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Indústria de quadrinhos francesa bate recordes

Indústria de quadrinhos francesa bate recordes

27.02.2002, às 00H00.
Atualizada em 14.11.2016, ÀS 05H10
Estamos no ano 2001 depois de Cristo.

Toda a indústria de quadrinhos mundial é assombrada pelo fantasma da crise... Toda&qt;& Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis gauleses ainda resiste e prospera. E a vida parece estar sendo fácil para os felizes editores de quadrinhos da França...

É isso mesmo, embora, em todo o mundo, só se fale em crise nas HQs (mesmo na poderosa indústria de quadrinhos japonesa), os editores franceses divulgaram seus resultados no ano passado e revelaram uma indústria bastante próspera.

Os dados se referem apenas a “álbuns” (ou seja, trabalhos publicados em livrarias, como Asterix), não incluindo o razoável mercado de quadrinhos de banca francês. Também não foi esclarecido se os dados englobam apenas trabalhos originais em língua francesa ou se também incluem reimpressões de mangás ou comics americanos. É provável que sim, uma vez que a editora com maior número de lançamentos – Glénat – é a principal editora de mangá da França.

Foram nada menos que 1292 álbuns novos publicados em 2001 contra 1137 em 2000. Se incluirmos reimpressões, livros de ilustrações e publicações sobre quadrinhos, o total de publicações eleva-se para 1890, um recorde! Como mencionado acima, a principal editora foi a Glénat, com 122 títulos novos contra 117 em 2000.

O total de unidades vendidas excedeu os 30 milhões! O título mais vendido foi o novo álbum de Asterix – Asterix e Latraviata, lançado no Brasil pela Editora Record –, com nada menos que 3 milhões de exemplares!

Outros títulos de grande vendagem foram séries européias tradicionais como Blake & Mortimer – cujo novo álbum, Létrange Rendez-Vous vendeu 500 mil exemplares, devendo ser publicado em Portugal pela Meribérica e vendido também por aqui – o Pequeno Spirou (600 mil exemplares), o penúltimo Lucky Luke (320 mil), Thorgal (300 mil), Túnicas Azuis (190 mil), a Juventude de Blueberry (100 mil) e Valerian (90 mil). Só para ficar nas que são conhecidas do público brasileiro.

Entre as desconhecidas do leitor tupiniquim, vale notar duas séries derivadas do recente sucesso Lanfeust de Troy: Lanfeust des Etoiles (360 mil exemplares) e Trolls de Troy (160 mil). Ambas mostram que ainda há espaço para novidades no quadrinho franco-belga. Também lançamentos novos como Le cri du peuple (de Jacques Tardi, 200 mil cópias) e Western (de Jean Van Hamme, 100 mil) obtiveram bons resultados.

Vale notar que algumas das séries de maior sucesso dos últimos anos, como Metabarões, XIII e Largo Winch, não tiveram novas edições lançadas em 2001. Largo Winch, porém, ganhou uma série de TV, exibida no Brasil no canal AXN.

O ano, por sinal, foi pródigo na adaptação de séries européias para outras mídias. Além da mencionada incursão televisiva de Largo Winch, foram confirmadas as produções dos filmes de Blake & Mortimer, Tenente Blueberry e do segundo filme de Asterix (que já estreou na França, com enorme sucesso), uma série de TV americana baseada em Jeremiah (do desenhista Hermann) produzida pelo famoso J. Michael Straczinski (de Babylon 5), desenhos animados de Corto Maltese (cuja exibição no Brasil foi prometida pela HBO) e vários outros projetos, inclusive o uso dos personagens Corto Maltese e Largo Winch como “astros” de uma campanha publicitária da Dior (!).

Ironicamente, todo esse sucesso não parece sensibilizar as editoras brasileiras, que ainda buscam suas novidades nas indústrias de quadrinhos dos EUA e, em menor escala, da Itália e do Japão. O álibi tradicional das editoras é que o custo de produção desses trabalhos é alto e o retorno das vendas em livrarias (quando ocorre!) é muito lento. Para infelicidade dos leitores brasileiros.

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