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Painel de Django Livre | Comic-Con 2012

Quentin Tarantino mostra seis minutos do filme e diz que termina de filmar em uma semana

14.07.2012, às 16H50.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H36

Django Livre (Django Unchained), o faroeste sulista de Quentin Tarantino, abriu os trabalhos dos painéis da sala H deste sábado na Comic-Con 2012, o dia mais concorrido da programação.

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Tarantino, Jamie Foxx, Christoph Waltz, Kerry Washington, Don Johnson e Walton Goggins vieram para a convenção, e o mediador fez questão de dizer que Samuel L. Jackson e Leonardo DiCaprio infelizmente não puderam comparecer. A própria filmagem de Django Livre não terminou - Tarantino diz no painel que ainda falta uma semana no set.

Segundo o protagonista Foxx, na primeira conversa com Tarantino o diretor sinalizou uma preocupação e deu um conselho. "Eu me preocupo que você talvez não consiga fazer um escravo, porque é muito difícil se livrar das coisas que a gente tem, e a escravidão é não ter nada. Então eu quero que a partir de agora você tente pensar que perdeu tudo o que tem, livre-se de tudo", disse o diretor na época do início das filmagens. O ator emenda dizendo que usou experiências próprias: "Eu tenho paralelos da minha infância no Sul dos EUA com coisas que estão no filme, então usei isso também no personagem".

O diretor compara a história do filme a lendas em que o cavaleiro precisa libertar a princesa do castelo do rei mau - sendo Calvin Candie, o personagem de DiCaprio, essa figura vilanesca, e Kerry Washington a "princesa". Já o escravo liberto Django (Foxx) e o dentista Dr. Schultz (Waltz) têm uma relação de mestre e aprendiz que se constrói "no curso de aventuras fantásticas", segundo Waltz. "Não digo que são coisas surreais, porque elas aconteceram de verdade - ali!", diz o ator enquanto aponta o dedo para a tela de cinema.

"Os faroestes normalmente recuam para não falar sobre escravidão, e eu queria fazer um faroeste sulista que tivesse os clichês dos faroestes mas que se passasse no Sul [escravagista]. Schultz é o cara que ensina tudo para o Django, a sacar a arma rápido, etc., mas quando eles chegam ao Mississippi e se veem cercados é Django que se destaca - ele supera o mestre", adianta o diretor.

Em seguida no painel vem um vídeo com seis minutos de cenas da primeira metade do filme, principalmente. "Não importa quanta merda aconteça nesse vídeo, é só a primeira metade do filme. Na segunda, que ainda estamos filmando, vai acontecer muito mais merda", diz o diretor.

O vídeo tem algumas cenas dos trailers em versões mais extensas, quase completas. Começa com o momento em que Schultz liberta Django de uma fila de escravos andando na noite. O dentista chega com sua carroça que tem um dente gigante balançando acima do teto e, quando pergunta o nome do escravo, diz que "Django" é justamente o nome que ele procurava. Corta para um bar, onde o dentista convida Django a entrar no ramo da caça a recompensa, e, quando o ex-escravo diz que vai atrás de sua esposa, Schultz retruca que Django não está pronto ainda.

Corta para o treinamento de tiro da dupla, no inverno, com Schultz ensinando que Django precisa aprender a sacar suave antes de aprender a sacar rápido. Eles atiram em um boneco de neve e o dentista elogia ao fim da sessão: "Acho que é seguro dizer que você está mais rápido que um boneco de neve". Como parte do filme se passa no verão ou na primavera (a julgar pela plantação de algodão pronta para a colheita), entende-se que a trama transcorre ao longo de vários meses, pelo menos.

O que se segue são relances das torturas que Django sofria - uma cena dá a impressão de que ele estava sendo forçado, a chibatadas, a transar por trás com sua própria esposa - e a execução de um dos capatazes de Django, na cena em que ele veste (e é ridicularizado) a roupa azul com babado branco que aparece no trailer. Enquanto a vingança começa a se desenrolar, o personagem de DiCaprio aparece com seu charme em momentos cada vez mais ligeiros e breves, e o final do vídeo repete o do trailer, com a ponta de Franco Nero e a já famosa fala "the D is silent". Parece ser um filme muito solar, em termos de luz, assim como À Prova de Morte - pelo menos nessa primeira metade que Tarantino menciona.

Tarantino entrega que a segunda metade do filme tem elementos pré-Ku Klux Klan (a organização racista ainda não tinha sido formada na época em que o filme se passa, diz o diretor) envolvendo o personagem de Jonah Hill (que entrou na última hora no elenco, no lugar de Sacha Baron Cohen mas vive um personagem diferente, reelaborado em cima da hora). O diretor então diz que prefere não revelar demais.

Perguntado sobre quais faroestes clássicos passou para o elenco ver, Tarantino disse que teve essa relação mais com Kerry Washington, porque ela "vivia pedindo". Deu a Kerry para assistir The Flame of New Orleans e Brumhilda (mesmo nome da personagem de Kerry no filme), ambos com Marlene Dietrich. Dá pra ver que Tarantino evita citar outros faroestes, mas questionado sobre o Django original ele diz que Franco Nero é um dos seus astros preferidos do gênero e que Sergio Corbucci, diretor do Django original, é o "padrinho espiritual" do longa hollywoodiano.

A Weinstein Company distribuirá Django Livre nos EUA e a Sony Pictures no resto do mundo. O filme estreia em 25 de dezembro nos EUA e em 18 de janeiro no Brasil.

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