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Crítica

Fogo Contra Fogo | Crítica

Péssimo roteiro estraga a estreia de Josh Duhamel como protagonista de cinema de ação

07.02.2013, às 20H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H53

O único erro de Fogo Contra Fogo que não pode ser creditado a seus realizadores é o título brasileiro - cópia do filme de Michael Mann, de 1995, com Al Pacino e Robert De Niro - provavelmente escolhido por pessoas alheias à produção do longa em si. De resto, a estreia de Josh Duhamel como protagonista se mostra uma combinação de erros que começa no roteiro e tem seu ápice na desastrosa performance de um elenco recheado de atores conhecidos.

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Na trama, o bombeiro Jeremy Coleman (Duhamel) presencia um assassinato e aceita a proposta do detetive Cella (Bruce Willis) de testemunhar contra o culpado: David Hagan (Vincent D'Onofrio), um mafioso procurado pela polícia há anos. Blindado pelo programa de proteção à testemunha, Coleman muda de cidade, afim de escapar das ameaças constantes de Hagan. Uma mudança no julgamento do criminoso faz com que ele fique solto e comece a caçar o bombeiro, tentando por um fim à possibilidade dele depôr no tribunal. Sem querer passar a vida inteira fugindo, Coleman decide ir atrás do vilão para acabar com ele com as próprias mãos.

A batida proposta de mostrar um cidadão pacífico se transformando em um assassino é mau executada desde a motivação do personagem - o inverossímil romance com a agente federal Talia Durham (Rosario Dawson), que também é ameaçada por Hagan. Tão ruim quanto o desenvolvimento da química entre o casal é a tentativa de incluir os problemas familiares do bombeiro e também do detetive Cella - interpretado por Bruce Willis de forma canastrona e preguiçosa. Com tantas tramas paralelas sem desenvolvimento pleno, é inevitável que o enredo principal careça de sustentação.

Sem uma grande cena de ação, o diretor David Barrett (A Qualquer Preço, de 1998) se baseia em sequências de violência gratuita para impactar o espectador. Com cortes rápidos e close-ups no protagonista, Barret tenta demonstrar o desconforto de Coleman ao fazer o que não quer e não sabe: matar uma pessoa. A montagem de algumas cenas é eficiente (a morte do primeiro capanga de Hagan, por exemplo), mas fraqueja no mais importante elemento de sua construção: a atuação. Se Duhamel sequer tem a capacidade de convencer como um bom moço em simples comédias românticas, não é supreendente sua desastrosa tentativa de encarnar um bombeiro/assassino/mulherengo/vingador.

Como se não fosse o bastante copiar o título de um verdadeiro filme de ação, Fogo Contra Fogo se flagela ainda mais ao relembrar a impecável atuação de Edward Norton em A Outra História Americana, quando coloca a boca de Josh Duhamel no meio fio. Referências tão explícitas não deixam esta tentativa de filme se tornar mais do que um exemplar de ação esquecido numa sessão de um Domingo Maior.

Nota do Crítico
Ruim
Fogo Contra Fogo
Fire With Fire
Fogo Contra Fogo
Fire With Fire

Ano: 2012

País: EUA

Classificação: 16 anos

Duração: 97 min

Direção: Michael Mann

Elenco: Al Pacino, Robert De Niro, Val Kilmer, Jon Voight, Tom Sizemore, Diane Venora, Amy Brenneman, Ashley Judd, Mykelti Williamson, Wes Studi, Ted Levine, Dennis Haysbert, William Fichtner, Natalie Portman, Tom Noonan, Tone-Lōc, Hank Azaria, Kevin Gage, Susan Traylor, Kim Staunton, Danny Trejo, Henry Rollins, Jerry Trimble, Martin Ferrero, Ricky Harris, Begonya Plaza, Hazelle Goodman, Ray Buktenica, Jeremy Piven, Xander Berkeley, Rick Avery, Brad Baldridge, Andrew Camuccio, Max Daniels, Vince Deadrick Jr.

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