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Clube de Compras Dallas | Crítica

Matthew McConaughey em busca de sua primeira indicação ao Oscar como ativista soropositivo

20.02.2014, às 18H10.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

No início da epidemia de AIDS nos anos 1980, quando a doença era considerada sinônimo de homossexualidade e drogas injetáveis, o FDA, orgão do governo dos EUA que libera e testa novos medicamentos, começou testes com a droga experimental AZT. O que inicialmente era uma esperança para os soropositivos, porém, em alguns meses já se provava mais um complicador - já que o remédio destruia todas as células, doentes ou não, da vítima.

É nesse obscuro panorama que começa Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club), longa-metragem de Jean-Marc Vallée (A Jovem Rainha Vitória) baseado em uma história real, a de Ron Woodroof (Matthew McConaughey), um heterossexual texano que adquiriu o HIV através do compartilhamento de seringas contaminadas e sexo sem proteção.

The Dallas Buyer's Club

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Woodroof é um ninguém, um sujeito sem perspectiva, que vive de pequenos golpes e não tem pretensões na vida a não ser transar com o maior número de mulheres fáceis que conseguir e tomar algumas cervejas no bar local. No entanto, quando descobre que tem apenas mais 30 dias de vida - "estamos surpresos que você ainda esteja vivo", dizem os médicos - o vagabundo finalmente encontra seu propósito: o de permanecer vivo.

Dallas Buyers Club revela então a história do "clube de compra" criado por Woodroof, local onde doentes desamparados pelo governo dos EUA podiam tentar controlar seus destinos comprando remédios ilegais no seu país - criando, décadas antes, a base para o coquetel de drogas que é empregado até hoje no tratamento da doença.

As atuações são o ponto alto do filme. McConaughey consegue criar um personagem que aos poucos ganha a simpatia do público e, certamente pensando nas premiações, passou por profundas mudanças em sua forma física para representá-lo. É interessante a maneira como ele, no desejo de viver, torna-se um ativista não-intencional e consegue ainda lucrar com isso. Jared Leto, como o travesti Rayon, é igualmente memorável, cheio de trejeitos bem-humorados e carisma.

O problema é que Dallas Buyers Club chega ao ponto que pretende apresentar lá pela metade do filme - uma crítica ao FDA e seus lobistas - e passa todo o restante dos seus 117 minutos repetindo informações e reempregando soluções narrativas do início, até que termina abruptamente. Uma edição mais rigorosa e um roteiro mais amplo, que explorasse outros aspectos das vidas dessas pessoas, certamente teriam favorecido o filme. Mesmo assim, por falar sobre AIDS com um certo humor e leveza, sem parecer um filme com uma agenda, Dallas Buyers Club merece atenção.

Nota do Crítico
Bom
Clube de Compras Dallas
Dallas Buyers Club
Clube de Compras Dallas
Dallas Buyers Club

Ano: 2013

País: EUA

Classificação: 16 anos

Duração: 117 min

Onde assistir:
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