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Omelista | Carros Icônicos do Cinema e da TV - Parte 1

Escolhemos dez carros marcantes que fizeram história no cinema e na televisão

13.02.2012, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H31

De símbolo de status à máquina mortífera: um carro pode dizer muito sobre um personagem, ou tornar-se tão icônico que sua fama transcende a obra a que pertence. Para definir o que faz de um carro um ícone, escolhemos veículos únicos - seja por sua pintura, formato ou funcionalidade - que imediatamente remetem ao filme ou série de origem.

Nesta Omelista especial em duas partes, trazemos a você dez carros que marcaram a história do cinema e da TV. Conheça os cinco eleitos desta semana:

Aston Martin DB5
007 Contra Goldfinger

Monty Python's Flying CircusO Aston Martin DB5 não foi o primeiro carro dirigido por James Bond, mas se tornou o veículo mais famoso da série por ser o primeiro desenvolvido especialmente para o espião, fazendo muito mais que levar o 007 do ponto A ao ponto B. Pela primeira vez na franquia, o carro de James Bond trazia várias funcionalidades especiais de espionagem, fazendo dele um elemento importante para a estrutura e desenvolvimento da trama.

O Aston Martin DB5 apareceu pela primeira vez em 007 Contra Goldfinger (1964), terceiro filme da série, estrelado por Sean Connery. Apesar de Ian Fleming ter escolhido um Aston Martin DB Mark III como o carro de James Bond em seu livro, a empresa preferiu usar no filme seu último lançamento. O carro que aparece no longa é o protótipo original do DB5, com outra versão usada para as cenas de ação. Mais dois carros cheios de gadgets foram montados para eventos publicitários de lançamento, incluindo metralhadoras falsas sob os faróis dianteiros, um escudo à prova de balas que cobre o vidro traseiro, placa com números giratórios para disfarce e abertura no teto para cadeira ejetora. Um dos carros originais dirigidos por Connery - e com os equipamentos do filme - foi leiloado em 2010, por um valor estimado em 5 milhões de dólares.

O carro aparece também no filme seguinte, 007 Contra a Chantagem Atômica (1965), mas só voltou ao universo de Bond em 1995, em 007 Contra GoldenEye, e 007 - O Amanhã Nunca Morre, ambos estrelados por Pierce Brosnan. 007 - O Mundo Não É o Bastante (1999) também filmou cenas com o icônico veículo, mas elas acabaram cortadas. 007 - Cassino Royale (2006), que reinicia a cronologia do agente secreto com Daniel Craig, também mostra rapidamente um Aston Martin DB5, ganhado em um jogo de pôquer e sem funcionalidades especiais. Assim, homenageando as raizes do 007, a franquia seguiu em frente com um novo agente, nova cronologia e um novo Aston Martin, modelo DBS V12.

DeLorean
De Volta Para o Futuro

Monty Python's Flying CircusMais que um carro, o DeLorean é responsável por tornar possível a premissa de De Volta Para o Futuro. Uma das primeiras ideias de Robert Zemeckis e Bob Gale ao escrever o roteiro era usar uma geladeira como máquina do tempo, mas foi logo descartada por medo de que isso incentivaria crianças a se trancar dentro de geladeiras e porque encareceria o clímax do filme. Assim, entrou em cena o carro irlandês DeLorean DMC-12, modelo 1982.

Para funcionar, o carro modificado pelo Dr. Emmett Brown (Christopher Lloyd) usa plutônio para gerar os 1.21 gigawatts de energia necessários para o funcionamento do "capacitor de fluxo", aparato que torna possível a viagem no tempo quando o carro atinge a velocidade de 88 milhas por hora. O cientista mostra sua invenção a Marty McFly (Michael J. Fox) - usando como exemplo a data 5 de novembro de 1955 - momentos antes de um encontro com terroristas líbios deixassem o doutor com um ferimento mortal. Marty tenta escapar no DeLorean, mas sem querer ativa o capacitor de fluxo e vai parar na Hill Valley de 30 anos atrás - e sem o plutônio necessário para fazer a viagem de volta. Entre lições sobre os perigos de interferir no continuum do espaço-tempo, Marty e o Doc Brown do passado buscam a solução para fazer o DeLorean funcionar e voltar para 1985.

