantenha a sensação de estar submerso.

Eu sei também que vocês estão fazendo "Monstros S.A." para o relançamento em 3D. Como tem sido...? Falem um pouco sobre as dificuldades técnicas para recriar este filme. Foi mais fácil que "Procurando Nemo"?

JH: Pensando nos dois, "Monstros S.A." foi um pouco mais fácil. Há um interessante equilíbrio entre a idade do software. Se é tão velha que não podemos acessá-lo versus moderno o suficiente que é fácil, e a complexidade do filme. "Toy Story", por exemplo, é um filme muito velho. Em relação à complexidade, não é tão difícil. Em relação à tecnologia, é mais complicado, por causa da idade da tecnologia. "Procurando Nemo" é um equilíbrio interessante, porque é moderno o suficiente para ser muito complexo, mas velho o suficiente para não haver um jeito fácil. "Monstros S.A.", em relação ao equilíbrio, é um pouco mais fácil que "Procurando Nemo".

Obviamente você dirigiu "Toy Story"... Basicamente, "Toy Story 3" fez muito sucesso. Você ainda sente: "Ainda bem que não estraguei isso"?

LU: "Toy Story 3"? Sim, todo dia que acordo. Absolutamente. É engraçado. Nós estávamos falando sobre James Cameron antes, porque eu acabei de ler uma entrevista com ele, em ele disse que de todos os filmes que estavam "pedindo" para virar 3D, ele achava que "Procurando Nemo" era o que ele mais queria ver. E, me lembrou de quando eu visitei o set de "Avatar", há muitos anos. E, quando me apresentaram para James Cameron, a única vez que o vi... Eu fui apresentado como o cara que estava fazendo "Toy Story 3", e eu lembro dele dizendo: "Boa sorte com isso." Então, eu não seu o que ele achou do filme, mas... estou feliz que deu tudo certo.

Eu imagino que na Pixar, todo mundo quer dirigir um curta. Eu imagino que tenha muita competição para este lugar. Como você conseguiu "conquistar a cadeira de direção"?

Mark Walsh: Bom... Eu sugeri uma ideia. Eu sugeri esta ideia sobre Rex, o dinossauro de "Toy Story 3", que é um personagem que eu amo, interpretado por Wallace Shawn, um ator que eu adoro. E juntei com a minha experiência de criança de brincar na banheira. Que para mim era como uma jacuzzi. É incrível, certo? Você pode se imaginar como um adulto em uma jacuzzi, com música e brinquedos para você brincar. É incrível! Então, eu queria combinar estes dois neste ideia: "Partysaurus Rex". E, John Lasseter amou a ideia. Conseguimos trazer para o projeto BT, um artista de música eletrônica. E trabalhamos com os nosso amigos no Canadá. Da Pixar do Canadá, nosso estúdio "irmão". E, antes que pudesse perceber, tinha se tornado uma grande festa. Não foi o que eu esperava. E eu acho que a maioria das pessoas que querem ser diretores, ou querem ser diretores da Pixar, especificamente, que a experiência é bem diferente do que acham que é. É muito desafiadora, mas muito divertida.

Procurando Nemo 3D já está nos cinemas.

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