A Mulher Rei

Créditos da imagem: Sony Pictures/Divulgação

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Gina Prince-Bythewood, de A Mulher Rei, critica não-indicação ao Oscar

Diretora afirma que Academia mandou “mensagem bem clara” ao excluir filmes comandados por mulheres negras da premiação

Omelete
3 min de leitura
08.02.2023, às 11H53.
Atualizada em 08.02.2023, ÀS 12H13

Como acontece ano após ano, as indicações ao Oscar 2023 causaram grande polêmica, especialmente pela falta de indicações de A Mulher Rei, dirigido por Gina Prince-Bythewood e estrelado por Viola Davis. Em um artigo publicado no THR, a cineasta criticou o tratamento da Academia a filmes comandados por mulheres negras, afirmando que ignorar longas como Till e A Mulher-Rei manda “uma mensagem bem clara” sobre “o abismo entre a excelência negra e o reconhecimento que ela recebe”.

Para mim, ficar quieta é concordar com essa mensagem”, disse Prince-Bythewood, que afirmou também que não acredita que A Mulher Rei foi esnobado, pois “ser esnobado é ficar fora de só uma ou duas categorias”. “[O filme] não foi indicado por nenhuma.”

Segundo Prince-Bythewood, ela concordou em falar “em nome das mulheres negras cujo trabalho foi dispensado no passado, é dispensado agora como Alice Diop e Saint Omer, Chinonye Chukwu e Till - e por aquelas que ainda nem pisaram em um set.”

Para qualquer hater por aí que espera nos enganar e dizer que talvez [A Mulher Rei] não foi bom o suficiente, você não pode contestar os fatos de nossa nota A+ [no agregador] CinemaScore - que apenas dois outros filmes alcançaram no ano passado - ou a pontuação de 94% no Rotten Tomatoes,” lembrou Prince-Bythewood, citando ainda os bons números que o longa tem feito nas bilheterias e na venda em home-video.

Prince-Bythewood ainda comentou a polêmica indicação de Andrea Riseborough por Para Leslie, que, para muitos, tomou um lugar que poderia facilmente ser de Davis ou Danielle Deadwyler, de Till. “Meu problema com o que aconteceu é como as pessoas na indústria usam seu capital social – exibições em suas casas, ligações pessoais, e-mails pessoais, conexões pessoais, status elevado. As pessoas gostam de dizer ‘bem, Viola e Danielle tinham estúdios por trás delas’. Mas vimos muito claramente que o capital social é mais valioso do que isso. Esse tipo de poder é exercido de forma mais casual nos círculos sociais, onde as pessoas são seus amigos ou conhecidos. Pode haver diversidade em seus sets, mas não em suas vidas. E mulheres negras nesta indústria, não temos esse poder. Não há uma onda de pessoas privilegiadas com enorme capital social para apoiar as mulheres negras. Nunca houve.

Há quem diga aos cineastas negros ‘por que você se importa com prêmios? Por que você se importa com a validação de uma organização branca?’ E é isso. A Academia e os sindicatos não devem ser consideradas instituições brancas”, seguiu a cineasta.“Eles deveriam ser compostos por nossos pares. Eles não são. Eles não representam toda a comunidade cinematográfica. Mas o que os prêmios oferecem é moeda. Eles afetam sua posição. Eles impactam a bilheteria. Eles impactam os passos que você dá nesta indústria. Eles impactam quem recebe o corte final.

A 95ª cerimônia do Oscar está marcada para 12 de março de 2023 e terá apresentação de Jimmy Kimmel, que assume o papel pela terceira vez.

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