Muitos elementos da franquia De Volta Para o Futuro se tornaram ícones e objetos de desejo, como o tênis autoamarrável Air Mag, o skate voador ou a jaqueta autossecante, mas nenhum destes é mais cultuado que o DeLorean. Infelizmente para os fãs, quando o filme chegou às telas em julho de 1985, o carro já estava praticamente fora de linha. Sua matéria-prima, o aço inox, era muito custosa e o design rebuscado demais para a época tornava a produção muito lenta. No final de 1982, a DeLorean Motor Company pediu concordata, depois que seu fundador, John DeLorean, foi preso por tráfico de drogas. Ele foi inocentado no julgamento, mas já era tarde demais para o DMC-12. Cerca de 100 carros inacabados na linha de montagem foram finalizados e o restante das peças e estoque, juntamente com a marca, foram vendidos para o empresário estadunidense Stephen Wynne, que continua montando os carros sob encomenda em Humble, Texas. Tecnicamente, não estão sendo fabricados DeLoreans "novos". Os carros estão apenas sendo montados, usando peças originais da época.

Em outubro do ano passado, a empresa prometeu uma nova versão do carro, movido a energia elétrica. O Electric DeLorean DMC-12 está previsto para 2013 e deve custar entre 90 e 100 mil dólares. Um protótipo já teria sido desenvolvido.

Batmóvel

Monty Python's Flying CircusA primeira aparição do Batman nos quadrinhos foi em maio de 1939, na Detective Comics #27, mas o Batmóvel - uma de suas armas mais conhecidas - só seria criado dois anos depois. Seu desenho era muito diferente do que conhecemos hoje: um conversível vermelho sem qualquer arma, escudo ou temática de morcego, com a exceção do logo do herói como enfeite no capô. Alguns meses depois, o ilustrador Jerry Robinson criou aquele que seria o design definitivo do Batmóvel durante toda a década de 40 e 50, usando a máscara do Batman como decoração da grade do radiador. Em junho de 1964, o design do Batman foi atualizado, juntamente com o Batmóvel, que ficou menor, mais veloz e mais esportivo, um conversível de dois lugares fortemente influenciado pelo Corvette C1 e pelos Porches da época.

Monty Python's Flying CircusNas histórias em quadrinhos, cada artista traz sua interpretação do Batmóvel, mudando suas formas, tamanho e funcionalidades com frequência. Mais tarde, quando Batman começou a ganhar suas primeiras aparições na TV, a estética teve de se submeter aos requisitos práticos e orçamentários. Em seu primeiro telefilme live action, de 1943, o Batmóvel nada mais era que um Cadillac conversível e o único detalhe que distinguia o carro pessoal de Bruce Wayne e o Batmóvel era a capota abaixada ou não. Em 1966, uma nova série do Batman chegou à TV, com orçamento para um Batmóvel icônico, desenvolvido por George Barris, um dos mais famosos customizadores dos EUA, a partir de um Lincoln Futura. O carro conceitual da Ford foi fabricado para uma exposição em 1955 e seu estilo estravagante com linhas exageradas não era nada prático, mas era perfeito para o Cavaleiro das Trevas - e para o prazo de apenas três semanas dado a Barris.

Monty Python's Flying CircusEm 1989, o Batman voltou aos cinemas pela primeira vez em 23 anos e, graças ao trabalho de quadrinistas como Frank Miller, na HQ Batman: The Dark Knight Returns (no Brasil, O Cavaleiro das Trevas), o público estava preparado para uma versão mais sombria do herói. A Warner Bros. convidou Tim Burton para a direção, com Anton Furst cuidando do design de Gotham City e do Batmóvel. A ideia era criar um carro diferente de todas as suas versões anteriores. O carro foi construído a partir de um Chevrolet Impala, do qual só sobrou o chassi e toda a carroceria foi criada sob medida, com linhas curvas. Suas funcionalidades eram relativamente simples, mas potentes. O painel trazia instrumentação parecida com a de um avião, sistema de auto-diagnóstico, comando de voz, bombas esféricas, duas metralhadoras laterais, entre outros armamentos. Este visual prevaleceu nos dois filmes do diretor, Batman e Batman: O Retorno (1992).

Monty Python's Flying CircusA próxima versão do Batmóvel nos cinemas foi em Batman Eternamente (1995), em que o diretor Joel Schumacher escolheu um caminho totalmente diferente de seu antecessor. O novo carro foi criado por Barbara Ling, que escolheu uma estética mais orgânica, com um desenho que realmente lembrava costelas, músculos e asas de morcedo. Para acentuar as linhas do carro, o motor, painel, rodas e interiores emitiam um brilho azul, completando o visual exagerado do filme.

