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Os Queridinhos da América | Crítica

Com quantos queridinhos se faz um filme de verdade

12.10.2001, às 00H00.
Atualizada em 10.11.2016, ÀS 13H00

No mínimo curioso, o caso do produtor, ator e diretor Joe Roth. A sua carreira contabiliza uma única atuação, em Tunnel Vision, de 1976. Como diretor, ele comandou meros quatro filmes em 15 anos de atividades no cargo, entre eles o libelo cômico A Vingança dos Nerds (1987). O lado produtor prevalece em sua carreira, encarregado de suprir e delinear cerca de 35 filmes. Cabe a esse profissional estabelecer as bases da película, como negociação do elenco, estratégia de marketing, calendário de filmagens, etc.

Pois exatamente naquele que se concretiza como o seu trabalho mais significativo, Os Queridinhos da América (America's Sweethearts, 2001), Roth resolve ocupar novamente a cadeira de diretor. Acontece que, se o filme realmente alcança certa notoriedade nas bilheterias, o mérito é da equipe de produtores. Afinal, o projeto já nasceu vencedor. "Queridinhos" acerta, antes de mais nada, por reunir um time de estrelas. Julia Roberts, a garantia primeira de sucesso, é a queridinha-mor. Catherine Zeta-Jones é a queridinha de Michael Douglas. No time dos homens, o neo-queridinho John Cusack aproveita a fama de ator romântico, adquirida com Alta Fidelidade (2000). Para completar, o comediante Billy Cristal, queridinho das cerimônias do Oscar, fecha o elenco principal.

Os Queridinhos da América

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Assim, cabe a Roth apenas a missão de gerenciar uma história que mistura graça e romance às manias do mundo das estrelas. Às vesperas do lançamento de seu décimo filme, Eddie Thomas (Cusack) e Gwen Harrison (Catherine), o casal símbolo de Hollywood, atravessam uma crise amorosa. Eddie busca auxílio e reflexão num centro espírita, enquanto Gwen não consegue repetir o sucesso alcançado enquanto estavam juntos. O divórcio parece iminente. Cabe à dupla Kiki (Julia) e Lee Philips (Cristal), respectivamente a assistente de Gwen e o responsável pela promoção da película, mostrar à mídia que os dois convivem harmoniosamene e assim gerar divulgação do novo filme. A dupla que age nos bastidores apenas não prevê o inesperado Eddie e Kiki se tornam muito mais do que bons amigos e companheiros de trabalho.

Com mote e um elenco desses, não haveria como fugir do presságio de um sucesso fácil. Mas acontece que o imponderável e o impensável também exercem sua influência. E não há Julia ou Catherine que salve Os Queridinhos da América! A direção de Joe Roth, com o auxílio do roteiro manco de Billy Cristal, consegue o impossível. O caso entre Kiki e Eddie não passa da superficialidade (fica difícil acreditar num "amor eterno" decidido em poucas horas). A graça das piadas de Cristal não dura até uma segunda repetição, assim como a afetação-canastrona de Catherine. Enfim, se uma boa produção consegue convencer a audiência a migrar aos cinemas, a finalização capenga estraga o resultado final. Para meios de comparação, Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) mostra que não é difícil criar uma trama amorosa com piadas e dramas na medida certa.

Nota do Crítico
Regular
Os Queridinhos da América
America´s Sweethearts
Os Queridinhos da América
America´s Sweethearts

Ano: 2001

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 100 min

Direção: Joe Roth

Elenco: Julia Roberts, Billy Crystal, Catherine Zeta-Jones, John Cusack, Hank Azaria, Stanley Tucci, Christopher Walken, Alan Arkin, Seth Green, Rainn Wilson, Eric Balfour, Scot Zeller, Larry King, Steve Pink, Marty Belafsky, Keri Lynn Pratt, Maria Canals-Barrera

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