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Rede de Mentiras

Thriller de ação mostra ação de agentes da CIA no campo e no escritório contra terroristas

27.11.2008, às 16H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H42

Esperava de Rede de Mentiras (Body of Lies, 2008) um filme que metesse o dedo na ferida, que contestasse a atual política estadunidense de xerife do mundo e fizesse algumas denúncias. Uma mistura de Syriana - A Indústria do Petróleo (2005) com O Informante (1999). O novo trabalho de Ridley Scott, porém, é um thriller de espionagem com ação. Muita ação! Daqueles em que a câmera não pára um segundo, indo de um quadro extremamente aberto que mimetiza a imagem de um satélite ao close "paparazzo" de uma fotografia tirada por um espião.

O ritmo acelerado faz bem aos atores, que conseguem mostrar seu talento, mas acaba deixando a história um pouco de lado. Tanto os astros principais, Leonardo DiCaprio e Russel Crowe, quanto o coadjuvante Mark Strong desenvolvem seus personagens em poucos segundos. O astro de Titanic é Roger Ferris, um agente de campo da CIA. O ganhador do Oscar por O Gladiador é Ed Hoffman, o gordo de camisa que não desliga o celular e controla tudo ao mesmo tempo. E o inglês camaleônico que esteve em Rocknrolla - A Grande Roubada, Syriana, Stardust - O Mistério da Estrela e está filmando Sherlock Holmes interpreta Hani, o chefe da inteligência de Jordânia, país que trabalha em conjunto com os Estados Unidos contra o terrorismo.

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Essa transparência dos personagens deixa o filme fácil de entender e - o que é um problema - prever. Sabendo que Ferris é o bonzinho sensível que se preocupa com as pessoas, não é difícil antever seus passos, bem como os do seu egocêntrico chefe, que só pensa na missão. Por isso é tão importante e impressionante o trabalho de Strong como Hami, único personagem que consegue surpreender o público mostrando algo além da impressão inicial.

O filme é baseado no romance homônimo de David Ignatius, jornalista que cobriu a CIA e as ações no Oriente Médio durante dez anos para o Wall Street Journal. Como já é de praxe na atual conjuntura editorial, o livro chegou às mãos do cineasta antes mesmo de estar impresso e nas estantes das lojas. Scott conseguiu extrair dali uma trama envolvente de dois homens lutando contra um mesmo alvo, mas com visões bem diferentes de como alcançar seu objetivo e, por isso, em rota de iminente colisão.

Há ali também toda a desculpa perfeita para se explorar a tecnologia que a inteligência estadunidense pode comprar trabalhando contra os modos mais arcaicos - mas ainda bastante eficazes - de se mandar mensagens utilizadas pelos inimigos. Uma das melhores cenas do filme, aliás, mostra como nem toda a tecnologia do mundo é capaz de driblar a inteligência de um bom plano.

Estaria mentindo se dissesse que Rede de Mentiras é um filme ruim. Eletrizante e tecnicamente irretocável, o filme vai custar alguns milímetros de unhas aos mais afoitos. Mas lhe falta algo que o tire do lugar comum e o destaque dentre os demais. Mais uma dessas coisas que a tecnologia não compra.

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