Monty Python's Flying CircusDepois de um hiato de oito anos, o Homem-Morcego voltou às telas pelas mãos de Christopher Nolan em Batman Begins (2005), que serviu de recomeço para o universo do herói no cinema. A ideia era deixar o Batmóvel o mais real possível e o resultado foi um carro menos luxuoso e mais parecido com um tanque de guerra. O Tumbler era um projeto deixado de lado pela Wayne Enterprise, criado para dar saltos sem rampa e instalar a base de pontes temporárias. O projeto do carro foi feito por Nathan Crowley e Nolan, e construído pelos engenheiros Chris Corbould e Andy Smith. Quatro carros foram montados para o filme, cada um custando 250 mil dólares, sendo que um deles tinha um motor a jato de verdade, alimentado por seis tanques de propano. O interior do carro que vemos no filme era um cenário em estúdio e não correspondia aos Tumblers usados nas ruas. Apesar de parecer indestruível, o Coringa testou as limitações do Tumbler em O Cavaleiro das Trevas, disparando uma bazuca que acabou destruindo a metade traseira do veículo. Felizmente, para desastres como este - ou possivelmente piores - o carro conta com a capacidade de desprender sua parte central, gerando um Bat-pod para que o herói possa escapar com segurança.

Herbie
Se Meu Fusca Falasse...

Monty Python's Flying CircusO adorável Fusca cheio de personalidade e autonomia foi criado pela Disney e já teve várias passagens pelo cinema. Sua primeira aparição foi em Se Meu Fusca Falasse... (The Love Bug, 1968). Na trama, Herbie é desprezado por seu dono e acaba acolhido por um piloto decadente (Dean Jones), que decide correr com ele. Em gratidão, Herbie lhe dá várias vitórias, acabando sua maré de azar. No entanto, o piloto demora a entender que o fusquinha modelo 1962 é o responsável por ganhar tantas corridas. Nesta época, os poderes de Herbie eram mais disfarçados que em seu último filme, Herbie, Meu Fusca Turbinado (2005), em que a personagem de Lindsay Lohan se comunica diretamente com o carro. No filme de 68, o único a saber da vida própria do Fusca era o mecânico vivido por Buddy Hackett.

Depois de tanto sucesso no primeiro filme, Herbie ganhou as continuações As Novas Aventuras do Fusca (1974), e Herbie - O Fusca Enamorado (1977), em que o Fusquinha vira competidor internacional no circuito de Monte Carlo. Aos poucos, com tantas continuações no cinema e na TV (como Herbie Goes Bananas, de 1980, ou o telefilme de 82 Herbie the Matchmaker), o personagem foi ficando desgastado. Seu retorno em 2005 foi razoavelmente bem nas bilheterias, mas não o suficiente para gerar uma continuação. Parece que Herbie ficará mesmo encostado em algum ferro velho hollywoodiano por alguns anos. Mas fica a recordação do querido Fusquinha que foi um marco quando o assunto é carros antropomórficos, que atualmente faz muito sucesso na franquia da Pixar.

Mach 5
Speed Racer

Monty Python's Flying CircusCriado nos anos 1960 por Tatsuo Yoshida, o anime e mangá Speed Racer (originalmente chamado Maha Go Go Go) se passa no mundo das corridas de automóveis. A história é centrada no piloto Speed Racer (nome da versão dos EUA, no Japão ele chamava-se Go Mifune) e seu carro, Mach 5, quinto veículo desenvolvido por seu pai, Pops Racer.

O design do Mach 5 é inspirado pela Ferrari 250 Testarossa, e seu esquema de cores - branco total com pequenos detalhes vermelhos -, faz referência à bandeira do Japão. A sonorização do desenho usa o ronco do motor V12, popular na Fórmula 1 da época. Além da velocidade, o carro possui diversas funcionalidades que podem ser ativadas usando os botões marcados de "A" a "G" no volante, simplicidade que condiz com a cultura oriental. Entre suas funcionalidades especiais está o Autojack, sistema de macacos automáticos que suspendem o carro para reparos e, em movimento, permite que ele pule; duas serras horizontais que se projetam para frente e podem até abrir caminho entre árvores; Frogger, que é um periscópio e reserva de oxigênio para aventuras submarinas e o Gizmo robot, que dispara o pombo-robô e permite localizar o Mach 5. Ainda assim, o Mach 5 é tecnológicamente inferior a diversos outros veículos nas corridas, e as vitórias são quase sempre atribuídas às habilidades de Speed como piloto. Outras versões do carro, que vão do 1 ao 6, foram posteriormente incluídas na série e filme live action.

Em 2008, o desenho foi adaptado aos cinemas pelos irmãos Wachowski, em seu primeiro trabalho depois da trilogia Matrix. Protagonizado por Emile Hirsch e Cristina Ricci, o longa não foi recebido com muita empolgação e sua arrecadação nas bilheterias não cobriu os gastos do filme.

Saiba tudo sobre a série original no artigo Lembra Desse: Speed Racer

Na semana que vem: Os Carros Mais Icônicos do Cinema e TV - Parte 2

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