Micro-ondas | Nascido Para Matar (Full Metal Jacket)

Sabe aquela história de combater fogo com fogo? É mais ou menos isso o que Stanley Kubrick fez em Nascido Para Matar, cujo título original é Full Metal Jacket.

Embora seja um filme de guerra, a forma como ele é contado e as cicatrizes incuráveis que ele mostra são provas de que, na verdade, trata-se de um filme anti-guerra.

Nascido Para Matar estreou nos cinemas no dia 26 de junho de 1987, há 25 anos, e foi escolhido pelo Instituto de Filmes Americanos um 100 melhores longas-metragens da história do cinema.

Ao lado de Platoon e Apocalypse Now, Nascido Para Matar forma uma trifeta obrigatória de filmes sobre a Guerra do Vietnã que todo cinéfilo tem que conhecer.

A história pode ser dividida em dois atos distintos. O primeiro é o duríssimo treinamento enfrentado pelos soldados comandados a gritos e psicologia do medo imposta pelo Sargento Hartmann, que pega pesado com todos os seus soldados, mas demonstra uma cisma maior com o fora de forma soldado Pyle, que sofre na sua mão.

A segunda parte é ambientada no Vietnã e tem um foco maior no soldado Joker, que está no meio da guerra como um jornalista oficial do exército e vai mostrar a forma como eles são tratados pelos seus superiores e as atrocidades cometidas pelos soldados americanos contra os vietcongues.  

Nascido para Matar rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado a Kubrick e Michael Herr. O prêmio acabou nas mãos de Bernardo Bertolucci, que naquele ano ganhou quase tudo com O Último Imperador.

Além do texto afiado e cenas memoráveis, Nascido Para Matar tem também uma trilha sonora excelente, que vai da clássica "Paint it Black", dos Rolling Stones, e "Surfing Bird", dos Trashmen, à icônica "These Boots Are Made for Walking", que embala na voz de Nancy Sinatra a sequência da prostituta vienamita.